quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Contraponto 6133 - "Em defessa da CPMF para a saúde"


Por Marco Antonio L.

Prezado Nassif,

Tenho pensado sobre as coisas da saúde no Brasil. Bem, havia até 2007, a tal da CPMF que todos os brasileiros de classe média para cima reclamavam. Reclamavam do pagamento de 0,38% sobre toda a movimentação financeira.

Gostaria de saber se algum desses reclamantes, fez alguma conta de somar para saber, na ponta do lápis, quanto dispendeu desse valor, em um ano? Será que durante o recolhimenbto de toda a CPMF, no ano inteiro, esse valor seria o equivalente a um tanque de gasolina, um almoço com a família em uma churrascaria, uma compra de uma roupa/sapato/perfume/joias na boutique do shopping tal?

Verifiquem quanto custou esse imposto cobrado. Para muitos dessa classe média para cima, possuem um plano de saúde particular. Não precisam e não utilizam da saúde pública do Brasil. Mas reclamam quando estão ajudando a maior parte da população brasileira. E o pior é que as classes A e B e o empresariado recalmam também. E, como o Presidente Lula disse, é o imposto mais barato do mundo. E,não se importam de pagar todos os outros impostos, muito mais caros, quando se compra um carro novo, zero quilômetro, um novo computador para substituir um outro que tem sómente 1 ano de uso, um roupinha de 300 pilas, um novo celular de 1.000 reais. De inúmeras viagens de turismo para o Brasil e para o exterior.

Nâo reclamam, nem um segundo se quer, que estão pagando 30% a 40% de impostos(ou mais). E, não reclamam que estão dividindo esses valores para a riqueza pessoal dos fabricantes e donos de loja. Hipocrisia, preconceito, egoísmo. É o mundo de hoje. Por apenas 0,38% de imposto. O sentimento mesquinhez predomina. Esse mínimo valor que pagamos, é destinado a salvar vidas. Não é destinado ao supérfluo. 0,38% de imposto para salvar vidas. Chega e ser muito triste. Apenas 0,38% de imposto para salvar vidas. Lamentável.

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PITACO DO ContrapontoPIG

Apenas os sonegadores, os birrentos da oposição e a mídia golpista, foram contra a CPMF.

Arthur Virgílio, Tasso Jereissati, Agripino Maia, os ricaços sonegadores e a mídia golpista fizeram um mal imenso a um número enorme de brasileiros que poderiam estar com melhores condições de atendimento no que diz respeito à saúde.

Parabéns ao articulista pela coragem e pelo bom senso.

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Contraponto 6132 - "Indignação"

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.31/08/2011

Indignação

Oscar Neymayer

Do Amigos do Brasil - Terça-feira 30, agosto 2011

Permitam-me registrar aqui o pensamento de um homem, aos 103 anos:

“Projetar Brasilia para os políticos que vocês colocam lá, foi como criar um lindo vaso de flores pra vocês usarem como pinico. Brasilia nunca deveria ser projetada em forma de avião e sim de caburão“(Oscar Neymayer) E agora vocês leiam aqui e veja se não é para ficar indignado

Congresso corrupto e corporativo. Deputados se reunem nos subterrâneos para roubar o povo e já sabendo que uma mão suja a outra, 265ladrões e mais 20 covardes aprovam a corrupção descoberta, porque sabem que amanhã, ao serem pegos serão também absolvidos. Essa escória envergonha o poder legislativo e se esconde no anonimato da votação secreta. Traidores da democracia e lixo da raça humana.

Por
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Contraponto 6131 - "Sete pontos acerca da Líbia"

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.31/08/2011
Sete pontos acerca da Líbia


Do Blog do Miro - 31/08/2011

Por Domenico Losurdo, no sítio português Resistir:


Doravante mesmo os cegos podem ver e compreender o que está a acontecer na Líbia:

1. O que se passa é uma guerra promovida e desencadeada pela NATO. Esta verdade acaba por se revelar até mesmo nos órgãos de "informação" burgueses. No La Stampa de 25 de Agosto, Lucia Annunziata escreve: é uma guerra "inteiramente externa, ou seja, feita pelas forças da NATO"; foi "o sistema ocidental que promoveu a guerra contra Kadafi". Uma peça do International Herald Tribune de 24 de Agosto mostra-nos "rebeldes" que se regozijam, mas eles estão comodamente instalados num avião que traz o emblema da NATO.

2. Trata-se de uma guerra preparada desde há muito tempo. O Sunday Mirror de 20 de Março revelou que "três semanas" antes da resolução da ONU já estavam em acção na Líbia "centenas" de soldados britânicos, enquadrados num dos corpos militares mais refinados e mais temidos do mundo (SAS). Revelações ou admissões análogas podem ser lidas no International Herald Tribune de 31 de Março, a propósito da presença de "pequenos grupos da CIA" e de uma "ampla força ocidental a actuar na sombra", sempre "antes do desencadeamento das hostilidades a 19 de Março".

3. Esta guerra nada tem a ver com a protecção dos direitos humanos. No artigo já citado, Lucia Annunziata observa com angústia: "A NATO que alcançou a vitória não é a mesma entidade que lançou a guerra". Nesse intervalo de tempo, o Ocidente enfraqueceu-se gravemente com a crise económica; conseguirá ele manter o controle de um continente que, cada vez mais frequentemente, percebe o apelo das "nações não ocidentais" e em particular da China? Igualmente, este mesmo diário que apresenta o artigo de Annunziata, La Stampa, em 26 de Agosto publica uma manchete a toda a largura da página: "Nova Líbia, desafio Itália-França". Para aqueles que ainda não tivessem compreendido de que tipo de desafio se trata, o editorial de Paolo Paroni (Duelo finalmente de negócios) esclarece: depois do início da operação bélica, caracterizada pelo frenético activismo de Sarkozy, "compreendeu-se subitamente que a guerra contra o coronel ia transformar-se num conflito de outro tipo: guerra económica, com um novo adversário: a Itália obviamente".

4. Desejada por motivos abjectos, a guerra é conduzida de modo criminoso. Limito-me apenas a alguns pormenores tomados de um diário acima de qualquer suspeita. O International Herald Tribune de 26 de Agosto, num artigo de K. Fahim e R. Gladstone, relata: "Num acampamento no centro de Tripoli foram encontrados os corpos crivados de balas de mais de 30 combatente pró Kadafi. Pelo menos dois deles estavam atados com algemas de plástico e isto permite pensar que sofreram uma execução. Dentre estes mortos, cinco foram encontrados num hospital de campo; um estava numa ambulância, estendido numa maca e amarrado por um cinturão e tendo ainda uma transfusão intravenosa no braço".

5. Bárbara como todas as guerras coloniais, a guerra actual contra a Líbia demonstra como o imperialismo se torna cada vez mais bárbaro. No passado, foram inumeráveis as tentativas da CIA de assassinar Fidel Castro, mas estas tentativas eram efectuadas em segredo, com um sentimento de que se não é por vergonha é pelo menos de temer possíveis reacções da opinião pública internacional. Hoje, em contrapartida, assassinar Kadafi ou outros chefes de Estado não apreciados no Ocidente é um direito abertamente proclamado. O Corriere della Sera de 26 de Agosto de 2011 titula triunfalmente: "Caça a Kadafi e seus filhos, casa por casa". Enquanto escrevo, os Tornado britânicos, aproveitando também a colaboração e informações fornecidas pela França, são utilizados para bombardear Syrte e exterminar toda a família de Kadafi.

6. Não menos bárbara que a guerra foi a campanha de desinformação. Sem o menor sentimento de pudor, a NATO martelou sistematicamente a mentira segundo a qual suas operações guerreiras não visavam senão a protecção dos civis! E a imprensa, a "livre" imprensa ocidental? Ela, em certo momento, publicou com ostentação a "notícia" segundo a qual Kadafi enchia seus soldados de viagra de modo a que eles pudessem mais facilmente cometer violações em massa. Como esta "notícia" caiu rapidamente no ridículo, surge então uma outra "nova" segundo a qual os soldados líbios atiram sobre as crianças. Nenhuma prova é fornecida, não se encontra nenhuma referência a datas e lugares determinados, nenhuma remessa a tal ou tal fonte: o importante é criminalizar o inimigo a liquidar.

7. Mussolini no seu tempo apresentava a agressão fascista contra a Etiópia como uma campanha para libertar este país da chaga da escravidão; hoje a NATO apresenta a sua agressão contra a Líbia como uma campanha para a difusão da democracia. No seu tempo Mussolini não cessava de trovejar contra o imperador etíope Hailé Sélassié chamando-o "Negus dos negreiros"; hoje a NATO exprime seu desprezo por Kadafi chamando-o "ditador". Assim como a natureza belicista do imperialismo não muda, também as suas técnicas de manipulação revelam elementos significativos de continuidade.

