terça-feira, 8 de julho de 2014

Contraponto 14.184 - "A derrota da mídia na batalha que ela iniciou a propósito da Copa do Mundo"

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08/07/2014

 

A derrota da mídia na batalha que ela iniciou a propósito da Copa do Mundo





Desde Lula ganhou a eleição, opera-se no Brasil um fenômeno evidente: a mídia se entrincheirou na oposição e declarou guerra ao PT, ao Estado e a qualquer inovação política ou evento patrocinado pelo governo federal. Nos últimos 4 anos, a sucessora eleita por Lula foi atacada de todas as maneiras possíveis.

Por Fábio de Oliveira Ribeiro

Mais Médicos, Minha Casa Minha Vida, Universidade Sem Fronteiras, todos os programas federais tem sido fulminados diariamente pela imprensa. A população que se beneficia dos programas federais parece não dar a menor importância para a propaganda da oposição disfarçada de jornalismo isento que tem sido diariamente difundida. A última batalha desta guerra civil sem tiros foi por causa da Copa do Mundo.

De janeiro/2014 até o início da Copa do Mundo, a imprensa brasileira ficou dizendo que passaríamos vergonha, pois os estádios não ficariam prontos, os fãs do futebol não teriam mobilidade, os aeroportos ficariam um caos, os turistas seriam maltratados, etc... Aécio Neves chegou a endossar este discurso com esperança dos desejos se transformarem em fatos. A Copa do Mundo começou bem e se transformou num sucesso retumbante. A imprensa internacional, que registrou o evento de maneira com profissionalismo, em pouco tempo desmantelou o festival de bobagens que vinha sendo divulgado pelos jornalistas brasileiros.

Atolados pela avalanche de dados positivos indesejados, os jornalistas brasileiros passaram a divulgar a Copa do Mundo como sendo um sucesso dos brasileiros. Até na derrota, eles tentam retirar do governo petista a possibilidade de auferir os benefícios eleitorais do sucesso do evento que ajudou a realizar. O povo, que não se vê representado pela imprensa, provavelmente perceberá como a oposição rapidamente passou a frequentar os mesmos estádios que não ficariam prontos e a deslocar-se pelo país sem esbravejar contra o caos aéreo.

Os erros cometidos pela imprensa são imperdoáveis do ponto de vista estritamente jornalístico. Deixar de lado o profissionalismo para atacar o governo não tem qualquer sentido, especialmente porque o governo é eleito pelo povo e conta com seu apoio (prova disso é a popularidade de Dilma Rousseff, que pode acabar sendo reeleita no primeiro turno).

Do ponto de vista estritamente militar, a guerra declarada pela mídia ao governo está fadada ao fracasso. Provavelmente porque os jornalistas ignoram o principal: quem pretende começar uma guerra civil ou vencê-la deve aprender que numa batalha a diferença entre os fatos e as notícias destes não necessariamente produzem a vitória. Em seu magistral Bellun Civile, Caio Julio Cesar registrou de maneira bastante eloqüente que:

“...quod saepe in bello paruis momentis magni casus intercederent...”
“Nonnulla etiam ab iis qui diligentiores uideri uolebant fingebantur.”
“...nam plerumque in nouitate rem fama antecedit.”

Eis a tradução destes fragmentos em A Guerra Civil, Antonio da Silveira Mendonça, edição bilíngüe, Estação Liberdade-FAPESP, 2003:

“...como se sabe, na guerra, com frequencia grandes desastres resultam de acontecimentos de pouca monta...”
“Algumas notícias eram fruto da imaginação mesmo daqueles que queiram passar por mais bem informados.”
“...com efeito, no mais das vezes, nas situações incomuns, o boato ultrapassa a realidade.”

Ao declarar guerra ao PT sem dominar a arte da arte da guerra, os jornalistas só poderiam mesmo colher uma derrota atrás da outra. Os boatos, nas situações comuns*, não tem poder para modelar ou remodelar a realidade, especialmente quando o povo está mais em contato com a realidade do que os jornalistas que querem se passar por bem informados e imaginam notícias para beneficiar a oposição e prejudicar o governo petista.  A oposição que segue ligada umbilicalmente à imprensa também está fadada ao fracasso, pois quem decide a eleição é o povo e este já demonstrou que não sorverá o veneno destilado pelos inimigos do PT na imprensa.

Quem da oposição quer se ligar ao povo brasileiro? Aécio Neves disse que pretende reduzir o Salário Mínimo. Eduardo Campos oferece aos brasileiros mais do mesmo do que fez em seu Estado, que afundou em corrupção sob seu comando. Ambos se apegam desesperadamente à esperança de que o ódio devotado pela imprensa ao governo petista será suficiente para fazer um deles vitorioso na guerra civil que a mídia declarou ao PT. Como se a própria mídia não estivesse sendo derrotada diariamente pela realidade de governos petistas considerados bons ou excelentes pela maioria da população.

*Gostem ou não ou jornalistas, a falta de credibilidade da imprensa brasileira já faz parte das situações comuns que vivemos há quase 12 anos. 
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