quinta-feira, 30 de abril de 2015

Contraponto 16.629 - "A hora é agora: 6ª feira, 1º de Maio de 2015 "

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30/04/2015


A hora é agora: 6ª feira, 1º de Maio de 2015 


A mobilização contra o avanço conservador já não pode tardar. Nada é mais importante do que agigantar a força das manifestações neste 1º de Maio. A hora é agora   


Carta Maior - 27/04/2015    



por Saul Leblon 


Uma semana antes deste 1º de Maio de 2015, 79% da bancada do PSDB na Câmara e uma proporção exatamente igual do PMDB votaram pelo desmonte dos direitos trabalhistas no Brasil. À petulância conservadora o PT respondeu com 100% dos votos em defesa da CLT, assim como o PSOL e a bancada dos representantes do PCdoB.

O cálculo do cientista André Singer encerra grave advertência e uma incontornável convocação.

O conservadorismo considera que é hora e há ‘clima’ para esfolar os assalariados brasileiros, sangrar a esquerda e colocar de joelhos os sindicatos. Um pouco como fez Margareth Tatcher contra os mineiros na emblemática greve de 1984.

Aécio, Cunha, Skaf, Paulinho ‘Boca’ e assemelhados sabem o que estão fazendo.

Rompido o lacre da regulação do trabalho, a ganância dos mercados reinará absoluta na dinâmica do desenvolvimento brasileiro, como aconteceu na ascensão do neoliberalismo com a derrota sindical inglesa de 1984.

A ordem unida da mídia, dos patrões, tucanos e pelegos em torno da agenda da terceirização condensa assim um divisor de época.

Só há uma resposta à altura para isso na História: a construção de uma frente ampla progressista, que comece por ocupar as ruas do Brasil nesta sexta-feira, para devolver ao 1º de Maio o seu sentido e aos democratas um instrumento capaz de reverter o golpe branco que tomou de assalto o país.

Muito do que acontecerá no Brasil nos próximos dias, meses e anos refletirá a abrangência dessa mobilização.

Inclua-se aí a rejeição da PL 4330, mas também o desfecho da espiral golpista travestida de faxina política de seletividade autoexplicativa  (leia a análise de Najla Passos; e os editoriais de Joaquim Palhares e de Saul Leblon.)

Nada é mais importante do que agigantar a força das manifestações contra os coveiros da CLT e da democracia social neste 1º de Maio.

Informe-se junto ao seu sindicato, reúna os amigos, convide os colegas de trabalho.

Não cabe mais perguntar que horas são.
 

O tempo é de dar respostas – nas ruas.
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Contraponto 16.628 - "Dilma deu uma bofetada na Rede Globo ao rejeitar a tevê no Dia do Trabalho. Por Paulo Nogueira"


30/04/2015


Dilma deu uma bofetada na Rede Globo ao rejeitar a tevê no Dia do Trabalho. Por Paulo Nogueira




Diário do Centro do Mundo - 30 abr 2015


TV já era

TV já era


Paulo NogueiraExistem problemas reais, e existem falsos problemas.
Falso problema é, por exemplo, Dilma falar ou não por rede de tevê no Dia do Trabalho.


Em plena Era Digital, exigir que Dilma apareça na televisão é uma questão de obsolescência mental.

Vi, sem surpresa, a oposição tentando tirar bovinamente proveito da decisão presidencial de limar a tevê. Aécio pontificou.

Aécio não perde a oportunidade de falar quando poderia ficar quieto.

(E, como no caso dos professores do Paraná, de silenciar quando deveria falar.) Renan também nos obsequiou com suas imprescindíveis considerações sobre o gesto de Dilma. Não lembro mais o que Renan disse, mas foi com certeza alguma coisa fascinante.

Essa é a vida.

Mas, com alguma surpresa, vi gente de esquerda também indignada com Dilma.

Aí não faz, simplesmente, nexo.

Tudo que Dilma possa fazer para dessacralizar a televisão entre os brasileiros é bem-vindo, dado o mal que Globo e demais emissoras representam para a sociedade.

Repito: tudo.

Há uma tradição inercial pró-televisão, e particularmente pró-Globo, que deve ser rompida.
Por que, por exemplo, o último debate para presidente é ainda na Globo?

Os opositores dizem que por trás da decisão de Dilma está um alegado receio de um panelaço.
Ainda que seja esta a motivação: evitar as panelas dos analfabetos políticos. Mesmo assim, o fato, em si, é positivo.

Estamos na Era Digital: é um recado inteligente, mesmo para os paneleiros que se movem sob a manipulação da imprensa e da própria ignorância.

Eu até admitiria pensar duas vezes sobre o tema se Dilma fosse uma mestra da tevê, como Lula, mas definitivamente não é o caso.

De resto, importante, mesmo, é o conteúdo da fala.

Há vários assuntos importantes para os trabalhadores, como a terceirização.

O pronunciamento de Dilma, seja em que plataforma for, é uma chance para ela deixar claro que é contra – visceralmente contra — a terceirização das atividades fim, como querem Eduardo Cunha e seguidores.
Num plano mais sonhador, me ocorre que Dilma poderia também endereçar sua solidariedade, ainda que atrasada, aos professores do Paraná, tratados selvagemente pelo governador Beto Richa.
Veremos o que Dilma dirá.

De toda forma, rejeitar a televisão foi um gesto histórico – um reconhecimento de que são outros os tempos, e uma bofetada bem dada na Rede Globo.


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Paulo Nogueira. Jornalista,  fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
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Contraponto 16.627 - "Janio: prender só dentro da legalidade é fundamento da democracia"


30/04/2015


Janio: prender só dentro da legalidade é fundamento da democracia


Tijolaço - 30 de abril de 2015 | 09:48 Autor: Fernando Brito
joao

Ainda bem que sobram – poucos, é verdade – comentaristas que são capazes de restabelecer um mínimo de racionalidade política no acompanhamento da corrupção objeto desta “Operação Lava-Jato”.

Porque, em geral, o que assistimos no ambiente histérico da mídia é o aplauso ao linchamento seletivo – e partidarizado – promovido pela “República do Paraná” – o Estado dos métodos democráticos que assistimos ontem, com as imagens chocantes de dezenas de professores com os rostos cobertos de sangue.

Janio de Freitas, hoje, vale-se menos dos argumentos de Teori Zavascki que da confissão  dos procuradores paranaenses de que “a (privação humilhante da) liberdade era um trunfo que a gente tinha para convencê-los a falar mais”para mostrar o paroxismo a que chegamos.

A lei, se não é para todos, torna-se apenas um instrumento mesquinho de política.

E a regra da liberdade não é nem, bem assim, uma novidade: há exatos 800 anos, em 1215, a primeira Constituição inglesa, assinada (e descumprida) por João Sem Terra, dizia: “Nenhum homem livre será preso, aprisionado ou privado de uma propriedade, ou tornado fora-da-lei, ou exilado, ou de maneira alguma destruído, nem agiremos contra ele ou mandaremos alguém contra ele, a não ser por julgamento legal dos seus pares, ou pela lei da terra.”


Cercados e coagidos

Janio de Freitas, na Folha

O reconhecimento, por condutores da Lava Jato, de que a meia libertação de nove dos seus presos vai dificultar novas adesões à delação premiada não precisava de detalhamento para revelar a sua índole. Ainda assim, ao menos um dos condutores quis frisar que, até a decisão do Supremo, “a liberdade era um trunfo que a gente tinha para convencê-los a falar mais. Agora, teremos que repensar”.

Toda coerção é violência. Por isso coagir não é um recurso legítimo. Seja de obter informações, ou do que mais for.

Toda coerção provém da visão deformada que o autor tem do seu poder, exacerbando-o. Ocorra isso por circunstâncias em que o coagido não tem condições de reagir à altura, ou como manifestação de uma personalidade patológica. Neste ou naquele caso, a posição enfraquecida de um e a posição privilegiada de outro compõem sempre uma situação de covardia, além de física, moral.

O essencial em tal questão foi levantado, com o percurso próprio e melhor estilo, pelo ministro Teori Zavascki como relator do habeas corpus que levou à meia liberdade dos nove. Ao reconhecer que o juiz Sergio Moro não apresentara evidências de risco de fuga ou perturbação de investigações por parte dos presos, além da extensa prisão preventiva de quase meio ano, assim o ministro sintetiza a proposta de volta ao rigor legal:
“A credibilidade das instituições somente se fortalecerá na medida em que forem capazes de manter o regime de estrito cumprimento da lei”.

Aí está um aprendizado que os brasileiros precisam fazer. Caso haja real desejo de chegar a um regime de fato democrático. Estamos cercados de coerções e outros autoritarismos e prepotências por todos os lados. Mas, se não forem fatos gritantes como a arbitrariedade policial ou o juiz que prende quem deve multá-lo, ou nem se percebe a predominância do autoritarismo, ou é aceito como natural.

Do próprio Congresso vem mais uma demonstração nesse sentido. Surgidos dois documentos feitos em computador do seu gabinete, suspeitos de conterem coerção para reativar subornos de duas empresas, a providência imediata de Eduardo Cunha é valer-se da presidência para a demissão sumária do diretor de informática da Câmara. Como complemento, diz que os documentos configuram uma conspiração em represália à disciplina que, dias antes, teria imposto à seção de informática.

Nas várias suspeitas que o atingem há muitos anos, é inegável que Eduardo Cunha tem sempre uma resposta pronta e articulada. O problema é que, de tão prontas e articuladas para transferir a suspeita, as explicações se tornam elas mesmas suspeitas de álibi construído.

À reprise foi agora acrescentada a prepotência. Nas circunstâncias e por ser sumária, a demissão do funcionário implica acusação grave. Sem a devida apuração, necessária também por lei. Mas, apesar de sua motivação e desregramento, sem reação do conjunto de deputados e do corpo de funcionários. Embora até as suspeitas suscitadas pelos documentos e por sua origem persistissem vivas.

A Lava Jato “tem que repensar”. Pode ser um bom começo. Prender criminosos precisa ser um ato só da legalidade e da democracia.
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Contraponto 16.626 - "Dilma é contra ampliação da terceirização"

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30/04/2015

Dilma é contra ampliação
da terceirização

Presidenta criticou aspectos do PL 4330, que trata da terceirização, e ressaltou que garantirá direitos dos trabalhadores.


Conversa Afiada - 30/04/2015


Dilma recebeu representantes da CUT, da CTB e da Intersindical (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)


Dilma Rousseff encontrou-se nesta quinta-feira (30) com representantes de centrais sindicais no Palácio do Planalto e criticou aspectos da lei de terceirização. A presidenta declarou ser contra a terceirização para atividade-fim, presente no PL 4330.

“Eu sei que é urgente e necessário regulamentar o trabalho terceirizado, para que milhões de trabalhadores tenham proteção e garantia de salário digno. É importante para os empresários porque significa segurança. No entanto, a regulamentação precisa manter a diferenciação entre atividades-fim e atividade-meio nos mais diversos ramos da atividade econômica”, declarou.

O encontro com as centrais sindicais antecedeu o Dia do Trabalho, quando Dilma não falará na TV e, sim, na internet. A presidenta ressaltou que o Governo continuará ao lado do trabalhador. “É necessário para assegurar que o trabalhador tenha a garantia dos direitos conquistados nas negociações salariais”, disse a mandatária.