Para clarificar quem hoje realmente exerce a ditadura a nível planetário, ao invés de citar Marx ou Lénine quero citar Emmanuel Kant. Num texto de 1798 (O conflito das faculdades), ele escreve: "O que é um monarca absoluto? Aquele que, quando comanda: 'a guerra deve fazer-se', a guerra seguia-se efectivamente". Argumentando deste modo, Kant tomava como alvo em particular a Inglaterra do seu tempo, sem se deixar enganar pela forma "liberal" daquele país. É uma lição de que devemos tirar proveito: os "monarcas absolutos" da nossa época, os tiranos e ditadores planetários da nossa época têm assento em Washington, em Bruxelas e nas mais importantes capitais ocidentais.
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Contraponto 6130 - "Análise sobre a ordem mundial"



Por Webster Franklin

Da Carta Maior

Ordem mundial apresenta falência múltipla de órgãos

Se temos US$ 20 trilhões para cobrir rombos causados pela desonestidade de autoridades, banqueiros, industriais e intelectuais cooptados nos meios acadêmicos, por que não haveríamos de ter igual montante ou mesmo o seu triplo para promover a verdadeira revolução do conhecimento?

Os Estados Unidos se preparam diligentemente para recepcionar o furacão Irene em seu território. Campanhas de evacuação das populações foram elaboradas e seguidas à risca. Utilização massiva dos meios midiáticos deflagrou a mais ampla campanha para prevenir a interrupção de vidas. Personagens frágeis do cotidiano humano receberam especial atenção, como os idosos nos asilos e as crianças nos orfanatos, para serem realocados em lugares que lhes oferecessem maior grau de segurança às suas vidas.


Como era de se esperar, a própria população estadunidense se mobilizou para proteger seus bens móveis e imóveis, fazendo florescer novos negócios como o que oferecia placas de madeira (compensada) para guarnecer janelas, portas e vitrines nos últimos dias. Serviços de guinchos para prender em terra firma automóveis e traillers trabalharam com sobrecarga. Vôos foram cancelados aos milhares, chegando ou partindo de diversas cidades do país. Estações dos trens metropolitanos foram fechadas. E a população foi instada a não sair de suas habitações.

Autoridades governamentais – como o presidente Obama e o prefeito de New York Bloomberg - se revezaram em ecoar repetidas advertências sobre o perigos que espreitavam sua população e seus bens com a chegada do Irene à costa norteamericana.

A cada um o que é seu: Riqueza para os ricos, miséria para os miseráveis?

Uma nação tão acostumada a explorar os recursos naturais do planeta como se estes fossem absolutamente inesgotáveis se rendia ante a – sabe-se agora tímida –resposta da natureza . A vida ordenada das cidades e do país recebeu algo como um freio de arrumação em grande estilo. A precariedade dos recursos materiais para preservar vidas e bens mostraram toda a sua vulnerabilidade e mostrou o que já aparecia no horizonte de nossa história moderna: a urgência de uma mudança nas prevalecentes concepções materialistas de desenvolvimento, concepções equivocadas e ruinosas em sua explícita incapacidade para diminuir a pobreza no mundo.

Em meio ao furacão econômico que em setembro de 2008 engolfou a nação norteamericana, gerando desemprego em grande escala, estagnando a atividade econômica, desorganizando o sistema financeiro internacional e transbordando suas mais perniciosas conseqüências para o Velho Continente, a Europa, que ora se debate em retirar conquistas que multidões de trabalhadores arduamente conseguiram conquistar ao longo de séculos de luta, sofrimentos e mortes. O materialismo, seja convenientemente definido – pintado com as tintas da opressão - ou oculto em conclusões implícitas, tem bem pouca chance de sobreviver a não ser que coloque a atividade econômica no centro da existência humana.

A cada nova crise – seja de natureza econômica, moral, espiritual – torna-se evidente o que já passa a ser consenso geral que somente o entendimento de que precisamos recriar uma nova consciência, enquanto espécie humana, sobre o verdadeiro papel da geração e da aplicação do conhecimento processo indispensável e mesmo essencial à existência social. É chegado o momento de considerar a atividade econômica não mais como um fim em si mesma.

Os dilemas criados pela criação da riqueza e sua distribuição eqüitativa continuam a produzir monstruosas desigualdades, a classificar a humanidade em dois principais estratos: ( a) humanidade de primeira classe, com acesso a todo tipo de riqueza, da saúde ao trabalho, do conhecimento ao lazer – e (b) a humanidade de segunda classe, com acesso a toda forma de exploração do homem pelo homem e em seu milenar papel de massa de manobra de governantes essencialmente autoritários e autocentrados (egocêntricos).

Estado criminoso, sociedade delinqüente?

Ao observador minimamente imparcial da cena internacional salta aos olhos constatar as imensas divergências entre as ações tomadas para prevenir os efeitos do furacão Irene e as ações não tomadas para prevenir os efeitos da ponta do iceberg da chamada falência econômica das nações mais desenvolvidas, ricas e arrogantes do planeta. Podemos listar alguns candentes contrastes:

1. As populações que foram ao longo de décadas seduzidas pelos ganhos de capitais especulativos, na melhor das hipóteses, e inexistentes em sua versão mais realista, nunca foram advertidas da gravidade das fraudes em que estavam se metendo

2. As populações que tanto foram orientadas a abandonar lugares de risco por onde chegaria o Irene representam parte mínima da população que deixaram de ser orientadas a não aplicar as poupanças acumuladas ao longo de suas vidas em instituições financeiras inescrupulosas, que manipulavam seus demonstrativos financeiros como se estivessem brincando com peças do brinquedo Lego.

3. As populações que tanto foram orientadas a não saírem de suas habitações ante a passagem do furacão foram sugadas sem dó nem piedade pelo olho do furacão econômico, que levou pelos ares portentos financeiros como o Lehmann Brothers, a seguradora AIG – American International Group, a maior do mundo no segmento e com rombo inicial de US$ 50 bilhões, empresas imobiliárias como Fannie Mac, Freddi Mac, além de governos e populações como os da Grécia, da Espanha, de Portugal e mais um pouco da Itália, Irlanda e mesmo França

4. Se os principais símbolos do poder governamental – o presidente Obama e o prefeito Bloomberg – foram ágeis em escancarar para o populacho os perigos do Irene, falharam escandalosamente em fiscalizar a ação de seus prepostos na economia, o Federal Reserve Bank, os organismos reguladores do sistema bancária que, ao contrário do se podia esperar, concederam selo de normalidade e legitimidade a todo o tipo de falcatruas bancárias-financeiras, incitando milhões de cidadãos a perdessem suas casas e empregos. A verdade é que os Estados Unidos ficaram mais pobres para os seus pobres. E mais rica para seus ricos, os reais causadores das crises sistêmicas.

5. Os mesmos zelosos governantes que ordenaram que os metrôs não circulassem, que quarteirões inteiros fossem fechados ao trânsito, que idosos e crianças foram realocados foram completamente irresponsáveis – quando não criminosos mesmo – em torrar em questão de dias nada menos que US$ 20 trilhões para combater a crise por eles mesmos gerada, monitorada e sempre prestes a explodir. O que não se poderia fazer com 20 trilhões de dólares para mitigar a fome, a miséria e o desespero de mais que 1/3 da humanidade, sobrevivendo em condições subumanas, submetidas que são a todo tipo de violação de seus direitos humanos fundamentais?

Os inequívocos sinais de “falência múltipla de órgãos”

A falta de perspectivas, o desemprego, o gosto amargo da desesperança que irmana populações de países que há tantas décadas desfrutavam das melhores e mais invejáveis condições de bem-estar social e que, de um momento para outro, questão de dois a três anos apenas, passam a conviver com o pesadelo diário da sobrevivência, tendo que se adaptar a rigorosos e até então inimagináveis ajustes fiscais que, como só poderíamos esperar, penalizam as classes mais fragilizadas das populações: os aposentados com cortes abruptos em seus benefícios, as crianças e os jovens vendo se perder na distância das gerações a qualidade de ensino pela qual tanto seus pais e avós lutaram, os enfermos e os subnutridos se defrontando com sistemas de saúde que, ainda deficitários, apresentam inequívocos sinais de “falência múltipla de órgãos”.

Os mesmos senhores que advertem seus povos contra El Niño, Katrina, Ivan, Rita, o atual Irene e tantos outros, são os mesmos senhores que travam as guerras, invadem países sem qualquer base legal ou moral, rasgam a Carta das Nações Unidas, colocam seus jovens na linha de frente para morrer em guerras injustas e fabricadas para atender aos caprichos do acúmulo rápido de riquezas, como os que vivem das indústrias de armamentos e de “empreiteiras especializadas em reconstruir países transformados em ruínas”. São os mesmos senhores que mantêm corrosivas relações de políticos, agentes reguladores e luminares da Academia.

A única alternativa viável (e possível) para que reescrevamos uma nova história humana está no discernimento dos líderes mundiais no sentido de que somente através do empoderamento das massas da humanidade, facilitando-lhe por todos os meios acesso ao conhecimento e sua conseqüente aplicação na solução dos problemas atuais, poderá florescer realmente uma solução duradoura. Se temos US$ 20 trilhões para cobrir rombos causados pela desonestidade de autoridades, banqueiros, industriais e intelectuais cooptados nos meios acadêmicos, por que não haveríamos de ter igual montante ou mesmo o seu triplo para promover a verdadeira revolução do conhecimento, aquela que capacita e empodera as massas para levar avante seu próprio destino?

