segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Contraponto 6641 - "EUA castigam Unesco por aceitar palestinos

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31
/10/2011
EUA castigam Unesco por aceitar palestinos

Do Tijolaço - 31/10/2011


Deu agorinha na Reuters:

EUA cortam financiamento da Unesco após aprovação aos palestinos

Os Estados Unidos informaram nesta segunda-feira que interromperam seu financiamento para a Unesco, agência cultural da Organização das Nações Unidas, após a aprovação dos palestinos como novo membro pleno da entidade.

A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano Victoria Nuland disse a repórteres que os EUA não tinham escolha a não ser suspender os financiamentos por causa da lei norte-americana, dizendo que Washington não faria a transferência de 60 milhões de dólares planejada para novembro.

A Unesco é a primeira entidade da ONU à qual os palestinos buscaram adesão como membro pleno desde que o presidente Mahmoud Abbas fez o pedido à ONU para ser um Estado-membro completo da organização, em 23 de setembro.

Estados Unidos, Canadá e Alemanha votaram contra o pedido dos palestinos na Unesco. Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul e França votaram a favor. A Grã-Bretanha se absteve da votação.

É inacreditável que a comunidade internacional tenha que conviver com isso. Um país que se diz campeão das liberdades castigar programas internacionais de educação por conta de suas alianças políticas de natureza discriminatória.

Mas contra isso, infelizmente, não haverá reações indignadas.

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Contraponto 6640 - "Globo procura um sucessor para Ricardo Teixeira (CBF) - na moita."

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31/10/2011


Globo procura um sucessor para Ricardo Teixeira (CBF) - na moita.

Do Diário Não Oficial - segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Segundo fontes que tem acesso aos bastidores do mundo ‘futebolístico’, as Organizações Globo estão numa situação delicadíssima em relação ao Presidente da Confederação Brasileira de Futebol, o outrora eterno Ricardo Teixeira.

É pule de dez, nas apostas do grande prêmio da Copa 2014, que Teixeira não irá assistir ao evento ainda na condição de presidente da entidade que controla o futebol brasileiro.

Segundo comentários, Teixeira, não vai resistir ao bombardeio de acusações e revelações que já existem estão pipocando contra a sua pessoa, e que devem ir gradativamente aumentando, até atingir um ponto em que ele não vai conseguir suportar.

Investigado pela Polícia Federal, e, sob ameaça de serem revelados pela FIFA, alguns fatos antigos que até aqui estavam “GUARDADOS”, além da movimentação no Congresso para que se comece a apurar tudo sobre a entidade CBF, Ricardo Teixeira já está fragilizado. Some-se a isso a antipatia pública e notória da presidente Dilma Rousseff, e agora o ódio que todos do PC do B passaram a nutrir por ele, pode-se dizer que Ricardo Teixeira já era.

O que ainda segura Teixeira é, além do ex-sogro (que a FIFA promete revelar dados que também podem o comprometer) o fato de ele (Teixeira) já avisou que se cair, vai cair atirando, e aí, levar alguns para o buraco junto com ele.

Para manter a longa “parceria” com a CBF, que lhe garantiu sempre algumas preferências e privilégios perante outras emissoras, e, principalmente para manter os negócios, contratos e “exclusividades” no ramo do futebol, que lhe rendem muito dinheiro e pontos no IBOPE, a Globo que ver na CBF alguém, tão “confiável” para ela quanto Ricardo Teixeira no passado.

O problema é como fazer essas articulações desde agora, (Não há tempo a perder) sem melindrar Teixeira, sem despertar a sua a ira, por se sentir abandonado e ‘fritado’, e correr o risco de ver reveladas aquelas ‘gravações’ que ele diz ter (segundo a Rede Record divulgou) e que mostrariam as relações promíscuas (no mínimo) entre CBF e a emissora Globo ?

A tendência é deixar que a coisa cresça e que a batata de Teixeira fique quente, pedir uma ajudinha aquela Revista que faz sempre a primeira matéria suja, e só quando Ricardo Teixeira já estiver quase a nocaute, lhe aplicar um “cruzado de direita” no Jornal das Oito.

Quem lida com Teixeira sabe que essa é uma tática muito arriscada, ele vai cobrar que a Globo o defenda, quando se ver mesmo perdido, não ficará satisfeito só com o silêncio que a emissora até aqui está sendo “obrigada” a guardar.
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Contraponto 6639 - "Lula, calado, fala alto"

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31/10/2011

Lula, calado, fala alto


Do Tijolaço - 31/10/2011

Como a anunciada “solidariedade humana” da mídia é apenas da boca para fora – embora possa, sim, haver várias e honrosas exceções – existe, neste momento, um grande ponto de interrogação em seus estrategistas.

O que devem fazer?

Aproveitar-se do recesso forçado a que terá de se submeter a mais carismática figura da política brasileira e aguçar ainda mais os ataques ao Governo? Ou acreditar que a notícia do problema de Lula causou um estado de espírito na população que torna um acirramento de sua ofensiva de ataques um elemento de evidenciação de seus propósitos e de seu inconformismo com os resultados das eleições?

É provável que nossa mídia siga sua vocação de escorpião e recrudesça seus ataques, após alguns dias de perplexidade.

Mas, neste momento, sua capacidade de ação está limitada.

Hoje mesmo estão mandando suas pesquisas à rua – duvidam? – para saber o impacto da notícia.

A causa da direita brasileira é muito ruim, é indefensável.

De início, seu projeto manter o Brasil colonizado, com uma elite incapaz de um projeto próprio de país e uma classe média-alta que se compraz da pobreza geral, como forma de achar-se especial, com um “cosmopolitismo-provinciano” já se mostrou inviável ao primeiro sopro de progresso havido no Brasil.

Trilhou-se, nos últimos anos, um caminho sem volta, porque dissolveu-se o fatalismo da pobreza e do atraso nacionais.

Depois, por falta de projeto confessável para o país, ela está sem projeto político e, como não o tem, só lhe resta apontar o dedo para os governos progressistas e, não importando se verdadeiros ou falsos, apontar-lhes os malfeitos.

Como a UDN fazia, nos anos 50 e 60, mas sem um ingrediente que alimentava a velha direita, que era a polarização da Guerra Fria e o pavor ao “comunismo ateu e apátrida”. E sem a esperança que ela nutria – e, afinal, conseguiu – de rondar os quartéis.

Ainda assim, vão tentar atacar pela via que lhes resta. E contar com que, atacado, o Governo não possa contar com seu grande fiador: Lula.

Limitados como são, talvez não percebam que Lula, forçadamente calado, fala muito alto com a consciência dos brasileiros.

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Contraponto 6638 - "As mentiras que nos contam sobre a economia mundial"

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31/10/2011


As mentiras que nos contam sobre a economia mundial


Carta Maior
- 30/10/2011

Em seu livro "Nos mentem!", os economistas franceses Olivier Pastré e Jean-Marc Sylvestre elaboraram uma espécie de catálogo da mentira em economia política ao mesmo tempo que evidenciam os erros monumentais dos organismos de crédito multilaterais, das agencias de qualificação e da mídia, que dão crédito às mentiras travestido-as de verdade. Em entrevista à Carta Maior, Pastré sustenta que, com o agravamento da crise, o sistema volta a reproduzir os mesmos problemas e as mesmas mentiras.

Eduardo Febbro - Correspondente da Carta Maior em Paris

Conforme a hora do dia, o analista, o colunista ou o canal de televisão, os argumentos para explicar a crise mundial variam como a cor do céu. Qual é a verdade? Na realidade, a verdade é um acúmulo de mentiras que se disparam de todas as partes: o Fundo Monetário Internacional mente, as agencias de qualificação mentem, os analistas financeiros mentem, as instâncias de regulação mentem. A mentira, ou sua exposição, é a trama do ensaio dos economistas franceses Olivier Pastré e Jean-Marc Sylvestre. Em seu livro “Nos mentem!”, Pastré e Sylvestre elaboraram uma espécie de catálogo da mentira em economia política ao mesmo tempo que evidenciam os erros monumentais dos organismos de crédito multilaterais, das agencias de qualificação e da mídia, que dão crédito às mentiras travestido-as de verdade.