Dilma pretende debater mudanças em regras trabalhistas e previdenciárias, como fator previdenciário e um programa de proteção ao emprego.

A presidenta ainda deixou um recado aos trabalhadores. “Vocês podem contar com essa presidenta porque vamos estar do lado do interesse dos trabalhadores e trabalhadoras do país”.

O PL 4330, que trata da terceirização, já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e, agora, tramitará no Senado.

Estiveram presentes no encontro entidades sindicais como CUT, CTB e Intersindical.


João de Andrade Neto
, editor do Conversa Afiada


Abaixo, outras frases de Dilma no encontro:


- Os problemas que tivemos decorrem de dois fatos: razões internacionais e razões internas;

- Tomamos um conjunto de medidas e fizemos esses ajustes para reduzir a inflação e voltar a crescer com bases sólidas;

- É importante afirmar que mantivemos os direitos trabalhistas, previdenciários e nossas políticas sociais;

- O 1º de Maio tem sido uma data para avaliar, avançar e celebrar conquistas;

- Em março de 2015, enviamos ao Congresso a política de valorização do salário mínimo de 2015 a 2019;

- Também, em março, foi enviado a correção da tabela do imposto de renda;

- É importante lembrar que, desde 2011, o governo envia (ao Congresso) todos os anos a correção da tabela do imposto de renda;

- Estamos acompanhando o debate q agora está no Senado. O esforço do governo é fazer com que o direito dos trabalhadores seja garantido;

- Estamos hoje assinando um decreto constituindo um fórum de debate sobre políticas, trabalho, renda e previdência;

- Para construir consensos e evitar violência, o único caminho que existe é o do diálogo;

- Consideramos que as manifestações dos trabalhadores são legítimas e que temos que estabelecer esse diálogo sem violência;

- Mantemos a fé no País e, por isso, no próximo ano vamos ter novas conquistas para celebrar;

- É necessário para assegurar que o trabalhador tenha a garantia dos direitos conquistados nas negociações salariais;

- Vocês podem contar com essa presidenta porque vamos estar do lado do interesse dos trabalhadores e trabalhadoras do país;

- Nos últimos 4 anos do meu mandato, por meio da política de valorização, tivemos um aumento do salário mínimo acima da inflação de 14,88%;

- Sobre o PL da Terceirização, é urgente regulamentar o trabalho terceirizado no Brasil para que tenham proteção e garantia de salário digno;

- No entanto, a regulamentação precisa manter a diferenciação entre atividades fim e atividades meio;


Leia também:

Não é terceirização ! É demissão, diz Vagner

Terceirização: Renan dá chega pra lá em Cunha

Terceirização vai criar carcaças de empresas!

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Contraponto 16.625 - "Requerimento reforça Cunha na mira da Lava Jato"

Contraponto 16.624 - "Francischini é o brucutu da porrada. Richa é o mandante truculento. Ambos iguais"


 Palavra Livre - 30/04/2015


Por Davis Sena Filho 

Beto Richa é playboy, tal qual a Aécio Neves e Cássio Cunha Lima. Eles se divertem e as suas “douradas” vidas, adoidados, sempre em cargos eletivos e de relevância, como os de governadores e de senadores. Nunca moveram uma palha para se elegerem e pegaram a carona político-partidária de seus pais e avô, Tancredo Neves, Ronaldo Cunha Lima e José Richa. Politicamente são mais conservadores que seus progenitores, apesar de serem de uma geração mais jovem.

Viveram a vida inteira no high society, em baladas e festas, não conhecem as dificuldades pelas quais passam a maioria dos brasileiros, bem como não compreendem a dor alheia, porque viveram, de forma ampla, em um mundo hedonista, privado, sectário e dedicado a poucos, com a cooperação do Estado, transformado em patrimonialista, ou seja, direcionado para atender às demandas da alta burguesia, da qual fazem parte esses três políticos criados a pão de ló, farinha láctea e todo tipo de achocolatado, para que esses meninos, coxinhas, crescessem e se divertissem como chefes de governos de estados.

Contudo, o assunto é o senhor playboy Beto Richa, autêntico político autoritário e despido de quaisquer sensibilidades sociais. Há anos este filho das elites escravocratas e inquilino da Casa Grande tripudia contra o povo paranaense, de forma fascista e virulenta. Richa, o playboy das Araucárias, considera que negociar é ser derrotado, porque em sua cabeça reacionária e conservadora, os trabalhadores não passam de mão de obra barata para alimentar a opulência e a fartura das classes sociais abastadas, que, divorciadas dos interesses do Brasil, pisoteiam os mais fracos e violam todos os códigos da civilidade, de honra e respeito.

E por quê? Porque não é normal e nem civilizado que tal brucutu, a ter como seu assecla, o violentíssimo, pois truculento, o secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, um valentão acusado de horrores praticados, como os acontecidos quando ele andou pelo Estado do Espírito Santo. Além disso, tal ser bestial conspirou efetivamente em Brasília para que o governador do DF, o petista Agnelo Queiroz, fosse derrubado do poder, ao ponto de Francischini pensar em concorrer ao cargo de governador da capital do País, mesmo a ser um político do Paraná.

Lamentáveis são as cenas de barbáries praticadas por esse dupla dinâmica às avessas, que, perversamente, mandou “sentar” a porrada em trabalhadores da Educação, em estudantes e em quem quer que seja, se ousasse a questionar o governo direitista, violento e autoritário de Beto Richa e Fernando Francischini, este último que, na maior cara de pau, ainda almeja concorrer às eleições para prefeito de Curitiba, depois de a polícia comandada por esse político de perfil fascista ferir mais de 200 pessoas e sangrar dezenas e dezenas de professores, como não deixam margem à dúvidas as fotos e as filmagens dos massacres perpetrados pela polícia do Paraná, a mando de Richa e Francischini.