*Washington Araújo é jornalista e escritor. Mestre em Comunicação pela UNB, tem livros sobre mídia, direitos humanos e ética publicados no Brasil,Argentina, Espanha, México. Tem o blog http://www.cidadaodomundo.org
Email - wlaraujo9@gmail.com

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Contraponto 6129 - "Guatemala encontra sobreviventes de experimentos humanos nos EUA"


Por Vânia

Do Globo.com

Guatemala encontra sobreviventes de experimentos humanos nos EUA

WASHINGTON - O governo da Guatemala encontrou cinco sobreviventes de um projeto de pesquisa do governo americano sobre doenças sexualmente transmissíveis que matou dezenas de guatemaltecos, informou a rede de TV americana CBS. Uma comissão do governo revelou nesta segunda-feira novos detalhes dos experimentos realizados na Guatemala nos anos 40, incluindo a decisão de reinfectar uma mulher à beira da morte num estudo sobre sífilis.

Os cinco sobreviventes serão levados para a Cidade da Guatemala para passar por exames médicos a fim de determinar se eles sofreram efeitos adversos após os experimentos.

O projeto já era considerado um dos episódios mais obscuros da história da pesquisa médica dos EUA, mas a comissão afirma que os novos dados revelam que os pesquisadores eram extraordinariamente antiéticos, mesmo se for levado em conta o contexto histórico.

- Os pesquisadores colocaram seu próprio avanço médico em primeiro lugar, e a decência humana em segundo - afirmou Anita Allen, membro da comissão.

De 1946 a 1948, o Serviço de Saúde Pública dos EUA e o Escritório Sanitário Pan-Americano trabalharam com várias agências de governo da Guatemala para fazer pesquisas médicas - pagas pelo governo americano - que envolveram a exposição deliberada de pessoas a doenças sexualmente transmissíveis.

Os pesquisadores estavam tentando ver se a penicilina, relativamente nova na época, poderia prevenir infecções nas 1.300 pessoas expostas à sífilis, gonorréia, e outras doenças. Entre os infectados, estavam soldados, prostitutas, prisioneiros e doentes mentais com sífilis.

A comissão revelou segunda-feira que apenas cerca de 700 infectadas receberam algum tipo de tratamento. Além disso, 83 pessoas morreram, embora não esteja claro que as mortes estivessem diretamente ligadas aos experimentos.

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Contraponto 6128 - "Amorim não é Johnbim e apressa Comissão da Verdade"

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31/08/2011

Amorim não é Johnbim
e apressa Comissão da Verdade

Do Conversa Afiada - 30/08/2011

Johnbim (Defesa de quem?) e Amorim (Defesa do Brasil)

Saiu no Estadão online:

Congresso deve aprovar a Comissão da Verdade em setembro

Expectativa, segundo Celso Amorim, é que o texto enviado por Lula seja aprovado sem alterações


GUSTAVO URIBE – Agência Estado

O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse nesta terça-feira, 30, que acredita que o projeto de lei que cria a Comissão da Verdade será votado no Congresso em setembro. Ele ressaltou que chegou a hora de “virar a página” sobre o tema. A proposta foi enviada em 2010 e tramita desde então na Câmara. A expectativa do Ministério da Defesa é a de que seja aprovado sem alteração o texto enviado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Eu acho que será em setembro, é importante e nós temos de virar essa página”, afirmou, após participar do 6º Seminário Livro Branco de Defesa Nacional, promovido na capital paulista.


(…)

Navalha

NavalhaComo se sabe, o ex-ministro da Defesa (de quem ?) Nelson Johnbim foi quem vazou para o PiG (*) a versão preliminar da Comissão da Verdade.

O objetivo ele alcançou: tumultuar, atrasar e desidratar a Comissão da Verdade.

O ministro da Defesa do Brasil Celso Amorim sempre se relacionou com o embaixador americano com altivez e em igualdade de condições.

Amorim não é Johnbim.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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Contraponto 6127 - Charge on line do Bessinha

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31/08/2011
Charge do Bessinha (453)


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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Contraponto 6126 - " Líbia pós Gaddafi: colônia 'disfarçada' "

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30/08/2011
Líbia pós Gaddafi: colônia 'disfarçada'

Do Blog do Miro - 30/08/2011

Por Juliana Sada, no blog Escrevinhador:


Com o fim do regime de Gaddafi e às vésperas de uma reunião de líderes mundiais para debater a reconstrução da Líbia, o futuro do país começa a se desenhar. Apesar das dificuldades em desenhar o que virá, o cientista político e diretor do Instituto de Cultura Árabe, José Farhat, aponta algumas certezas: “a tal ‘democracia’ e o ‘futuro’ estão sendo desenhados lá fora e impostos ao povo líbio”.

Para Farhat, ação da OTAN na Líbia é um recado aos povos árabes: “quem não ler pela cartilha terá as forças da OTAN contra ele”. Sobre o interesse das potências no petróleo líbio, Farhat afirma que “a rapina do século está em curso”. Confira a seguir, a íntegra da entrevista ao Escrevinhador.

O próximo governo líbio está em vias de formação, quem deve assumir o poder?

Bem que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) gostaria de assumir diretamente o poder e dirigir sem interferências e intermediações o controle completo do abundante petróleo líbio e dos investimentos bilionários líbios nos quatro cantos do mundo, quase todos já congelados; mas seria vergonhoso demais, até mesmo para esta organização.

Então, a saída seria arranjar uma figura igual ao Hâmid Karzai do Afeganistão para não mandar além da porta de seu palácio, mas também é difícil por falta de uma figura líbia idêntica ao persa e pachto que se fantasia de afegão.

Daí só resta uma junta que a OTAN mal consegue manter unida que é o Conselho Nacional de Transição (CNT). Com o CNT sob mando das Nações Unidas (ONU), inspiração dos Estados Unidos e membros principais da OTAN, a Líbia volta a ser uma colônia disfarçada.

Há na Líbia grupos organizados politicamente? Grupos que sejam capazes de formar partidos e disputar o governo?

Tempos atrás fui perguntado para onde iria a Primavera Árabe depois de Tunísia e Egito. Respondi, percorrendo um longo caminho através dos restantes vinte países árabes, e ao me deparar com Líbia e Arábia Saudita afirmei que nestes dois países seria muito difícil haver um levante popular porque tinham características comuns consubstanciadas por: grande riqueza, população reduzida e enorme capacidade governamental de corromper os mais velhos, seguidos pelos mais jovens. Havia um dado não levado em consideração: a ganância otaniana pelo petróleo e pelos investimentos líbios.

No entanto, Muammar Kaddafi nem querer justificou a minha tese, pois não há na Líbia qualquer organização partidária ou religiosa ou de qualquer outra natureza que ele não tenha eliminado e cortado pela raiz em seus quarenta e poucos anos de domínio abusivo. Até mesmo o regime tribal que domina a sociedade líbia foi isolado e neste caso ele teve como mestre Saddam Hussein no Iraque; o que não aconteceu no Afeganistão, dada a ausência de um mínimo de influência real de Karzai.

Por tudo isso, não há no curto prazo a possibilidade de formação de agremiações capazes de disputar o governo. Só há uma certeza, a ONU está traçando o futuro da Líbia, inclusive a respeito de formação de partidos.

Nem a ONU ou a OTAN estarão preocupadas em perguntar ao povo líbio o que quer, enquanto avançam com o seu projeto de democracia semelhante àquele que George W. Bush desenhou para o Iraque e está dando no que tem dado.

Muitos analistas afirmam que a participação popular nas lutas contra Gaddafi é pequeníssima. Quem são os “rebeldes” que lutam contra Gaddafi? Há algum traço em comum entre os diferentes grupos? Por que lutam contra Gaddafi?

A participação popular nas lutas contra Kaddafi não é pequeníssima, ela é inexistente. As caras semelhantes à de líbios que se vê repetidas na televisão nada mais são que mercenários egípcios contratados no mercado de locação de forças armadas em Londres, para fingir que os líbios estão lutando contra o regime. Para a luta propriamente dita a OTAN, com a longa duração da luta para derrubar Kaddafi, contrariando o mandato da ONU, acabou contratando mercenários colombianos. Como também não surtiu efeito, forças da própria OTAN entraram nas batalhas finais também por terra.

O traço comum entre os “rebeldes” é que são mercenários estrangeiros e lutam contra Kaddafi como lutou a Blackwater no Iraque, para fazer o “serviço sujo” para a Coalizão ou OTAN, tanto faz. A luta contra Kaddafi, sublinhe-se mais uma vez, é porque ele, a exemplo de Saddam Hussein, ousou querer mudar as políticas para petróleo e investimento.

Que mudanças ele fez? E quem saiu perdendo com elas?

