quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Contraponto 9204 - "Joaquim Barbosa e o pensamento monofásico"

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Joaquim Barbosa e o pensamento monofásico

Autor:

Um valentão entra em um bar e ameaça bater nos fregueses. Surge outro valentão que o encara e acaba com sua banca. A atitude do segundo valentão será louvada.

Uma pessoa educada levanta um argumento qualquer. O valentão reage com gritos e ameaças. Sua atitude será condenada.

É simples assim para entender porque Joaquim Barbosa foi elogiado quando encarou Gilmar Mendes e está sendo execrado quando avança sobre Ricardo Lewandowski. Não se tem política no meio, mas análise de atitudes, do comportamento que deve reger relações entre pessoas civilizadas.

Os que julgam que, quem elogiou a primeira atitude (encarando o brutamontes) precisa automaticamente elogiar a segunda (a agressividade com o educado) manipula um tipo de raciocínio monofásico.

Há mais diferenças entre eles.

Ambos, Barbosa e Lewandowski, analisam réus. Com exceção de João Paulo Cunha, Lewandowski votou pela condenação de todos os cabeças da operação, de Pizolatto aos diretores do Rural. Sua sentença condenatória tem muitissimo mais peso que a de Joaquim Barbosa, disposto a levar à fogueira qualquer ser que passe na sua frente.

A diferença com Joaquim Barbosa é que ele, Lewandowski, debruçou-se sobre os autos e preocupou-se com a sorte dos personagens menores, pessoas sem o amparo do poder (como os donos do Rural), nem dos partidos políticos, mas personagens anônimos, sem relevância. E fez isso sem esperar reconhecimento nem retribuição, apenas pelo cuidado que os grandes magistrados devem ter em relação às pessoas que julga, mais ainda em relação aos despossuídos de poder.

Um marciano que chegasse à terra e assistisse uma sessão do STF poderia supor que Barbosa, com seus modos truculentos, é o valente, Lewandowski, com seus modos tímidos, o tíbio.

Ledo engano. O homem que está enfrentando a máquina de moer reputação, apenas para para ficar de bem com sua consciência, é o manso.

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PITACO DE ContrapontoPIG


O manso Lewandowski tem mostrado uma coragem que não é vista em outros

membros do STF.

Quase todos os ministros parecem acovardados pela estranha "veemência" do

relator que parece estar se deliciando com o apoio e a pressão da mídia direitista

ameaçadora de reputações.

A sanha condenatória de Joaquim realmente parece estranha, beirando a

insanidade, que deveria ser questionada por algum corajoso - se é que há - no

Supremo.

Não é sem motivo que o ministro Marco Aurélio de Mello disse, no iníco do

julgamento do mensalão, estar assustado com o que poderá ser a gestão do colega

Joaquim Barbosa quando estiver na presidência da Corte.

Alguma coisa está errada neste julgamento. Condenar por presunção? Com provas

"tênues" ?

Como diria Brizola: "Neste angu tem caroço".

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