O bate-pau Francischini, o que “enfiou” um monte de parlamentares mequetrefes em um camburão para eles votar contra os interesses dos trabalhadores, mas que, por sua vez, foi impedido por um único servidor de se aproximar do carro por intermédio de um simples empurrão. O valentão do Paraná correu feito uma lebre velocista, em um medo que não condiz com sua condição de policial e muito menos com seus discursos — verdadeiras odes à violência, à macheza, ao “prendo e arrebento”, à desfaçatez e à falta de consideração e respeito.

A estupidez, a intolerância e a intransigência tucana é o DNA do PSDB e de seus congêneres, a exemplo do DEM, do SD, do PPS, que foi anexado pelo PSB, partido que abraçou com força a direita e traiu a aliança de 30 anos com o PT, a jogar sua história no lixo e deixar, sobretudo, sua militância perplexa ao tempo que admirada com tanta leviandade, ausência de discernimento político e percepção histórica, bem como a incontrolável vontade de servir, como um cão de caça, à sua nova patroa: a plutocracia e seus meios de comunicação privados e alienígenas.

Richa é um estúpido, no sentido literal da palavra. Somente um mandatário estúpido, em plena democracia, com as instituições a funcionar a toda prova, apesar das crises reais, artificiais e superdimensionadas por uma imprensa meramente de negócios privados, nomearia para ocupar o importante cargo de secretário de Segurança um homem da estirpe de Francischini, de passado sombrio, no que diz respeito à violência e à falta de discernimento sobre as questões e os antagonismos sociais, além de não ter a compreensão de que um político real e consciente serve aos interesses do povo, dos trabalhadores e não do status quo — do establishment.

Por seu turno, percebe-se nitidamente que o Paraná está à frente da reação contra a vitória do PT nas eleições presidenciais. Hoje, politicamente, o Estado sulista é mais agressivo que São Paulo, berço dos tucanos de alta plumagem e que também estão inconformados com quarta derrota consecutiva para o PT. O Paraná sempre foi conservador. É histórico. Todavia, o histerismo da direita paranaense ultrapassou todos os limites do que é civilizado e sensato, até porque a democracia tem regras, que são subordinadas à Constituição e ao Estado Democrático de Direito.

O Paraná se transformou em um Estado golpista e inconformado tanto quanto o playboy Aécio Neves, que desde sua derrota em outubro não pára de falar em impeachment contra uma mandatária legalmente eleita com mais de 54 milhões de votos e que não cometeu crimes de responsabilidade. O senador Aécio se transformou em um golpista, enquanto seu avô, Tancredo, sempre combateu golpes, desde os tempos do estadista e trabalhista gaúcho, Getúlio Vargas. É o fim da picada e um deboche contra a memória do antigo político mineiro, que, se vivo fosse, ficaria de “cara” com as diatribes e a alma de mau perdedor de seu neto, boêmio do Leblon e de Ipanema.  

E o Paraná continua a trilhar por veredas tortuosas em prol dos interesses do establishment nacional e internacional, a combater no campo do Judiciário e do MP o Governo Trabalhista, a fazer indevidamente política e a se intrometer em questões administrativas referentes às decisões de um governo ou de um presidente eleito, no caso a presidenta Dilma Rousseff.    

Autoridades como o juiz Sérgio Moro, os delegados da PF aecistas, que fizeram campanha contra a presidenta Dilma e ofenderam o ex-presidente Lula, mesmo a investigar um caso oficial grave, como a operação Lava Jato, estão indelevelmente a fazer política, e de oposição ao Governo. É nítido. Visível. Só não vê quem não quer ou não tem um mínimo de discernimento ou de conhecimento sobre a política brasileira e o nosso Judiciário.

Além do mais, autoridades estaduais e influentes, exemplificadas no governador e no secretário de segurança estão mancomunadas com essa gente, porque os interesses são os mesmos: derrubar a presidenta Dilma ou macular sua imagem, desqualificando-a, desvalorizando-a, a desconstruí-la, com o propósito de engessar seu governo e colocá-la até o fim de seu mandato em uma redoma infernal, de forma que quando acontecerem as eleições de 2018 o PT e suas lideranças não tenham chances de vitórias. Se é contra o Governo Trabalhista e o PT, aí vale tudo.

Por seu turno, se é contra o PSDB e seus congêneres, o mundo se torna irreal, pois surreal, ao ponto de greves de categorias grandes e influentes praticamente não existirem no Pará, no Paraná e principalmente em São Paulo. E por quê? Porque são estados controlados por tucanos e tucanos são “puros”, “legais” e “probos”. Os magnatas bilionários de imprensa mandam seus empregados esconder os fatos e as realidades, afinal o PSDB não tem caixa dois e nunca existiu o seu Mensalão, além de inúmeros escândalos protagonizados pela tucanagem.  E tudo isto com a complacência, a blindagem e a cooperação da imprensa dos magnatas bilionários, da Justiça e do MP. Beto Richa e Fernando Francischini podem ser estúpidos, mas sabem que contam com a imprensa familiar amiga para cometer suas tiranias e sangrar os trabalhadores. Trata-se do Paraná do PSDB.  É isso aí.

Contraponto 16.623 - "Lalo Leal: Globo é responsável pela despolitização do brasileiro"

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30/04/2015

Lalo Leal: Globo é responsável pela despolitização do brasileiro



Viomundo - publicado em 29 de abril de 2015 às 11:10

globo


Foto Mídia NINJA


“A Globo é a responsável pelo não aprofundamento da democracia no Brasil”


01/04/2015

Por Rafael Tatemoto, no Brasil de Fato

Laurindo Lalo Leal Filho é professor aposentado da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo. Seu principal objeto de estudo tem sido a análise de políticas públicas de comunicação, em especial para a televisão. Publicou, entre outros, os livros “Atrás das Câmeras: relações entre Estado, Cultura e Televisão” e “A melhor TV do mundo: o modelo britânico de televisão”. Hoje, apresenta o programa VerTv, exibido pela TV Brasil e é colunista do site Carta Maior.

Nessa entrevista para o Brasil de Fato, parte da cobertura especial “Globo 50 anos – O que comemorar?”, Laurindo falou sobre a história da emissora, os interesses que ela representa e como sua atuação se torna um obstáculo à ampliação da liberdade de expressão em nosso país.

Brasil de Fato: A Rede Globo está comemorando seu aniversário de 50 anos. Como ela serve de exemplo e nos ajuda a entender como os meios de comunicação foram estruturados no Brasil?

Laurindo Lalo Leal Filho: As Organizações Globo ocuparam um espaço que foi aberto na sociedade brasileira a partir da ideia de que não deve existir regulação para os meios de comunicação. A TV Globo é herdeira do jornal e da rádio Globo, que ocuparam, desde o início, sem nenhum tipo de controle, o espaço eletromagnético, as ondas de rádio e TV. Com isso, criaram uma estrutura que acabou se tornando praticamente monopolista. As concorrentes que surgiram acabaram por adotar o seu modelo, mas nunca conseguiram atingir os mesmos graus e índices de cobertura.

Ela conseguiu isso graças, primeiro, à total falta de regulação e, segundo, às relações que ela sempre buscou ter com os membros do poder, particularmente, aqueles mais conservadores.

A forte presença da Globo no cenário brasileiro é fruto da conjugação de vários fatores que acabaram determinando essa posição, que lhe deu a condição de pautar o debate político no Brasil.
Hoje, é a Globo que determina o que as pessoas vão conversar: é sobre novela, futebol ou escândalo político. São esses três eixos de conteúdo que ela oferece, de forma quase monopolista, sem que haja qualquer tipo de alternativa a esse debate.

A Globo se tornou um poder que impede uma maior circulação de ideias e a ampliação da liberdade de expressão. Hoje, o debate público é controlado pela Globo.

Como se deu esse processo em que a Globo se torna a maior empresa de comunicação do país?

O início foi o jornal O Globo. Depois veio a construção de canais para o rádio, entre os anos de 1930 e 1940. Em 1950, quando a televisão entra no Brasil, demora um pouco para as organizações Globo perceberem a importância desse novo veículo, mas, quando percebem, passam a fazer uma articulação, primeiro, para conseguir a concessão para um canal e, depois, obter benesses para tornar esse canal equipado.

O jornal e a rádio Globo obtiveram, através do seus presidente, Roberto Marinho, o canal que era pensado originalmente para ser a primeira emissora pública brasileira, que seria a TV Nacional, no Rio de Janeiro, durante a década de 50, no governo de Getúlio Vargas. Naquela época, o monopólio das comunicações estava nas mãos do Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados. Ele impediu, após a morte do Vargas, a criação dessa televisão pública.

As Organizações Globo se beneficiaram dessa ação do Chateaubriand contra o então presidente Juscelino Kubitschek. O Juscelino não criou a TV Nacional, mas acabou entregando o canal para a Globo. Esse foi o processo de outorga, que era uma forma de [o Juscelino] conquistar o apoio desse grupo que era economicamente mais bem organizado do ponto de vista empresarial que os Diários Associados, que já enfrentava uma crise. Esse foi o apoio político, mas houve também o apoio econômico.

Esse apoio a Globo foi buscar fora do Brasil, fazendo o famoso acordo com a [empresa estadunidense] Time-Life, garantindo, na época, 5 milhões de dólares para levantar as Organizações Globo. Esse processo foi considerado inconstitucional por uma CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] na Câmara dos Deputados, porque era uma empresa estrangeira investindo em uma empresa de comunicação brasileira. Entretanto, na ditadura militar essa decisão não foi levada em conta pelo governo federal e aí a Globo decolou. Teve, portanto, primeiro o apoio do Juscelino e depois dos militares.

Nesse processo, os Diários Associados foram à bancarrota, a Globo ocupou esse vácuo, emergindo como a grande empresa de comunicação do Brasil.

Você falou das relações com os setores conservadores. Especificamente em relação à ditadura, qual foi o papel da Globo?

O início da história golpista da Globo, ainda com a rádio e o jornal, pode ser localizada na tentativa de golpe contra o governo Vargas. Ali se tentou um golpe que foi adiado por dez anos: de 1954, com a morte de Vargas, para 1964, com a deposição do Jango [como era conhecido o ex-presidente João Goulart]. Houve uma campanha sistemática contra ele – como a que fazem hoje contra a presidente Dilma –, dando todo o apoio ao golpe militar e, depois, fazendo a sustentação política da ditadura, em troca de favores e vantagens.

Nesse sentido, qual o saldo da atuação da Globo na política brasileira?

A Globo é a responsável pelo não aprofundamento da democracia no Brasil. Ela faz isso através de dois mecanismos. O primeiro é a questão cultural, mantendo a população alienada, afastada do processo político através de uma programação que faz com que as pessoas deixem de prestar atenção a aquilo que é essencial à vida delas enquanto cidadãs, distraindo com a superficialidade da programação. A Globo é responsável pela despolitização do brasileiro.

De outro lado, está a defesa de interesses antipopulares. Nesses 50 anos, do governo Vargas até hoje, [a Globo] esteve comprometida com as classes dominantes do Brasil, todas as bandeiras populares que aprofundariam a democratização do país são demonizadas.

Quais bandeiras, por exemplo?