Foi reafirmado o caráter estatal e nacional do petróleo e exigido o pagamento numa cesta de moedas que não sujeitasse o país à dependência do dólar ou euro. Para salvaguardar os investimentos externos, Kaddafi também iniciou uma ação seletiva de onde aplicar, remanejar as aplicações em moedas e países de duvidosos o que foi considerado um perigo no atual ambiente internacional de crise atual. Estas mudanças seriam uma pá de cal para as pretensões das multinacionais do petróleo e dos países dependentes do petróleo líbio e retirar aplicações de certos países para aplicá-los em outros prejudicaria certamente os países receptores dos bilionários investimentos líbios.

E o Conselho Nacional de Transição? O que se pode esperar dele quando possui figuras tão diferentes como o ex-ministro de Justiça de Gaddafi e o filho do último rei da Líbia, derrubado por Gaddafi?

O saco de gatos que é o CNT foi formado exatamente igual àquele que ser formou no exterior às vésperas do ataque e ocupação do Iraque e certamente terá no futuro o mesmo destino dos participantes iraquianos: nenhum deles está hoje no poder, nenhum tinha qualquer base popular dentro do Iraque, como os membros da CNT na Líbia. A OTAN – e os Estados Unidos, para maior precisão – tem uma tremenda falta de capacidade de arranjar parcerias e os exemplos são inúmeros e em todas as guerras que causaram, frias ou quentes.

Em recente entrevista, o senhor disse que demoraria cerca de cinquenta anos para a democracia se consolidar no país. Que tipo de governo haverá neste intervalo? Quais tarefas devem ser feitas para se alcançar um regime democrático?

Na Tunísia e no Egito ocorreram movimentos populares, desarmado e com uma ideia na cabeça, o povo foi às praças e de lá tem exercido seu poder sobre os governos provisórios. Na Líbia, ao contrário, a tal “democracia” e o “futuro” estão sendo desenhados lá fora e impostos ao povo líbio. Os regimes provisórios que se sucederão na Líbia, e muitos haverá, irão acumular erros que levarão o povo líbio a criar a sua Praça Tahrir e, de lá, dizer o que quer e como quer.

Um dos erros não está somente na falta de consulta ao povo e sim a todas as tribos líbias, além das reivindicações particulares das três províncias líbias: Tripolitânia, Cirenaica e Fezzan. A diferença entre estas – acentuadas durante as várias ocupações coloniais, não somente do ponto de vista tribal e social, como também econômico – talvez indique um caminho para a organização da futura Líbia: uma Federação, com representação justa de todas as províncias, uma divisão geográfica que de certa forma corresponde às ocupações tribais, podem garantir uma coesão social na futura Líbia.

Está marcada para esta semana uma reunião entre o CNT, a ONU e alguns países para discutir a “reconstrução” da Líbia. O que está em jogo nessa reconstrução?

Esta reunião é igual a um convite para jantar: o receituário já estava escrito, os pratos preparados e servidos e aos convidados só restava comer. Al Jazeera publicou um documento que vazou detalhando os preparativos para o papel da ONU na Líbia pós-Kaddafi visando, entre outros inúmeros detalhes, como o país será controlado, inclusive com militares espalhados por todo o território líbio (os militares, diz o documento, serão desarmados, mas não escapa a ninguém que as armas estão ao alcance das mãos).

O documento que o CNT terá que engolir, ou não receberá o adiantamento que reivindica, tem 10 páginas e foi elaborado por um time especial da ONU chefiado por Ian Martin, o antigo dirigente da Amnesty International. O documento não menciona o controle do petróleo e nem tampouco dos investimentos líbios, mas isto não precisa publicar, o CNT receberá instruções globais. Lembremos que os países interessados estarão presentes à reunião.

Qual a importância econômica e política da Líbia para os países membros da OTAN?

Interessa sobremaneira à OTAN que os demais países árabes, principalmente a Síria (com a tentativa de derrubada do seu governo apadrinhado indiretamente por Estados Unidos e Israel), o Egito (que está ensaiando dar a Israel o verdadeiro tratamento que merece) e o Iraque (que começa a cobrar o cumprimento do acordo de desocupação e já entrou em rota de coalizão com os Estados Unidos que ensaiam não cumprir com o acordado) ouçam claramente o recado: quem não ler pela cartilha terá as forças da OTAN contra ele.

Dominar a Líbia é um exemplo e uma advertência para quem ousar continuar com a Primavera Árabe verão adentro. Do ponto de vista político é muito mais importante o exemplo aos demais árabes que a questão política propriamente líbia.

Já do ponto de vista econômico é claro que a rapina do século está em curso, são os países consumidores do petróleo líbio que mandarão no petróleo e são os recebedores dos investimentos líbios, atualmente congelados, que darão destino aos investimentos. Vão até fazer a Líbia pagar por sua libertação, como fizeram no Iraque.

Há alguma certeza no incerto futuro da Líbia?

Espero que minha previsão de cinquenta anos, mencionada acima, esteja equivocada e que a Líbia se torne um país livre, independente e democrático, de fato, em muito menos tempo, esta é a esperança.
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Contraponto 6125 - "Veja, Marilena Chaui e o verdadeiro crime organizado"

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30/08/2011

Renato Rovai

A Fórum que fechamos na noite de ontem por ser comemorativa dos 10 anos da publicação vai trazer as 10 entrevistas mais importantes da história da revista. Entre elas, uma da filósofa Marilena Chaui concedida em 2006, pouco antes da reeleição do presidente Lula.
Num dado momento a entrevista com Chaui se direciona para a questão da violência, da segurança, da criminalidade e a filósofa faz a seguinte ponderação:
“A minha tendência é fazer uma análise da estrutura autoritária hierárquica da sociedade e desvendar em cada aspecto da sociedade brasileira o exercício da violência. Você tem o racismo, o machismo, o preconceito de classe, o preconceito religioso, todas as formas de preconceito, a enorme desigualdade econômica, a exclusão social, política e cultural. Se vier a analisar cada um desses aspectos, vai ver que eles têm como mola propulsora e como núcleo estrutural a violência.”


E depois segue seu discurso indo ainda mais diretamente ao ponto:
“Crime organizado mesmo é aquele do fabricante de armamento, do fabricante da droga, do cara que mora no Morumbi num palácio com guarda na porta e cachorro latindo. Esse é o crime organizado. O crime organizado é o Bush, são as companhias de petróleo, são as companhias de fabricação de arma, isso é o crime organizado. (..) E muito bem organizado, tanto que não é chamado de “crime”.


Ao abrir a Veja desta semana a primeira coisa que me veio à mente foi a entrevista de Chaui.
Qual é o papel da revista Veja na sociedade brasileira? Qual o segmento da sociedade que ela organiza? Quais são os valores que ela defende? Como ela se relaciona com os movimentos que defendem direitos? Que tipo de contribuição ela tem dado ao jornalismo? Que tipo de contribuição ela tem dado para diminuir o crime, o preconceito, a violência…
A revista Veja se tornou um produto organizador de um pensamento de linha autoritária e com contornos fascistas. Organizador de uma visão de mundo onde o vale tudo permite não só instalar câmeras espiãs em corredores de hotéis, como fazer qualquer outra coisa em nome de atingir os objetivos do grupo que representa.


O que Veja faz hoje não tem nada a ver com um jornalismo de direita. Não é também a necessária “voz do contraditório” que fortalece o processo democrático.
O que Veja faz hoje é próprio de grupos organizados. E de grupos que se organizam com interesses bastante cristalinos, cujo fim é a captura do Estado e o amordaçamento da sociedade.
Não basta mais apenas denunciar o jornalismo esgoto de Veja. É preciso impedir que ele se reproduza. É preciso agir da mesma forma como a sociedade inglesa fez com as organizações Murdoch.


A se provar que Veja usou de artifícios criminosos para em tese fazer jornalismo, é hora de exigir na Justiça que o panfleto dos Civita tenha o mesmo destino do News of the World.

Antes que o esquema de Veja sequestre o processo democrático que é tão caro à sociedade brasileira.

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Contraponto 6124 - "Agora o poliglota FHC infarta

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30/08/2011

Agora o poliglota FHC infarta

Do Amigos do Brasil - Terça-feira 30, agosto 2011

Depois de receber título de doutor honoris causa da universidade francesa Sciences Po, em setembro, o ex-presidente Lula vai a Gdansk. Lá, receberá o Prêmio Lech Walesa. No dia 30, dará palestra em Londres, em evento da revista “The Economist”.

Alguns Prêmios de Lula

Eleito Estadista do Ano – Le Monde ( França )
Eleito Personalidade do Ano – El País ( Espanha )
Eleito Um dos 10 Homens mais influentes do Mundo – Financial Times ( Inglaterra )
Eleito Estadista do Ano – Revista Time ( EUA )
Eleito Estadista do Ano – Clarin ( Argentina )
Prêmio Único Estadista Global – Forum Econômico ( Davos – Suíça )
Lula -> 87% de Aprovação Pessoal pelo Povo BrasileiroGoverno Lula -> 76% de Aprovação dos profissionais liberais brasileiros como engenheiros, economistas, advogados, médicos, dentistas e milhões de outros cidadãos com diploma de curso superior.
O ex-presidente Lula recebeu o prêmio World Food Prize 2011, dado a líderes mundiais que atuam no combate à fome.
A escolha foi anunciada pela nesta terça-feira, em Washington.

