sexta-feira, 29 de junho de 2012

Contraponto 8576 - "Mercosul suspende Paraguai e anuncia adesão da Venezuela"

.

29/06/2012

Mercosul suspende Paraguai e anuncia adesão da Venezuela

Paraguai fica de fora do bloco até eleições presidenciais de abril de 2013.
Venezuela entra como membro pleno do bloco comercial em 31 de julho.


Do G1, com agências internacionais - 29/06/2012 16h09 - Atualizado em 29/06/2012 18h47

O Mercosul decidiu suspender temporariamente o Paraguai até as novas eleições presidenciais do país, em 2013, e afirmou que a Venezuela será incorporada ao bloco como "membro de pleno direito" em 31 de julho.

Os anúncios foram feitos pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ao fechar o encontro de cúpula semestral do bloco na cidade argentina de Mendoza.

O Mercosul "suspendeu temporariamentoo Paraguai até que se leva a cabo o processo democrático que novamente instale a soberania popular" no país, disse a presidente argentina, ao lado da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e do presidente do Uruguai, José Mujica.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, discursa nesta sexta-feira (29) na Cúpula do Mercosul, em Mendoza (Foto: AP)A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, discursa nesta sexta-feira (29) na Cúpula do Mercosul, em Mendoza (Foto: AP)

As medidas contra o Paraguai ocorrem em resposta ao processo de impeachment do presidente Fernando Lugo, ocorrido na semana passada e que foi repudiado pelos países sul-americanos.

O Mercosul confirmou o que havia sido adiantado na véspera pelo chanceler brasileiro, Antonio Patriota, suspendendo o Paraguai, mas sem aplicar sanções econômicas que pudessem castigar a população.


Segundo Cristina, a suspensão não diminui o compromisso do bloco com o desenvolvimento econômico do Paraguai.

"De acordo com o estabelecido no protocolo, a plena vigência democrática é condição essencial para o processo de integração", diz a resolução da cúpula. "O espírito do protocolo é o restabelecimento da institucionalidade, sem que ele menoscabe o funcionamento do bloco."

Nenhum representante do novo governo paraguaio, agora presidido por Federico Franco, ex-vice de Lugo, participou da cúpula.

Venezuela
A Venezuela será incorporada ao bloco em cerimônia que será realizada no Rio de Janeiro, em 31 de julho, disse Kirchner.

Ela argumentou que a decisão de incorporar a República Bolivariana da Venezuela, quinto maior exportador de petróleo do mundo, vai permitir que o bloco regional se fortaleça perante os embates da crise internacional.

O processo de ingresso da Venezuela havia se iniciado em 2006, após ser solicitado um ano antes, mas estava parado por conta da negativa do Congresso do Paraguai a ratificá-lo.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que a entrada do país no bloco era uma "derrota para o imperialismo e as burguesias".

Um diplomata da região disse à agência Reuters que com a Venezuela, o bloco incorporará uma economia de peso, fortemente demandante e importadora de todo tipo de bens, especialmente alimentos, e serviços, o que tornará sua economia mais conectada com as Brasil e Argentina.

Mais cedo, em Assunção, Federico Franco disse que, se a suspensão paraguaia se confirmasse, o país iria buscar novos parceiros comerciais. Franco também prometeu manter o cronograma eleitoral no país.

A presidente Dilma Rousseff disse que esperava que as eleições paraguaias sejam "democráticas, livres e justas."

Crise no Paraguai
Federico Franco assumiu o governo do Paraguai na sexta-feira (22), após o impeachment de Fernando Lugo.

O processo contra Lugo foi iniciado por conta do conflito agrário que terminou com 17 mortos no interior do país.

A oposição acusou Lugo de ter agido mal no caso e de estar governando de maneira "imprópria, negligente e irresponsável".

Ele também foi acusado por outros incidentes ocorridos durante o seu governo, como ter apoiado um motim de jovens socialistas em um complexo das Forças Armadas e não ter atuado de forma decisiva no combate ao pequeno grupo armado Exército do Povo Paraguaio, responsável por assassinatos e sequestros durante a última década, a maior partes deles antes mesmo de Lugo tomar posse.

O processo de impeachment aconteceu rapidamente, depois que o Partido Liberal Radical Autêntico, do então vice-presidente Franco, retirou seu apoio à coalizão do presidente socialista.

A votação, na Câmara, aconteceu no dia 21 de junho, resultando na aprovação por 76 votos a 1 – até mesmo parlamentares que integravam partidos da coalizão do governo votaram contra Lugo. No mesmo dia, à tarde, o Senado definiu as regras do processo.

Na sexta, o Senado do Paraguai afastou Fernando Lugo da presidência. O placar pela condenação e pelo impeachment do socialista foi de 39 senadores contra 4, com 2 abstenções. Federico Franco assumiu a presidência pouco mais de uma hora e meia depois do impeachment de Lugo.

Em discurso após o impeachment, Lugo afirmou que aceitava a decisão do Senado.

Mas, no domingo, Lugo voltou atrás, aumentou o tom disse que não reconhece o governo de Federico Franco e que não deve, portanto, aceitar o pedido do novo presidente para ajudá-lo na tarefa de explicar a mudança de governo a países vizinhos.

Além dos países fundadores e da Venezuela, o Mercosul tem Chile, Bolívia, Equador e Peru como países associados.

Ao final da reunião, Cristina Kirchner transferiu a presidência do bloco para a presidente brasileira.

______________________

PITACO DO ContrapontoPIG

Reproduzir esta notícia do G1, nos traz uma satisfaçãozinha meio sacana. É o mesmo que ganhar da Argentina no futebol dentro da Bobonera com um gol de mão. Gostozura! Foi uma espécie de contra-golpe que o parlamento canalha do Paraguai recebeu.

______________________

.

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Veja aqui o que não aparece no PIG - Partido da Imprensa Golpista