Podemos citar o caso das eleições diretas [processo de mobilização da sociedade civil conhecido como “Diretas Já”, ocorrido entre os anos de 1983 e 1984]. Naquele momento, por exemplo, era muito interessante manter as eleições indiretas, sobre as quais ela mantinha um controle muito maior. As diretas poderiam levar à eleição de um líder popular que não atenderia aos interesses da Globo.
A rede Globo usou todos os recursos para impedir a eleição do Leonel Brizola para o governo do Rio de Janeiro em 1982. Ela se colocou ao lado daqueles que queriam fraudar o pleito. Depois, quando ele ganhou, se tornou persona non grata na emissora.

Outra ação nefasta da Globo é perseguir políticos com posições não conservadoras, com posições mais voltadas para os interesses populares, tratando de maneira negativa. Excluiu Saturnino Braga, ex-prefeito do Rio de Janeiro. Trata de forma pejorativa líderes populares, como o [dirigente do MST, João Pedro] Stedile. Ou nem abre espaço para essas figuras. O próprio [ex-presidente] Lula sempre foi tratado de uma forma menor, subalterna. Há uma política editorial antipopular que é a marca dos 50 anos da rede Globo.

Pode-se dizer que é uma linha editorial de manipulação?

Uma política editorial de manipulação contra os interesses populares, sempre a favor das elites.

Do ponto de vista da estrutura da Globo, como ela consegue pautar o debate nacional?

Ela acaba pautando os temas e discussões no país. Ela tem enraizamento graças a um processo de afiliação por todo o Brasil que frauda a legislação, que não permite o oligopólio. É um enraizamento de cima para baixo, vindo do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, que se espalha para todo o país. Há uma aliança com as elites locais, que reproduzem em seus estados a mesma linha político-ideológico da Rede Globo. Esse controle sobre todo o país faz com que questões importantes, de interesse do povo, que deveriam estar sendo debatidas, acabam não tendo espaço.

O Roberto Marinho deixou isso muito claro. Quando ele defendia a “TV Escola” [televisão pública do Ministério da Educação], o argumento que ele usava é de que se você tem todo o conteúdo produzido em um local central, você tem muito mais facilidade de controle sobre esse conteúdo. Isso ele disse para a “TV Escola”, mas vale para também o conteúdo jornalístico. Com a centralização da informação, tem-se uma capacidade muito grande de impor a pauta no país todo.

Há quem diga que, hoje, a imprensa é o grande partido de oposição. Você concorda?

Ela é. Não sou eu quem digo. A própria ex-presidente da Associação Nacional dos Jornais disse isso há alguns anos. “Como a oposição está muito frágil, a imprensa tem que assumir seu papel”. Então, nos governos Lula e Dilma a oposição está centrada nos grandes meios de comunicação que, inclusive, pautam os partidos de oposição. São inúmeros os casos em que a mídia levanta um problema e os partidos de oposição vão atrás, quando, em uma democracia consolidada, seria exatamente o oposto: seriam os partidos que deveriam levantar as questões antigoverno e a mídia iria cobrir. Hoje, a mídia é o grande partido de oposição e a Rede Globo é o principal agente desse partido.

Você falou como a Globo impede o avanço da democracia brasileira. Toda vez que se fala, por exemplo, em democratização dos meios de comunicação, a Globo fala em “censura”. Como responder a isso?

Na verdade, eles são os censores. Eles é que fazem a censura de inúmeros assuntos, temas e angústias da sociedade brasileira, que não têm espaço na sua programação. Apesar de estarmos há mais de 30 anos sem censura oficial, eles usam um conceito de fácil assimilação pela população, e que ainda tem reverberação por aquilo que ocorreu durante o regime militar, para taxar aqueles que querem justamente o contrário, aqueles que querem o fim da censura estabelecida por esses meios e a ampliação da liberdade de expressão. A batalha pela liberdade de expressão é uma batalha difícil, porque nós temos que contrapor um conceito de fácil assimilação, um conceito que tem de ser explicado em seus detalhes, que é o da liberdade de expressão. Quando se quer a regulação dos meios de comunicação, se quer que mais vozes possam se expressar na sociedade brasileira.

A Rede Globo quer o monopólio total, o controle absoluto das ideias, informações e valores que circulam no país e, por isso, utilizam todos os recursos para que a liberdade de expressão seja uma liberdade controlada por eles.

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O choro da elite brasileira sobre a medalha entregue a Stédile

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Contraponto 16.622 - "O infame Beto Richa, governador do Paraná"

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30/04/2015

O infame Beto Richa, governador do Paraná



O governador Beto Richa (PSDB), do Paraná, é o retrato doloroso do que se transformou o principalpartido de oposição no país.

O partido fundado por Franco Montoro, Mário Covas, que abrigou a generosidade de Sérgio Motta, a sensibilidade social de Bresser-Pereira, e até a temperança de um José Richa, a esperança de uma socialdemocracia moderna, tornou-se um valhacouto do que pior e mais rancoroso a política brasileira exibiu nos últimos anos.

A usina de ideias e propostas que parecia brotar do partido no inicio dos anos 90 foi substituída por uma cloaca interminável, um lacerdismo sem talento, um samba de uma nota só desafinado.

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Derrotado em Minas Gerais, restaram ao partido dois estados para mostrar, até 2018, um mínimo de políticas inovadoras: São Paulo e Paraná.

De São Paulo não se espere nenhuma pró-atividade. Por aqui, definham institutos de pesquisa, aparelho cultural, universidades e, especialmente, as ideias.

Hoje haverá audiência pública para a extinção da Fundap (Fundação de Desenvolvimento Administrativo) e da Cepam (Centro de Estudos e Pesquisas da Administração Municipal).

Hoje em dia, há uma disputa ferrenha para definir o governo mais medíocre: se o de Dilma ou de Alckmin.

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Mas nada se equipara ao desastre completo que se observa no Paraná.