Por

Contraponto 6123 - "Boris Casoy advoga para a Veja"

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30/08/2011

Boris Casoy advoga para a Veja

Do Blog do Miro - 30/08/2011

Por Altamiro Borges



Boris Casoy, âncora do “Jornal da Noite” da TV Bandeirantes, virou advogado de defesa da Veja. Na madrugada desta terça-feira (30), ele repercutiu as denúncias da publicação contra o ex-ministro José Dirceu. Ele destacou a “reporcagem” da revista contra o “poderoso chefão” e as acusações levianas de que o dirigente do PT conspira contra a presidenta Dilma.

Na maior caradura, Boris Casoy não falou absolutamente nada sobre a ação criminosa da famiglia Civita. Não disse que o repórter da Veja tentou invadir o apartamento do ex-ministro num hotel de Brasília; que foram usadas imagens ilegais de vídeos; que o tal jornalista fugiu do hotel sem pagar as diárias; que a camareira e o gerente do estabelecimento registraram queixa na polícia; e que o escândalo já está sendo investigado pela Polícia Federal. Nada, absolutamente nada!

O uso seletivo do biquinho

Se esta ação criminosa atingisse FHC – o ex-presidente que continua super-ativo na política, conspirando contra o governo Dilma –, com certeza Boris Casoy teria feito o maior escarcéu com o seu patético biquinho do “é uma vergonha”. Ele criticaria a invasão da privacidade e o uso de recursos ilegais, entrevistaria o gerente do hotel e o delegado da PF e atacaria a “ditadura petista”.

Mas Boris Casoy, que na juventude foi simpatizante de grupos de extrema-direita e que até hoje mantém suas posições elitistas – que o digam os garis humilhados por ele num vazamento de áudio –, é bastante seletivo no uso do seu biquinho. FHC pode fazer política, já o ex-ministro deveria ser preso e exilado como nos tempos da ditadura militar.

A máfia midiática

Mas vamos ser justos: a seletividade manipuladora não é um atributo apenas do apresentador da TV Bandeirantes. É uma marca do grosso dos monopólios da mídia “privada”. No geral, jornalões, revistonas e as emissoras de rádio e televisão abafaram a ação criminosa da Veja, que não ficam muito distante dos episódios mafiosos que abalaram o império de Rupert Murdoch na Inglaterra.

As sete famílias que controlam a mídia nativa brigam entre si por fatias do “mercado”, por audiência e pela bilionária publicidade. Mas na política, elas se unem e difundem um pensamento único – falam “una solo voz”, como se diz na Venezuela. Para proteger a Veja, desmascarada na sua ação criminosa, elas agem como as famílias mafiosas e usam seus “advogados” de forma conjunta.
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Contraponto 6122 - "José Dirceu é responsabilizado por furação Irene"

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30/08/2011
José Dirceu é responsabilizado por furação Irene

Do Tudo em Cima - 30/08/2011

Imagens do circuito interno do inferno mostram o momento exato em que José Dirceu convence o cantor Prince a cancelar seus shows no Brasil

- por The Piauí Herald

INFERNO – Em franca hiperatividade facinorosa, José Dirceu foi flagrado ontem ameaçando membros da base aliada com uma foice emprestada do MST ao mesmo tempo em que alterava os ventos da costa norte-americana. "Dirceu direcionou o furacão Irene para Nova York com o claro intuito de pressionar a ONU a se posicionar em favor de Kadafi. A tormenta só perdeu força quando Obama aceitou contratar os seus serviços de consultoria", explicou o blogueiro Romualdo Azeredo.

Na semana passada, jornalistas já haviam fotografado o ex-ministro da Casa Civil retirando os parafusos da placa tectônica que dá sustentação à costa leste dos Estados Unidos. “Como se veria depois, naquela mesma semana estavam reunidos nos EUA os presidentes dos maiores bancos centrais do mundo, e Dirceu quis abalar o sistema financeiro internacional”, prosseguiu Azeredo.

"Há seis meses, havíamos flagrado o capiroto do PT fazendo marola na direção de uma usina nuclear do Japão. Como se sabe, há muitos japoneses no Brasil e a maioria deles vota em Dilma", explicou Assis Francis Nunes, repórter de uma revista investigativa. “Dirceu estava passando um recado.”

Fontes do serviço de informação do Zimbábue citadas pela revista garantem que o ex-Ministro da Casa Civil vem recebendo atores de malhação, pôneis malditos, duplas sertanejas e fãs da banda adolescente Restart numa tenda montada sobre uma estrela de cinco pontas em Brasília. "O local tem forte cheiro de enxofre, é decorado com crânios de filhotes de panda e o pior: dizem que propaga o comunismo", garantiu Assis.

Dirceu também seria responsável por convencer o sobrinho de Ayrton Senna a retornar à Fórmula Um. “Com isso, Dirceu alcançou o seu objetivo malfazejo de trazer Galvão Bueno de volta à tevê”, indignou-se o filósofo Luiz Felipe Pondé.

Durante o dia de ontem, que passou espetando crianças órfãs com um tridente, Dirceu foi acusado de produzir o CD de Susana Vieira, de ter sugerido as piadas de Cilada.com, de provocar a derrota do Corinthians, de afastar Steve Jobs da Apple e de não usar capacete nas suas aparições no Jornal Nacional.

Contraponto 6121 - "O Brasil perto do pleno emprego"


30/08/2011

O Brasil perto do pleno emprego

Em sequência ao ciclo de entrevistas realizadas pelo Blog Além de Economia em conjunto com o site da revista CartaCapital, convidamos os professores Anselmo Luis dos Santos e José Dari Krein do Instituto de Economia da Unicamp e diretores do CESIT (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho).

Santos é economista, doutor em teoria econômica pela Unicamp e diretor-adjunto do CESIT. Krein é filósofo, doutor em economia social e do trabalho pela mesma universidade e, atualmente, exerce a diretoria executiva do CESIT.

Leia mais:
‘Não é verdade que o Brasil gaste muito em políticas sociais’

Esta não é a crise definitiva do capitalismo, diz professor da Unicamp

‘Brasil é diferente dos países ricos’

Para ambos, não existe uma relação causal entre educação e geração de empregos; esses dependem das políticas macroeconômicas e de desenvolvimento. Além do que, compreendem que a economia brasileira não sofrerá grandes impactos negativos dos recentes desdobramentos da crise de 2008.

Confira abaixo a entrevista:

Blog Além de Economia/CartaCapital: No Brasil, no último período, gerou-se mais de 10 milhões de empregos qual a qualidade e a remuneração média dos empregos gerados?

Anselmo L. dos Santos e José D. Krein: A partir de 2004, com a maior taxa média de crescimento do PIB, observa-se um ritmo bem mais expressivo de geração de ocupações, suficiente para provocar uma progressiva redução das elevadíssimas taxas de desemprego. Mais importante ainda é o fato de que essa expansão da ocupação ocorreu num mesmo processo de melhoria da estrutura ocupacional – que havia passado por um forte processo de desestruturação no período 1990-2003. Num contexto de progressivo aumento do emprego formal – que vinha ocorrendo já desde 2000, com os impactos da desvalorização cambial de 1999 -, a partir de 2004 as melhores ocupações (emprego assalariado com carteira, de nível técnico, superior, dirigentes, profissionais das ciências e das artes etc) cresceram num ritmo maior do que as ocupações mais precárias (assalariamento sem carteira; trabalho por conta própria; atividades agrícolas e manuais, trabalhado não remunerado etc). E o universo de ocupações mais precárias melhorou significativamente com os impactos do aumento da formalização e do salário mínimo.

AE/CC: Qual interpretação podemos dar a esse processo recente de melhorias do mercado de trabalho brasileiro? Podemos, por exemplo, afirmar que estamos no pleno emprego?

ALS/JDK: Estamos vivenciando a reversão do processo de desestruturação do mercado de trabalho brasileiro. Após apresentar uma redução real muito expressiva, algo entre 17% no período 1997-2003, a remuneração do trabalho vem se recuperando com os fortes impactos do salário mínimo, da redução do desemprego, das negociações coletivas, dos reajustes para os servidores públicos, e também com os impactos do crescimento econômico sobre a renda dos autônomos, do trabalho doméstico e dos profissionais qualificados em atividades que apresentam escassez de força de trabalho. Significa que, em parte, o sentido desse processo é a recuperação do que foi perdido no período 1980-2003, em termos de taxa de assalariamento, de formalização, de redução do trabalho por conta própria e não remunerado – precários e informais -, de remuneração média do trabalho. Em alguns casos são evidentes os avanços, cujo significado foi maior do que uma recuperação, como é o caso do salário mínimo e da redução do desemprego. Mas uma taxa de desemprego aberto metropolitana acima de 6%, com regiões e segmentos sociais apresentando taxas acima de 10%, e taxas de desemprego para o conjunto do país mais próximas de 7%, além de taxas de desemprego mais amplas (aberto e oculto) próximas de 10%, indicam que, apesar de baixo, não podemos caracterizar ainda uma situação de pleno emprego. Entretanto, se mantida a trajetória de crescimento do PIB de cerca de 4%, em média, até o final do Governo Dilma poderemos alcançar uma situação típica de pleno emprego de uma economia em desenvolvimento e de renda per capita média, isto é, reduzido desemprego aberto, mas elevada precariedade e informalidade do mercado de trabalho.

