segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Contraponto 13.214 - "A PM de São Paulo e os Black Blocs falam a mesma língua da ditadura "

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27/01/2014


A PM de São Paulo e os Black Blocs falam a mesma língua da ditadura

 
Tijolaço - 27 de janeiro de 2014 | 10:00
molotov


Autor: Fernando Brito 

Eu já escrevi antes sobre isso, no sábado, antes mesmo de saber dos conflitos que ocorreram no final da noite, quando os grupos “black blocs”, a Polícia de São Paulo e os espectadores dos shows de aniversário da cidade se envolveram em episódios de violência.
E, infelizmente, tudo o que aconteceu está em linha com o que eu dissera, o que sinceramente gostaria de que não acontecesse.

O fato é que, as imagens – tanto da depredação promovida pelos blocs, quanto da ação da PM na invasão de um hotel atirando balas de borracha sobre pessoas dominadas e as do espancamento de um suposto bloc por espectadores de um show de música – são assustadoras, ainda mais além que os ferimentos em pessoas e os quebra-quebras.

Mostram que estamos chegando a um ponto de comprometer a liberdade de manifestação que tantos nos custou conquistar mas que, agora, serve para que se ouça, como gritou o grupelho que desfilou pela orla do Rio, que “não vai ter copa nem eleição“.

A foto de capa  (já retirada, mas que pode ser vista aqui) do facebook dos black bloc paulistas não esconde o que pretendem.

Quem está apostando na desordem, no conflito e no forjar de uma crise?

Uma aposta que se expressa tanto na preparação do confronto, criminosa e violenta – e diante da qual Polícia e Justiça permanecem inertes – quanto na sua execução, que frequentem
ente começa na reação da Polícia às provocações e agressões com xingamentos e pedradas.
E que, da polícia paulista, recebe todo o combustível para causar o que se pretende: medo e comoção sociais.

As manifestações anticopa, que a democracia pode absorver, são raquíticas e restritas.
A única importância política que têm é fornecer, para policiais e black blocs, o cenário para sua selvageria.

Cuja exibição, nauseante, está fazendo com que se propague para todos aqueles que estão na rua, em principio pacificamente, seja para participar daqueles atos ou, simplesmente, para o lazer e as atividades nos espaços públicos.

Se existem medidas enérgicas a serem tomadas, estas não são subir o grau de repressão física a estes grupos.

Está claro que existem núcleos de incitação à violência organizados e está claro que há, sobretudo na polícia paulista, um ânimo à tratar com a mesma brutalidade a repressão às ações destes provocadores.

Já temos feridos, mutilados e, agora, um homem em estado de coma.

O Ministério Público e a Justiça, porém, não parecem ter nenhum tipo de ação orgânica contra estes grupos, que partiram e vão partir para atos mais violentos ainda, se e quando – e não há dúvidas de que haverá – existir qualquer manifestação, e até mesmo shows e outras reuniões pacíficas.

O episódio do espancamento do suposto black bloc no show mostra como tudo está tornando fácil a brutalidade como forma de expressão.

Manifestação virou sinônimo de  confrontos e agressões.

Que a polícia e a mídia , pressurosamente, se encarregarão de transformar em conflitos generalizados.
Responsabilizar judicialmente os que planejam e executam estas ações, longe de ser um ato antidemocrático é a única forma de preservar para a sociedade o que tanto lhe custou recuperar: o direito de se manifestar nas ruas, contra ou a favor.

Mas a direita preserva estes grupos e tanto é assim que as manifestações coxinhas os acolhem fraternalmente em suas manifestações “pacíficas”, mesmo sabendo que, dali a alguns quarteirões, eles partirão para os atos violentos.

A oposição, há um ano, transformou a Copa em disputa eleitoral. Seu fracasso ou, no mínimo, os confrontos de rua generalizados durante sua preparação e realização são sua única esperança eleitoral.
Não é preciso entender mais que isso para saber quem vem cuidando de providenciar gasolina para os coquetéis molotov dos black blocs.
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