O massacre que a Polícia Militar impôs, ontem, aos professores que manifestavam contra o governo entrará para a história política contemporânea como o dia da infâmia.

200 pessoas feridas, 15 em estado grave, uma covardia sem fim, cujo único gesto nobre foi o de 17 policiais que se recusaram a atacar os manifestantes – e foram punidos por isso.

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É apenas o desfecho de uma gestão desastrosa, que quebrou o estado. Mas reflete um estado de espírito que se apossou do partido, quando substituiu os intelectuais por pitbulls de baixíssimo nível.

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Nos últimos anos, a reboque da mídia, a única bandeira que o partido cultivou foi o antipetismo – como se fosse possível se tornar alternativa de poder sendo apenas anti.

Hoje em dia definha o PT e definha o governo Dilma, o país está rachado ao meio, há um ódio permanente no ar. A política econômica procede a aumentos sucessivos da taxa Selic, com a atividade econômica agonizante. E o governo patina sem um projeto de país para oferecer.
Seria o momento de se apresentarem os mediadores, os que conseguissem ser a síntese das políticas sociais do PT com a visão de mercado do velho PSDB desenvolvimentista.


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Mas a miopia reiterada dos seus gurus, a falta de visão estratégica, o personalismo absurdo de uma geração geriátrica que se aboletou no poder, impediu a renovação do PSDB e permitiu que o infame Beto Richa se tornasse a cara do partido.

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O que Richa fez foi apenas externar, com atos, a virulência desmedida da cara do partido, os Aloysios Nunes, Aécios Neves, Carlos Sampaios, Josés Serras.

Não foi à toa que, nas últimas eleições, a parcela mais moderna do empresariado paulista saltou fora do bonde do PSDB e tentou fazer alçar voo a candidatura de Marina Silva.

O espaço político está vago para aventureiros políticos, porque a geração das diretas acabou.

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Contraponto 16.621 - "Contra terceirização, Lula vai às ruas no 1º de Maio"

Contraponto 16.620 - " Jean Wyllys: 'O Brasil precisa dar um basta a Beto Richa' "

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.30/04/2015


Jean Wyllys: “O Brasil precisa dar um basta a Beto Richa”



Diário do Centro do Mundo - Postado em 30 de abril de 2015 às 1:05 am


De Jean Wyllys, no facebook:


O que está acontecendo no Paraná é estarrecedor e deveria ser, agora mesmo, o foco de atenção de todos aqueles e aquelas que defendemos a democracia como forma de vida. O governador Beto Richa (PSDB) transformou hoje a cidade de Curitiba num verdadeiro cenário de guerra!

Os professores e professoras da rede pública e outras categorias tinham se mobilizado para protestar contra a votação de um projeto de lei do governo estadual que pode desfinanciar o fundo estadual da previdência dos servidores públicos (porque o governador quer usar esses recursos dos trabalhadores para cobrir o rombo das contas públicas que sua má gestão provocou) e o protesto, legítimo, foi reprimido de forma brutal pela Polícia Militar sob as ordens do tucano, deixando mais de 150 feridos, dos quais alguns em estado grave.

Os e as policiais — foram mobilizados mais de 4 mil agentes — estão usando balas de borracha, bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta, cassetete, jatos de água e até cachorros que são lançados sobre manifestantes e jornalistas, que acabam sendo mordidos. Parecem cenas da época da ditadura militar!

Acabei de conversar por telefone com nosso companheiro Cesar Fernandes, do diretório municipal do PSOL de Curitiba. Ele me contou que os manifestantes foram atacados durante mais de uma hora e meia com bombas de gás lacrimogênio e existem, nos prédios que rodeiam a manifestações, franco-atiradores (!!) colocados pela polícia, que atiram com balas de borracha e acertam, em muitos casos, na cara dos manifestantes.

Bombas de efeito moral foram jogadas de helicópteros e também foi usada uma nova forma de repressão que consiste em atordoar as pessoas com um aparelho que produz um tipo de som insuportável para o ser humano. A prefeitura da Capital (não alinhada com Richa), em estado de emergência, mobilizou o sistema de saúde para atender os feridos e a OAB está colaborando com os sindicatos e movimentos sociais, porque há muitos manifestantes presos.

Um dado chocante: dezessete policiais estão presos, por ordem do governador, porque se recusaram a participar da repressão brutal contra os trabalhadores.

Parte da grande mídia, como sempre, fala em “confronto entre professores e policiais”, o que resulta em ridículo: é como falar em confronto entre o peito e a bala, entre as costas e a paulada. Como bem explica Bernardo Pilotto, ex-candidato a governador do PSOL do Paraná, de um lado há trabalhadores e do outro tem até helicópteros.

E a categoria que mais se mobilizou foi a dos professores, composta majoritariamente por mulheres e “envelhecida” pela falta de concursos públicos. Aliás, quem já participou de greves e mobilizações sabe que a violência sempre parte do lado da polícia (e, quando parece que partiu do lado dos manifestantes, geralmente trata-se de pessoas infiltradas pela própria polícia para provocá-la e depois dizer que foram “vândalos”).

Acabamos achando natural que uma manifestação de estudantes ou trabalhadores só pode terminar com cenas de violência, mas não é assim. Existem experiências em outros países (onde antes acontecia o mesmo) que provam que quando os governos mudam a política de repressão violenta dos conflitos sociais pela negociação, com o diálogo e a contenção não violenta das manifestações, com a polícia se limitando apenas a cuidar do patrimônio e a segurança das pessoas (também dos próprios manifestantes), um protesto pode sim começar e terminar em paz.

