terça-feira, 28 de julho de 2015

Contraponto 17.324 - "Reunião de governadores reflete divisão do PSDB"

.

28/07/2015


Reunião de governadores reflete divisão do PSDB


Brasil 247 - 27 de Julho de 2015


:


O senador Aécio Neves não reclama à toa da reunião entre a presidente Dilma e os 27 governadores na quinta-feira, que ele chamou de “desnecessária". Chamada por Dilma, a reunião pode resultar numa aliança que funcionará como eficiente rede de proteção à presidente contra os adversários que tentarão derrubá-la. A informação do Planalto é de que todos já confirmaram presença. Inclusive os dez governadores de oposição, que incluem os tucanos Geraldo Alckmin e Marconi Perillo.

A presença dos tucanos reflete também a divisão interna do PSDB. Enquanto a direção partidária, sob o comando de Aécio, prepara inserções no rádio e na televisão convocando para as manifestações contra Dilma e o governo no dia 16 de agosto, Alckmin e Perillo vão discutir a conjuntura política e econômica, a governabilidade e a reforma do ICMS com a presidente, que deve estar acompanhada por ministros políticos e econômicos.

Nem o impeachment, que deixaria o governo para o peemedebista Michel Temer, nem a impugnação da chapa Dilma-Temer pelo TSE, que levaria à convocação de nova eleição, interessam a Alckmin e Perillo. Ambos estão tratando de se credenciar como candidatos presidenciais do PSDB para a disputa de 2018, certos de que o ciclo de governos petistas deve se encerrar pelas urnas, não por atalhos. E para se credenciarem, têm interesse numa agenda federativa que lhes permita chegar a 2018 bem avaliados e com bons resultados em seus estados.

Não é diferente o cálculo dos governadores de outros partidos, que com frequência têm condenado a tese do impeachment alegando, como fez há três dias Renan Filho (AL), que isso fará a situação do país piorar, ao invés de melhorar.

Eles vão ao encontro de Dilma sabendo o que fazem e sabendo o que busca a presidente nesta hora de apuros: ampliar seus pontos de apoio e reduzir o isolamento. Mas levarão, é claro, suas demandas. O pacto que pode sair da reunião, possivelmente tácito e não falado, é elementar: eles se comprometem com a defesa da governabilidade e do respeito ao mandato de Dilma mas querem em troca a solução de alguns problemas federativos. Com a queda da arrecadação federal, as transferências do FPE também vão minguar. Como o governo federal pode ajudá-los na “travessia”, para usar a palavra empregada pela presidente? Eu não sei mas o governo sabe que alguma coisa terá de oferecer.

O ministro Joaquim Levy quer avançar num acordo sobre a unificação das alíquotas de ICMS. Os governadores estão mais dispostos, desde que o governo acelere a criação de dois fundos. O de desenvolvimento regional, para compensar o fim da guerra fiscal (oferta de impostos menores ou isenções para atrair investimentos) e o de compensação para as perdas dos estados que tiverem de reduzir alíquotas.

Como os governadores podem ajudar Dilma? Já não estamos na era da política dos governadores, em que eles mandavam e as bancadas obedeciam. Mas ainda é grande a dependência dos deputados em relação aos governos estaduais. E nas batalhas de agosto/setembro, que incluirão a votação de suas contas, Dilma vai precisar mesmo é de voto no Congresso.

A rua conta, e muito. E esta batalha ela e o PT vão enfrentar com a ofensiva de comunicação que inclui o programa do partido e as inserções de agosto e uma intensa agenda de exposição da presidente em viagens, entrevistas e encontros com a sociedade.

Hoje mesmo a Secretaria Geral da Presidência lançará o site "Dialoga Brasil", uma plataforma que, mais adiante, terá até um aplicativo para celulares, para incrementar a interação entre governo sociedade, avaliar o humor da população e preparar respostas adequadas

.

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista