terça-feira, 8 de agosto de 2017

Nº 22.036 - "Delfim, Steinbruch e Nakano: o calote vem aí ! "


08/08/2017


Delfim, Steinbruch e Nakano: o calote vem aí!

Sem dar um calote nos rentistas não se governa!


Do Conversa Afiada  - 08/08/2017
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Conversa Afiada sustenta que muita gente boa, perto de assumir o poder em 2018, já sabe que, se não der um calote nos rentistas, não haverá dinheiro para governar - e muito menos para cumprir os compromissos com os pobres que, progressivamente, são cercados pelas grades do Nazismo.
A tese do calote prospera, inclusive, entre pensadores insuspeitos:
De Delfim Netto, no PiG cheiroso, em artigo "Semana didática":
O Brasil está fiscalmente quebrado! O seu setor público não cabe no PIB. No período 2010-13, a divida bruta/PIB ficou praticamente estável em 52%. Vamos terminar 2017 com 75%. Um crescimento de 13% ao ano! No mesmo período, o superávit primário médio de 2,4% do PIB foi transformado num déficit primário de 2,1%, o que está produzindo um aumento explisvo (sic) da relação dívida/PIB.
De Benjamin Steinbruch, especialista em aditivos na Ferrovia Transnordestina e vitorioso defensor da tese de que o trabalhador não precisa de mais do que alguns breves minutos para almoçar - em artigo na Fel-lha:
Não há salvação para a economia sem crescimento. A deterioração das contas do governo é muito agravada pela recessão. Mesmo que reformas importantes, como a da Previdência, sejam aprovadas, a dívida pública continuará a crescer se não houver retomada econômica que gere receitas públicas.

A política equivocada e omissa que manteve os juros altos tem custo imenso. Os juros sobre a dívida pública chegam a quase 7% do PIB.

Para recolocar o país em crescimento, é necessário ir ao ataque, baixar mais os juros,

extirpar o rentismo que domina o cenário há décadas

(ênfase minha - PHA), oferecer crédito com taxas civilizadas a empresas e famílias e prestigiar investimentos produtivos, inovadores e criadores de emprego.
O que se confirma com as sempre sensatas observações do professor Nakano:

Ajuste fiscal e expectativas de longo prazo


(...) Entretanto, este quadro de tênue "equilíbrio de otimismo espontâneo" poderá se romper com os últimos anúncios do governo na sua agenda fiscal. De um lado, o não cumprimento da meta fiscal para este ano, que era relativamente folgada. Segundo, a decisão de aumentar a tributação sobre gasolina. E em terceiro lugar, as liberalizações feitas pelo Palácio do Planalto para bloquear a ação do Ministério Público Federal. Estas decisões reduzem drasticamente a credibilidade da política de fixação real do teto fiscal. 

Rompe-se assim alguns princípios fundamentais para um ajuste fiscal bem sucedido, isto é, capaz de reduzir a relação dívida pública/PIB em alguns anos. De partida, apesar da meta ser relativamente folgada, o superávit primário prometido não será alcançado no primeiro ano, e a dívida pública aumentará mais do que previsto. Sabemos pela análise de casos de sucesso em ajuste fiscal, que o governo tem que cortar os gastos correntes, principalmente de folha de pessoal, para modificar a dinâmica de gastos. 

Aqui, ao contrário, o governo concedeu aumento salarial neste ano para o funcionalismo e já fixou aumento também no próximo ano, abrindo exceção à regra de teto, abrindo espaço para reivindicação para aumento de outros gastos. Por que uma categoria privilegiada em termos de salário, quando comparado ao mercado, pode ter aumento em detrimento de outros gastos prioritários para a sociedade? Desta forma, a dinâmica de gastos, em grande parte fixada por lei, ou Constituição ou por convenção, vai fazer com que a despesa continue crescendo e acontecerão novos aumentos de impostos.

E por fim, o jogo político, conflito institucional, praticamente inviabilizou a reforma previdenciária, e deixou o Executivo muito mais frágil às pressões e chantagens políticas.

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