O Paraná é um bom exemplo do extremo contrário. O jeito tucano de fazer as coisas (o governo não aceitou negociar ou ceder em nada e, enquanto a polícia instalava a barbárie fora da Assembleia Legislativa, dentro votavam tudo o que ele queria) se mistura com as pretensões autoritárias do governador, que age como um ditadorzinho arrogante e violento. O resultado disso são dezenas de pessoas feridas e hospitalizadas e gás lacrimogênio até nas creches próximas ao local da repressão.

O Brasil precisa dar um basta a Beto Richa.
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Contraponto 16.619 - "Janot, você não se livra do Aécio …"

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30/04/2015

Janot, você não 
se livra do Aécio …

O cerco ao Aécio em Furnas se fecha de forma incontornável …

Conversa Afiada - 29/04/2015




No site do deputado Rogério Correia (PT-MG):


Ao que tudo indica Aécio deve mesmo ser investigado por Furnas



O cerco começa a se fechar contra o senador Aécio Neves por causa das denúncias da lista de Furnas. Em 2006 foi apresentada à PF uma denúncia por formação de caixa 2 em Furnas, naquele mesmo ano a Folha de São Paulo publicou, de forma tímida, uma notícia dando conta da comprovação de autenticidade da lista. (http://migre.me/pbyZs)

Em 2012 o Ministério Público fez a denuncia da existência de um esquema de caixa 2 em Furnas. O Estadão também publicou uma matéria falando sobre o assunto. (http://migre.me/pbAQ7)

Em 2014, o Deputado Rogério Correia foi totalmente inocentado da acusação de ter participado da falsificação da lista, já que a mesma é verdadeira, segundo a perícia da PF. Mais um indício de que ela deve ser investigada. (http://migre.me/pbB6C)

O Deputado Rogério Correia, foi juntamente com os Deputados Federais Pe. João e Adelmo Leão, à Procuradoria Geral da Repúlblica entregar as evidências ao procurador Rodrigo Janot. Após o Procurador informar que não faria a abertura de investigação contra o senador Aécio Neves. Mesmo após o tucano ter sido citado pelo doleiro Alberto Yousseff, por envolvimento com a empresa Bauruense, a mesma citada na lista de Furnas. (http://migre.me/pbBu5)

Agora o Sindicato dos Advogados de São Paulo encaminham ao procurador, pedido para que o senador tucano seja investigado, por entender que existem evidências suficientes para que ele passe pelo crivo da justiça. (http://migre.me/pbByt)

E agora? Será que mesmo com tudo isso, Janot se negará a abrir investigações contra Aécio Neves?










Leia também:


Janot estranha a Lista de Furnas só chegar agora à PGR



LISTA DE FURNAS CAI NO COLO DO JANOT

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Contraponto 16.618- "Beto Richa cometeu crime de responsabilidade e cabe impeachment"

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30/04/2015


Beto Richa cometeu crime de responsabilidade e cabe impeachment

RICHA CAPA



Vendo o governador Beto Richa dar sua versão dos fatos no Jornal Nacional, a impressão que se tem é a de que ele não sabe o que a sua polícia fez nesta quarta-feira diante da Assembleia Legislativa do Paraná. Ou, então, ainda não lhe caiu a ficha.

Essas hipóteses, porém, são descartáveis; é óbvio que Richa não só sabe o que aconteceu, mas, também, absolutamente tudo o que aconteceu foi sob suas ordens. Apesar disso, em sua declaração ao Jornal Nacional ele mentiu escancaradamente logo após as imagens da tevê Globo contarem uma história muito diferente da sua.

Assista, abaixo, ao trecho da reportagem do principal telejornal da Globo que mostra os policiais atacando aqueles que Richa diz, em seguida, que não foram os responsáveis pela “agressão aos policiais”.


Ao JN, Richa disse, textualmente, que sua tropa só atacou quem a atacou. Palavras dele: “Temos imagens de pessoas infiltradas que não são do movimento dos professores”. Porém, imagens fartamente distribuídas pela internet e o que se vê no JN, dizem outra coisa. Mostram a polícia de Richa atacando indiscriminadamente.. Mostram a polícia de Richa atacando indiscriminadamente.

richa 3
Na foto abaixo, momento em que a polícia paranaense atira bombas de gás contra manifestantes estáticos, que nada faziam.

Richa 1

A foto no alto desta página mostra muito bem quem foi que Beto Richa atacou – ou mandou atacar: a qualquer um que estivesse no local ou nas cercanias. A reportagem da Globo mostra que até crianças foram afetadas. Há mais de 200 feridos. Alguns, com gravidade.

Ainda que Richa possa ter algum vídeo mostrando que alguém fez algo errado, ele promove essa barbaridade? Ataca indiscriminadamente, tal qual cachorro louco?
Não há muito o que falar: o governador do Paraná pôs em risco as vidas de muitas pessoas, inclusive daquelas que disse que protes

Depois, contradizendo-se, atribuiu tudo à CUT e ao PT, como sempre fazem os tucanos quando têm que se defender de qualquer acusação. Mas o fato é que ele não podia mandar atacar qualquer um que estivesse na rua só porque diz que alguns “infiltrados” atacaram sua polícia.

Richa cometeu crime de responsabilidade. O procurador-geral do Estado tem que mover ação contra ele e pedir seu impeachment. Se a Assembleia Legislativa do Paraná não acatar a Procuradoria, tem que sofrer intervenção da Justiça Federal. Se o procurador-geral do Paraná não denunciá-lo, tem que ser denunciado ao Conselho Nacional do Ministério Público.

Richa vai se safar do crime que cometeu em 29 de abril de 2015? Se isso acontecer, será inaugurada uma nova era no país. Uma era de sombra. Um Estado policial e – como disseram recentemente – “medievalesco” terá se instalado no Brasil.

A partir da impunidade de Richa, no Brasil passa a valer tudo. E o pior é que isso, como sempre, vai acabar valendo para os dois lados.

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