AE/CC: Da mesma maneira que há geração de emprego também há milhares de demissões isso pode ser entendido como rotatividade da mão-de-obra? Por que isso ocorre?

ALS/JDK: Esse foi um dos aspectos que não melhorou nesse ciclo recente. A rotatividade no emprego no Brasil é imensa; uma das maiores do mundo. E os nossos indicadores somente consideram os demitidos que tinham carteira assinada. Como é muito grande a parcela de assalariados sem carteira - e nesses a instabilidade no emprego é ainda maior – a rotatividade no emprego é ainda maior do que as reveladas pelas nossas estatísticas disponíveis. O mercado de trabalho brasileiro é muito flexível. Diferentemente de outros países, no Brasil não existem mecanismos contra a despedida imotivada, pois o empregador tem a liberdade de romper o vínculo sem precisar justificar. A demissão é uma questão monetária, de indenização. Como os empregados demitidos tendem a ser aqueles com menor grau de instrução e qualificação, os que conformam o mercado geral de trabalho, que são facilmente substituíveis e que ganham menos. O custo de demitir é relativamente baixo. As facilidades de despedir, faz com que muitos setores utilizem a estratégia de ajustar o volume da força de trabalho a sazonalidade da atividade econômica. Mas também sabemos que para uma parte dos trabalhadores – daqueles sem carteira assinada, com baixa remuneração, sem perspectiva de carreira, especialmente na micro e pequena empresa – também há uma lógica que contribui para essa elevada rotatividade. Os dados da PNAD de 2009 mostram que há mais trabalhadores ocupados procurando emprego, do que trabalhadores desocupados; até 2006, eram os desocupados que constituíam a maioria dos que procuravam emprego. Ou seja, com a forte expansão do emprego e abertura de novas e melhores oportunidades, são aqueles que já estão incorporados ao mercado de trabalho – e não os jovens e os desempregados – que mais buscam conquistar as melhores vagas abertas. Isso é uma das expressões da rotatividade no emprego num período de crescimento econômico. A rotatividade é fenômeno vinculado com a própria disponibilidade de força de trabalho. Existem pessoas necessitando ter renda, submetendo-se as condições mais precárias de trabalho. Além disso, a rotatividade tem relação com a estrutura econômica do país, que tende progressivamente gerar posto de trabalho em setores mais inseguros e instáveis.

AE/CC: Pode-se afirmar que há uma relação entre geração de emprego e educação, ou seja, para um indivíduo estar empregado é essencial que se tenha um determinado nível educacional?

ALS/JDR: Educação universal e de boa qualidade é sempre bom, inclusive para o mercado de trabalho. Mas não há uma relação causal entre educação e geração de empregos; esses dependem das políticas macroeconômicas e de desenvolvimento – dentre as quais a educação é importante, mas é apenas uma. Veja o que ocorre com a situação do emprego em vários países da Europa que apresentam excelentes níveis educacionais: desemprego em massa; mercados de trabalho precarizados; pessoas muito bem formadas sem nenhuma perspectiva de encontrar um emprego – mesmo que precário. Num país imenso como o Brasil, e com um sistema educacional lamentável, um indivíduo com boa qualificação tem mais facilidade para arrumar um bom emprego; vai tirar a vaga dos outros que provavelmente não tiveram as mesmas oportunidades que ele. Então, quando se olha para a lógica do indivíduo se perde o mais importante: a lógica do conjunto da sociedade, da economia e do mercado de trabalho. Se não há expansão do emprego total, a melhoria na educação não viabiliza um aumento do volume de ocupados; pode contribuir para aumentar a competição entre os trabalhadores, reduzir salários, melhorar a capacidade das empresas disciplinar os trabalhadores e reduzir seus custos de trabalho. Então, temos que pensar que a defesa da educação, e também da formação e qualificação profissional são tão importantes que transcendem as suas relações com a geração de emprego, alcançando as questões mais amplas ligadas à capacidade de ganhar autonomia na pesquisa e na inovação tecnológica, aumentar a produtividade, mas também criar condições para que do ponto de vista da cultura, dos valores, da prática política e da sociabilidade possamos alcançar patamares compatíveis com os ideais de reforçar a perspectiva civilizatória.

AE/CC: Vivemos um apagão de mão-de-obra?

ALS/JDK: Creio que não é necessário exagerar na caracterização do problema: há falta sim de força de trabalho qualificada; mas ela está principalmente localizada em alguns segmentos que apresentaram maior dinamismo nos últimos anos e que haviam ficado por muito tempo estagnados, como é o caso exemplar da construção. As queixas são também amplificadas pelo fato de que por muito tempo os salários no Brasil ficaram deprimidos; agora com a redução do desemprego e o aumento de boas oportunidades, os trabalhadores conseguem encontrar emprego com rendimento mais elevado, mas muitos empresários acham esse patamar salarial incompatível com seus custos ou suas políticas de recursos humanos definidas com os parâmetros de um país de desemprego recorde e salários baixíssimos. Em muitos casos, os salários apenas recuperaram seus valores do início dos anos 90; em alguns casos ainda estão abaixo do seu valor real de 1980. Quando o desemprego era recorde, no final dos 1990 e início dos 2000, o discurso para os “inempregáveis” responsabiliza-os pelo desemprego, em função de sua suposta baixa formação e qualificação profissional. Mesmo com essa perspectiva neoliberal hegemônica, a educação não foi profundamente alterada e os cursos de qualificação com os bilhões de reais do Fundo de Amparo ao Trabalhador pouco contribuíram para melhorar a situação. Naquele momento o “apagão” era de emprego, de perspectiva para os trabalhadores. Poucos se interessaram pelo problema quando sobrava força de trabalho, inclusive qualificada. Agora estão correndo e, ao mesmo tempo, reclamando, não se sabe de quem, pela escassez de força de trabalho qualificada e elevados salários.

AE/CC: Com a crise econômica e financeira internacional no dito mundo desenvolvido, quais os mecanismos ou as ferramentas que teríamos para enfrentá-la visando a manutenção dos empregos e da renda dos(as) brasileiros(as)?

ALS/JDK: Novamente parece que a economia brasileira não sofrerá grandes impactos negativos dos recentes desdobramentos da crise de 2008. Enquanto muitos países já têm suas taxas de juros muito baixa, a nossa é a mais elevada do mundo. Então temos um fôlego na política monetária, para estimular a elevação do nível de atividade econômica com a redução da taxa de juros. E essa redução poderá até mesmo significar uma virada na nossa política monetária, colocando a taxa de juros, de forma mais sistemática, num patamar bem mais reduzido. O mesmo vale para os depósitos compulsórios e para algumas medidas “macroprudenciais”, pois caso necessário podem ser também revertidas ou modificadas para estimular o crédito e ampliação do consumo e do investimento. O nosso reduzido grau de abertura ao comércio exterior, assim como o amplo e dinâmico mercado interno também nos distinguem de outras economias estagnadas. Também do ponto de vista fiscal a situação brasileira é muito melhor do que a de muitos países, e pode melhorar com a redução futura da taxa de juros, permitindo a ampliação do investimento público, a manutenção da importante política de valorização do salário mínimo e de outras políticas sociais sem a deterioração das contas públicas.

AE/CC: Quais as tendências recentes nas relações de trabalho?

ALS/JDK: Ao mesmo tempo que houve um crescimento da ocupação, especialmente com o emprego com carteira assinada, e a queda do desemprego, continuou avançando um processo de flexibilização das relações de trabalho em aspectos centrais da relação de emprego, tais como o avanço da remuneração variável, da jornada de trabalho e da multiplicação das formas de contratação (“Pejotização”, contratação a termo, cooperados, etc.).

Contraponto 6120 - "Império falido mantém mil bases no exterior


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30/08/2011
Império falido mantém mil bases no exterior


Do Vermelho - 30 de Agosto de 2011 - 12h00


Ao mesmo tempo em que sua dívida atingiu um montante equivalente ao PIB (Produto Interno Bruto), de US$ 14 trilhões, os EUA (Estados Unidos da América) mantêm nada menos do que mil bases militares no exterior, incluindo 268 na Alemanha e 124 no Japão, após 66 anos do término da 2ª Guerra Mundial.

Por Durval de Noronha Goyos*, em Última Instância

Outros países recipientes da infame e devastadora presença norte-americana são Cuba, Paraguai, Colômbia, Iraque (mais de 100), Afeganistão (cerca de 80), Coreia do Sul, Austrália, Egito, Bahrain, Grécia e Romênia, dentre cerca de 70 Estados.

