sábado, 24 de janeiro de 2015

Contraponto 15.873 - "Imposto de Renda: o alto berro dos 20%, por Diogo Costa"

.

24/01/2015


Imposto de Renda: o alto berro dos 20%, por Diogo Costa


FALÁCIAS SOBRE O IMPOSTO DE RENDA - O Imposto de Renda Pessoa Física tinha apenas duas faixas de pagamento até 2008, com alíquotas de 15 e 27%. A partir de 2009 foram instituídas quatro faixas, com alíquotas de 7,5, 15, 22,5 e 27%.

Diogo Costa

Ou seja, a mudança feita em 2009 aumentou a progressividade do imposto e aliviou o valor de cobrança para um importante contingente de trabalhadores que hoje estão na primeira faixa de contribuição. Antes esses trabalhadores pagavam 15% e hoje paga a metade disso (7,5%).
Quem recebe salário ou renda inferior a R$ 1.868,22 está isento de pagar o Imposto de Renda (já tem a correção de 4,5%, que ocorre desde 2007).

O valor de R$ 1.868,22 equivale a 2,37 salários mínimos.

Atualmente cerca de 70% dos trabalhadores brasileiros recebem renda ou salário de até 02 salários mínimos. Logo, estão isentos de pagar Imposto de Renda.

Tenho, portanto, inúmeras restrições a esse discurso raivoso que existe contra o já referido imposto. Na maioria das vezes esse discurso é fruto de ignorância pura e simples. Mas em outras, nada mais é do que o berro do andar de cima, que paga pouco Imposto de Renda (deduz várias coisas) e que jamais aceitará pagar mais, como seria o correto.

Na verdade a imensa maioria dos trabalhadores brasileiros está isenta do pagamento deste tributo e os que estão na atual primeira faixa (salário ou renda de até R$ 2.799,86, equivalente a 3,55 salários mínimos) pagam, como vimos, metade do que pagavam antes de 2009.

Isto sem falar na infindável lista de deduções que estão regulamentadas em lei (planos de saúde, escola privada, etc).

O que é preciso é aumentar ainda mais o número de faixas existentes, passando de 04 para 06 ou 08 (com alíquotas variando entre 7,5 e 35 ou 40%).

Assim seria possível aumentar a progressividade do imposto sem prejudicar a grande maioria da classe trabalhadora, que hoje já é isenta, além da importante parcela que está na primeira faixa e que paga hoje a metade (7,5%) do que pagava antes de 2009 (15%).

Os que estão na primeira faixa, de 2,37 até 3,55 salários mínimos, são aproximadamente 10% dos trabalhadores brasileiros.

Convenhamos, dizer que o Imposto de Renda está ''garroteando'' a população é uma falácia sem fim.
Se 70% dos trabalhadores estão isentos, e se os que estão na primeira faixa de contribuição pagam hoje a metade do que pagavam antes de 2009, que raio de garrote é este?

Que raio de garrote é este que isenta ou que cobra a metade do Imposto de Renda, em relação ao modelo vigente até 2008, de aproximadamente 80% dos trabalhadores brasileiros?

Tem é que aumentar o valor da alíquota para quem ganha os salários mais elevados, acima de 5.000, de 10.000 e de 15.000 reais, como é feito nos países europeus.

Seria cômico, se não fosse trágico, ver parte da esquerda, a pretexto de "aliviar" a carga tributária, cerrando fileiras e fazendo coro com as injustas demandas dos 20% de cidadãos que estão hoje no topo da pirâmide social.

O alto berro dos 20%, como vemos, não tem razão de ser. Aliás, é mera demanda, reacionária, embalada num papel de presente pretensamente progressista.
.

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista