quarta-feira, 12 de junho de 2013

Contraponto 11.452 - "Dilma aponta especulação e não mudará economia"

247 – O principal jornal de economia do Pais, Valor Econômico, joint venture dos grupos Folha e Globo, criou um "chapéu" – expressão ou palavra-chave que se lê sobre um título para designar um assunto jornalísticos – chamado "Crise na Economia". Na própria Folha, o principal editorial de hoje afirma que a política econômica "se baseia em improvisação". No concorrente Estadão, a página dos editoriais se inicia com a manchete "Em busca da credibilidade perdida", sob a qual a primeira frase do texto afirma: "O governo decidiu agir para limpar a sua imagem".

O problema destas opiniões e análises é que, segundo o governo, estão erradas desde a raíz. Não há, para a presidente Dilma Rousseff, qualquer descontrole em relação aos fundamentos da economia. Eventos como o IPO do BB Seguridade, a procura internacional pelas licitações do Pré-Sal, os dados divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria, a respeito de crescimento recorde em dois anos na produção industrial, e a curva de emprego positiva nos últimos oito meses fazem o governo crer que as sementes plantadas estão dando frutos.

Essa avaliação foi confirmada, entre o staff da presidente, pelo índice declinante da inflação de maio em relação a abril e por projeções que apontam o índice de junho como inferior ao de maio. Além disso, como destacou o ministro Guido Mantega, da Fazenda, em entrevista à Folha, também hoje, a previsão é de aumento da arrecadação, o que permitiria o alcance da meta de 2,3% do PIB como superávit primário sem a necessidade de contingenciamento orçamentário.

Na manhã de hoje, em cerimônia no Palácio do Planalto, em torno do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, Dilma lançou mão da imagem do personagem Velho do Restelo, de Luís de Camões, para classificar os pessimistas – o personagem só predizia problemas. "Muitos velhos do restelo apareceram nas margens das nossas praias", afirmou a presidente. "Mas hoje, o velho do restelo não pode, não deve e não terá a última palavra no Brasil."

Antes, a presidente fez uma análise da economia que não incluiu a necessidade de nenhuma mudança forte de rumo. "A situação real que o País vive é de inflação sob controle e de contas públicas sob controle", cravou a presidente. "Não há a menor hipótese que o meu governo não tenha uma política de governo de combate à inflação. Todos os que apostam nisso são os mesmos que apostaram que ia haver um problema sério com fornecimento de energia no País. Que sumiu e desapareceu de todos os jornais, porque não era real".

A presidente classificou a torcida contra como "movimentos localizados e especulativos que duram um tempo, mas que fazem mal ao País. A previsão disso foi uma leviandade. A inflação não está sem controle, e o governo tem todas as condições para impedir que isso aconteça".
Quem espera por um pacote fiscal no curtíssimo prazo não terá o que deseja.
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