sábado, 2 de fevereiro de 2013

Contraponto 10.395 - "Senado não se curva e tira o fio do Gurgel da tomada"

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02/02/2013

Senado não se curva e tira o fio do Gurgel da tomada

 


Do Conversa Afiada - publicado em 02/02/2013
  
Que monstruosidade – diria o Mauricio Dias – confere tanto poder desestabilizador a tão insignificante ator ?
 
O conflito institucional entre o Senado e a Justiça tem dois artefatos de efeito retardado.

O Supremo aceitar a denuncia de Gurgel contra Renan.
E o Supremo condenar Gurgel por prevaricação e chantagem – como acusa Fernando Collor (Clique aqui para ler e ver “Collor: Senado não pode se curvar ao Gurgel”)

A denúncia de Collor contra Gurgel corre na Corregedoria do Ministerio Público e no Senado – o único foro para cassar o Gurgel.

A de Gurgel contra Renan depende de o Supremo considerar que ele apresentou provas convincentes que justifiquem uma investigação.

Como se sabe, o Senado já absolveu Renan dessas mesmas acusações agora recauchutadas com o Big Ben de Propriá, no dia da votação (Clique aqui para ler “Golpe do MP contra Renan – MP denuncia na hora de votar”)

(Gurgel, com o mesmo Big Ben – Clique aqui para ver o importante depoimento do Miro do Barão de Itararé sobre a “cronometragem” do  julgamento do mensalão ( o do PT) – esperou o Supremo fechar as portas de 2012 para tentar, na calada da noite, cassar o mandato do Genoíno. Ainda bem que o Presidente Barbosa devolveu-o ao seu lugar.)

Gurgel também mandou para São Paulo (onde deve haver mais tucanos …) e não para Brasília a denuncia do Marcos Valeriodantas contra Lula.

Como se sabe, o brindeiro Gurgel se transformou na espuma inflamável que pretende incendiar a República.

Com a parcialidade de sua Procuradoria.

E a sistemática incriminação do PT.

O Senado não se curvou ao Gurgel.

E derrotou o PiG e o Gurgel com uma sova: 56 a 18.

Mais votos do que o Renan teve quando foi eleito cinco anos atrás, e  ainda não havia acusações contra ele.

Em algum ponto do meio do caminho até essa anunciada crise institucional – inflamada pelo PiG e seus capatazes – alguém tem que tirar o fio do Gurgel da tomada.

Esse equívoco, primeiro da lista, perde o mandato no meio do ano.

E não pode deixar um rastro de cinza ardente atrás dele.

O que o Gurgel quer ?

Proteger-se do Collor na sombra da Casa Grande ?

Prefaciar a segunda edição do livro do Ataulfo Merval de Paiva (*) e entrar pela porta da frente do PiG (**) ?

Qual é a dele ?

Deslocar o centro de decisão politica do país do voto para o Supremo ?

Quem é Gurgel para re-escrever a Constituição ?

Que obras, que talentos, que serviços ao País tem esse cavalheiro ?

De onde veio ?

Para onde vai ?

Que obras já escreveu ?

Em que a História do Ministério Público se enriquecerá com sua desastrada passagem pelo cargo superior da hierarquia ?

Como terá contribuído para deslustrar o Ministério Público ?

Que votos proferiu que, um dia, um estudante de Direito compulsará ?

Que méritos profissionais exibia, além de ser o primeiro da lista ?

Que monstruosidade – diria o Mauricio Dias – confere tanto poder desestabilizador a tão insignificante ator ?

Cabe ao Senado, senão ao Senado, ao Executivo, senão ao Executivo a  alguma alma iluminada no Supremo tirar o fio da tomada desse provocador institucional.

O que ele quer ?

Encarcerar o Lula ?

Provar que o Lula é o que o Millenium diz que é: o brasileiro mais corrupto ?

Mais que o Demóstenes ?

Mais que o Cachoeira ?

Impedir a reeleição da Dilma na chapa com o PMDB ?

Quer fechar o Senado ?

Como disse o valoroso senador Pedro Simon nesta sexta-feira: Gurgel, tua biografia ficará um pouco melhor se você renunciar.

Antes de sair ignoto, repudiado, ao fim de um mandato que desonrou.


Paulo Henrique Amorim


(*) Até agora, Ataulfo de Paiva era o mais medíocre dos imortais da história da Academia Brasileira de Letras. Tão mediocre, que, ao assumir, o sucessor, José Lins do Rego, rompeu a tradição e, em lugar de exaltar as virtudes do morto, espinafrou sua notoria mediocridade.





(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

 

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