O custo militar dos EUA para o ano 2010 foi de cerca de US$ 800 bilhões, acrescidos de despesas extraordinárias colocadas no orçamento daquele mesmo ano pelo presidente Barack Obama no valor de US$ 1 trilhão, o que, no total, equivale a aproximadamente 13% do PIB do país!

Os gastos militares dos EUA representaram cerca de 45% dos gastos globais em 2010. Seus aliados despenderam aproximadamente 28% dos aportes em defesa no mesmo ano. Assim, os EUA e aliados, que são normalmente Estados clientes, hoje igualmente em situação de insolvência, responderam por 73% dos dispêndios militares globais em 2010.

No final de 2008, os EUA mantinham aproximadamente 550 mil soldados no exterior, excluídos os serviços dos mercenários utilizados em alguns países como no Iraque. Esse número é 10% superior ao de 1985, no auge da chamada Guerra Fria, o que demonstra que o complexo industrial-militar norte-americano encontrou justificativas para a manutenção e mesmo expansão do poderio bélico do país, ainda que em fase de distensão do quadro político internacional.

Hoje, a organização de comando das Forças Armadas dos EUA contempla o PACOM (Comando do Pacífico), que é utilizado para ameaçar a China; o EUCOM (Comando da Europa), que é estruturado para ameaçar a Rússia e a África; o CENTCOM (Comando Central), que é usado para ameaçar e intervir no Oriente Médio; o SOUTHCOM (Comando do Sul), criado em julho de 2008, logo após o anúncio das grandes descobertas do pré-sal no Brasil, para nos ameaçar no Brasil e bem assim aos povos pacíficos da América do Sul e Central.

O historiador inglês Paul Kennedy, no livro The Rise and Fall of the Great Powers, escrito em 1986, afirmou que o grande teste da longevidade do poderio hegemônico no mundo seria no futuro igualmente aplicável aos EUA. Esse teste consiste em saber, de um lado, se o país em questão consegue manter um equilíbrio razoável entre suas necessidades percebidas e os meios dos quais dispõe para custeá-las. De outro lado, o teste é relacionado com a capacidade de preservação das bases tecnológicas e econômicas de seu poderio.

Parece claro que em 2011, os EUA não conseguem passar pelos dois quesitos do teste. De fato, com a capacidade de endividamento esgotada e constrangido a emitir moeda para comprar os títulos de sua própria emissão, os EUA hoje dependem financeiramente de países como a China, o Brasil e a Rússia, que não seus aliados. Até quando tais países aceitarão financiar a manutenção de um complexo militar que os ameaça?

Ao comentar a queda do império romano, o grande Edward Gibbon, em seu clássico The decline and Fall of the Roman Empire, observou, em tradução deste articulista, que “o declínio de Roma foi o efeito inevitável de grandiosidade imoderada.

A prosperidade amadureceu o princípio da decadência; as causas da destruição foram multiplicadas pela extensão da conquista; e assim que o tempo ou os acidentes removeram os sustentáculos artificiais, o tecido estupendo cedeu ao seu próprio peso”.

As observações de Gibbon ajustam-se como uma luva à situação em que presentemente se encontram os EUA.


* Durval de Noronha Goyos Jr. é advogado admitido no Brasil, em Portugal e na Inglaterra e Gales. É árbitro do Brasil na OMC (Organização Mundial do Comércio), e professor de direito do comércio internacional na pós-graduação da Universidade Cândido Mendes (RJ).
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Contraponto 6119 - "Na Bolívia, Lula exalta crescimento da América Latina"


30/08/2011


Na Bolívia, Lula exalta crescimento da América Latina

Do Vermelho - 30 de Agosto de 2011 - 10h38

Em visita à Bolívia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o crescimento econômico da América Latina é consequência da implantação de "governos progressistas" na região. Segundo ele, "nunca, em 500 anos", houve "tantos governos progressistas" na América Latina capazes de construir uma nova economia.

EFE
Lula e Morales

Lula afirmou que, ao chegar ao poder, em 2003, firmou como um de seus objetivos mudar a geografia econômica da América do Sul


Lula atribuiu isto ao processo de mudança vivido na região desde os anos 2000. Ele destacou que, antes de assumir a Presidência do Brasil, em 2003, o único governo progressista era o de Hugo Chávez, na Venezuela. O brasileiro recordou que estas mudanças, inclusive no Paraguai, Argentina, Uruguai, Bolívia, Chile e Equador, permitiram abrir novos horizontes no modelo econômico local.

Segundo ele, o Brasil começou a dar preferência para as relações comerciais com os países da região e, como consequência, o intercâmbio com a América do Sul em 2010 foi de US$12 bilhões. Atualmente, as trocas chegam a US$ 83 bilhões, de acordo com Lula.

O ex-presidente chegou ontem à Bolívia para uma visita de dois dias. Ele discursou para milhares de jovens em um complexo esportivo de Santa Cruz. Lula também se reuniu com o presidente boliviano, Evo Morales, por cerca de uma hora. O presidente da nação vizinha considerou o brasileiro um mentor e um conselheiro político.

Na ocasião, Morales ainda destacou a "liderança do Brasil" na América Latina e a necessidade de fortalecer a integração e as políticas sociais regionais. "O Brasil é um irmão mais velho. Reconhecemos sua liderança na região", disse o presidente boliviano.

Lula deve participar nesta terça-feira (30) de um fórum econômico patrocinado pela construtora OAS, responsável pela obra de uma estrada que vem recebendo críticas da comunidade indígena boliviana. A rodovia cruzará de norte a sul o Parque Nacional Isiboro Sécure, a maior reserva florestal do país, cujos rios são uma importante fonte de água doce da América do Sul.

Fonte: Ansa
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Contraponto 6118 - "Nove estádios até 2012"



Por Marco Antonio L.

Da Reuters

Dilma: nove estádios da Copa estarão prontos em dezembro de 2012

BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que nove dos 12 estádios que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014 estarão prontos já em dezembro do ano que vem.

12 arenas que receberão os jogos, 10 estão em obras, sendo que a conclusão de nove delas está prevista para dezembro de 2012, bem antes do início da Copa", disse Dilma em sua coluna semanal em jornais "Conversa com a Presidenta".

As duas arenas que estão com os cronogramas atrasados são as de São Paulo e Natal, que deverão ficar prontas meses antes do Mundial.

Ambas as cidades já foram descartadas da Copa das Confederações, evento teste do Mundial que será realizado em junho de 2013. Segundo a Fifa, os estádios da Copa podem ser entregues até fevereiro de 2014.

No caso da arena do Corinthians, que está sendo construída na zona leste da capital paulista, as obras só começaram no fim de maio e têm previsão de duração de 30 a 33 meses. No estádio de Natal, os trabalhos sequer começaram.

"Os obstáculos à construção do Itaquerão, em São Paulo, já foram superados e estão sendo criadas as condições para o início das obras na Arena das Dunas, em Natal", disse Dilma.

A presidente também comentou sobre as obras para expansão dos terminais aéreos, uma das preocupações da Fifa para a realização da Copa do Mundo. Segundo Dilma, "em seis aeroportos das cidades-sedes, as obras já começaram e, em cinco outros, a licitação já está em andamento".

Até dezembro, o governo pretende licitar à iniciativa privada os terminais de Brasília, Guarulhos e Viracopos.

Na semana passada, houve a concessão do primeiro aeroporto à iniciativa privada no país, o terminal de São Gonçalo do Amarante (RN), que não tem garantias de ser finalizado a tempo do Mundial.

Dilma afirmou também que as obras de modernização nos portos serão iniciadas ainda neste ano e deverão estar concluídas até 2013.

(Por Hugo Bachega)

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Contraponto 6117 - "Caso Veja/Dirceu revelará em que país você vive"

Eduardo Guimarães

Estou em Curitiba a trabalho, envolto em reuniões durante o dia e em intermináveis jantares de negócios à noite, de maneira que serei curto e grosso ao dizer um fato que peço que anote em sua agenda mental, leitor, caso queira saber em que país tem vivido.

A melhor coisa que poderia ter acontecido ao Brasil foi a Veja ousar tanto quanto ousou em seus delírios de poder. Pouco mais há o que dizer em relação a esse caso, apesar de a “grande” imprensa ter sonegado seus prestimosos serviços à Nação.

Isso porque a “pequena” imprensa deu conta do recado fazendo uma cobertura célere e objetiva do caso tanto em blogs como em sites, com análises claras e fundamentadas e até matérias informativas dignas de qualquer grande veículo.

Já na manhã de domingo (28), por exemplo, o site Brasil 247 saía com uma entrevista com Rogério Tonatto, gerente do hotel Naoum, onde ocorreram eventos dignos de folhetim de suspense. À tardinha, o site Viomundo publica nova entrevista do mesmo Tonatto.

Ficamos bem servidos de imprensa, os que temos internet e interesse pelo jogo do poder. Mas e o imenso “resto” da sociedade?

Bem, mas a questão não é essa. O que quero dizer muito rápida e claramente a você, caríssimo leitor, é que esse caso veio a calhar em um momento em que o governo Dilma já manifestava oficiosamente a intenção de engavetar qualquer projeto de regulação da mídia.

Com esse ato delirante de ousadia da Veja, um ato de crença absoluta na impunidade, na premissa inaceitável de que a “grande imprensa” está acima da lei e dos demais cidadãos, agora saberemos, de uma vez por todas, em que tipo de país vivemos.

A revista e seu repórter têm contra si acusações gravíssimas, clara e insofismavelmente inscritas no Código Penal e que contam com provas documentais, testemunhais e, se bobear, até uma confissão assinada publicada nos seus blogs de esgoto…

Se o que a Veja ousou não gerar os desdobramentos que enumero a seguir, portanto, esqueça. Voltemos à prancheta porque este país estará fadado à perda de mais esta janela de oportunidade. Eis o que tem que ocorrer:

1 – A Justiça tem que condenar a Veja. E não só penal e pecuniariamente, mas também a se retratar e a dar espaço equivalente às suas vítimas. E rápido, pois provas não faltam.

2 – O governo Dilma Rousseff tem que enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei que imponha regras a esse prostíbulo nojento que é a Comunicação no Brasil.

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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Contraponto 6115 -"Falácia da Veja demonstra necessidade de limites, diz senador"

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29/08/2011

Falácia da Veja demonstra necessidade de limites, diz senador


Humberto Costa

Do Vermelho 29 de Agosto de 2011 - 17h30


O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou, em discurso nesta segunda-feira (29), que a matéria publicada pela revista Veja no último fim de semana, com informações que teriam sido obtidas clandestinamente, "evidenciou a necessidade de se discutir os limites de iniciativas de órgãos de imprensa danosas à imagem de pessoas públicas", a partir de "acusações vazias, falaciosas, lançadas a partir de dados que nada expressam".

Segundo disse, não se trata de cercear a liberdade de expressão, mas sim "pôr fim a eventos em prejuízo aos limites da ética jornalística".

Reportagem da revista Veja acusa o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, de manter um gabinete paralelo em Brasília, visando influenciar e até conspirar contra o gestão da presidente Dilma Rousseff. O material mostra encontros de José Dirceu com parlamentares e figuras importantes do governo.

"Sob o falso pretexto de jornalismo investigativo, a revista provavelmente cometeu ato ilegal com a tentativa de invasão de domicilio, conforme será esclarecido em inquérito em curso na Polícia Civil do Distrito Federal", disse.

A direção do Hotel Naoum, onde José Dirceu se hospeda e recebe políticos, registrou em boletim de ocorrência a tentativa de invasão do quarto em que se hospeda o ex-ministro. Segundo a acusação, o repórter teria, por duas vezes, tentado entrar no quarto, primeiro enganando uma camareira e depois se passando por outra pessoa, afirmou o senador.

Também se desconfia que outros crimes possam ter sido cometidos, entre eles, o suborno de funcionários ou a instalação ilegal de grampos no sistema interno de TV que garante a segurança do local, disse Humberto Costa.

A desconfiança se sustenta no fato de a revista ter publicado imagens do circuito interno em preto e branco, sendo que o sistema do hotel gera imagens em cores. Com as evidências de espionagem ilegal, a direção do Naoum anunciou que também irá acionar a Polícia Federal nas investigações, disse ainda o líder do PT.

"A democracia conquistada neste país é um bem precioso, mas ela também vem acompanhada de outros valores: a apuração minuciosa dos fatos, a partir de provas contundentes e de resultados de investigações já feitas, é necessária antes de se lançar qualquer acusação sem cabimento contra qualquer pessoa: homem público, cidadão ou cidadã", argumentou Humberto Costa.

A matéria publicada pela Veja neste fim de semana afirma que, em um "gabinete paralelo", José Dirceu despacha com parlamentares e figuras importantes do governo Dilma Rousseff e teria o objetivo de conspirar contra a gestão da presidente.

Fonte: Agência Senado
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Contraponto 6114 - " Dilma quer crédito para 'pequenos' "


29/08/2011

Dilma quer crédito para “pequenos”

Carta Capital - 29/08/2011

Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (29) que a concessão de crédito para pequenos empreendedores não pode ser um peso, mas uma alavanca que impulsione os negócios. Ao falar sobre o lançamento do Programa Nacional de Microcrédito (Crescer), ela lembrou que 3,4 milhões de pessoas devem ser beneficiadas até 2013.

“A partir de agora, o pequeno empreendedor que pegar dinheiro emprestado vai pagar uma taxa de juros bem mais baixa, de apenas 8% ao ano. Antes, a taxa de juros chegava a 60% ao ano”, explicou, no programa semanal Café com a Presidenta.

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Segundo Dilma, o Crescer foi criado para profissionais como costureiras, pipoqueiros e artesãos. Cada um pode ter acesso a até R$ 15 mil. “É um crédito para quem precisa de um empurrãozinho”, disse.

Além de juros mais baixos, o governo anunciou uma tarifa de abertura de crédito menor – de 3% para 1% do valor emprestado. O valor é válido para qualquer profissional com faturamento de até R$ 120 mil ao ano.

Outra novidade é que os quatro bancos públicos federais – o Banco do Nordeste, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco da Amazônia – terão de emprestar, até o final do ano, R$ 654 milhões nas linhas de financiamento do Crescer e atender 734 mil clientes. Para 2012, as metas sobem para R$ 1,73 bilhão e 2,24 milhões de pessoas atendidas e, em 2013, para R$ 3 bilhões e 3,46 milhões de beneficiários.

“O microcrédito vai criar empregos e oportunidades para milhões de brasileiros. Com o Crescer, os pequenos empreendedores brasileiros terão a oportunidade de realizar o sonho de ter seu próprio negócio e de conquistar uma vida melhor, com liberdade e autonomia”, concluiu Dilma.

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Contraponto 6113 - "O fim do neoliberalismo, sem autocrítica"

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Por JB Costa

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2908201109.htm

LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA

O mal-estar dos nossos dias

Os anos neoliberais do capitalismo terminaram com a crise financeira de 2008, que os desmoralizou

VIVEMOS UM tempo de crise, um tempo de mal-estar. A selvagem revolta no Reino Unido mostrou com clareza; foi uma reedição agravada das revoltas da França de 2005.

Essas, como as manifestações mais moderadas e mais objetivas na Grécia, na Espanha, e na própria Inglaterra contra as políticas de austeridade impostas pelos credores ou então autoimpostas pelo próprio governo conservador, demonstram que não vivemos dias felizes.


A miséria material continua a identificar países pobres e explorados da periferia, mas a miséria humana, a sensação de insegurança e falta de perspectivas e a frustração generalizada estão em toda parte. Especialmente no mundo rico.

Os EUA, que no pós-guerra eram uma sociedade coesa e vigorosa, hoje são uma sociedade dividida e desorientada. Na Europa a crise provocada pelo euro sugere para todos a estagnação senão a decadência econômica.

Como explicar o que está acontecendo? É o capitalismo que fracassou, é o Estado social que foi destruído, como afirma um crítico tão radical como brilhante como é Slavoj Zizek? Não aceito esse tipo de diagnóstico.

Os 30 anos neoliberais do capitalismo foram um tempo de retrocesso social e político, de aumento brutal das desigualdades e da instabilidade financeira e de diminuição das taxas de crescimento econômico. Mas o Estado social europeu sobreviveu porque foi defendido em eleições democráticas.

Foi então porque o mundo moderno perdeu seus parâmetros morais, como pretendem os conservadores? Não vale a pena perder tempo com esse tipo de não-explicação. As revoltas nem sempre são racionais, e muitas vezes não são sequer razoáveis, mas são sempre morais.

Mostram sempre indignação moral contra a injustiça, o privilégio e a corrupção dos ricos. Os revoltosos de Londres agiram em alguns momentos como criminosos, mas não subestimemos sua indignação.

Houve, sim, decadência moral no nosso tempo. Mas a perda de parâmetros morais decorreu da aliança contraditória e malsã do conservadorismo com o neoliberalismo - com uma ideologia ferozmente individualista, que nega de forma militante solidariedade e interesse público.

Os progressistas não têm o monopólio da moral, já que os conservadores foram sempre guardiões da moralidade, embora a confundindo com a ordem estabelecida. O conservador apenas não estava disposto, como estão o progressista e o revolucionário, a arriscar a ordem em nome da justiça social.

Quando, entretanto, nos 30 anos neoliberais, o conservadorismo foi capturado pelo neoliberalismo, tornou-se uma fonte de desorganização social e de retrocesso moral.

O mal-estar do nosso tempo só será superado quando o mundo rico redescobrir o futuro. Mas essa redescoberta só pode ser feita quando fizer a crítica ao neoliberalismo.

Os anos neoliberais do capitalismo terminaram com a crise financeira de 2008, que os desmoralizou, como desmoralizou a teoria econômica neoclássica que os justificava.

Mas nem as elites conservadoras nem os intelectuais progressistas foram capazes de fazer a crítica necessária do que aconteceu. Nem de reafirmar sua confiança na ideia do progresso ou do desenvolvimento.

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