Não escapam às análises os dirigentes políticos e os grupos como o G20, todos amordaçados e paralisados até que o incêndio cerca a casa. Mas como destaca nessa entrevista o professor Olivier Pastré, uma vez que o incêndio se afasta, o sistema volta a reproduzir os mesmos problemas.

Seu livro é uma espécie de catálogo das mentiras que os atores econômicos expandem pelo mundo seja para explicar a crise, seja para ocultá-la. Por acaso pode se dizer que o capitalismo parlamentar nos mentiu para manter as coisas no mesmo lugar?

Como dizia Lampeduza, tem que mudar tudo para que nada mude! Mas acredito que não se deva ter visões simplificadoras. Com isso quero dizer que é muito provável que um segmento importante dos dirigentes não tenha nenhum desejo de que as coisas mudem. Sendo assim, mentem a si mesmos primeiro e depois mentem ao seu público. Contudo, para explicar a cegueira do sistema, também há que mencionar uma espécie de mecanismo de auto-sugestão. Há uma frase muito conhecida na bolsa que diz “as árvores não sobem até o céu”. Até há pouco, os dirigentes da economia de mercado acreditaram que as árvores subiam sim até o céu.

Lembro que existe uma referência recente desta com a bolha internet, a bolha das novas tecnologias. Em 2000, a valorização das empresas que operavam na rede chegou à loucura total. Contudo, os dirigentes políticos, os bancos, os analistas financeiros, os meios de comunicação, todo o mundo dizia que a internet havia criado um novo modelo e que uma empresa podia valer 500 vezes seus lucros anuais. Aqui está uma prova de inconsciência que foi sancionada pelos mercados. O mesmo acontece agora. A inconsciência de 2005, 2006 e 2007 está sendo agora sancionada pelos mercados, mas de uma forma muito mais grave. Hoje, diferente do que ocorreu com a bolha das novas tecnologias, todos os setores e todos os países estão envolvidos. Nisso radica a gravidade da crise atual.

Existem outros emissores de mentiras que detém um poder considerável: as estatísticas, as agências de qualificação e o FMI.

Se observarmos as previsões do FMI constatamos que desde muito tempo são errôneas. O FMI não antecipou a crise e hoje este organismo nos diz com certa dificuldade que a crise se instalou. E, contudo, apesar de que as previsões do FMI são largamente falsas, continuam considerando-as com uma devoção quase religiosa. E com as agencias de qualificação acontece exatamente a mesma coisa. Nenhuma agencia antecipou a crise. Quero lembrar que as agencias de qualificação haviam dado aos créditos sub prime um triple A, o que é muito preocupante. Aqui também se segue escutando as agencias de qualificação como se fossem uma Virgem Santa.

Mas a devoção e a idolatria não têm nenhuma justificativa. Se trata agora de saber a quem há que criticar: as estatísticas, as agências de qualificação, aqueles que lhe dão uma importância maior? Todo o mundo é responsável do que está acontecendo. Os bancos centrais são responsáveis, em particular o banco central norte americano, as autoridades bancárias são responsáveis, os bancos, as agências de qualificação, os analistas financeiros, os Estados são igualmente responsáveis. De fato, não há que destacar um culpável nem procurar um bode expiatório. A responsabilidade é global. A responsabilidade da crise não é só das estatísticas ou das agências de qualificação. A responsabilidade é inescapavelmente coletiva.

Outra das mentiras que você assinala e que se transformou num mito desde 2008 é o da regulação financeira. Você afirma que o G20 é em realidade papel molhado.

Sobre o G20 é preciso dizer três coisas. A primeira é que a criação do G20 foi uma muito boa idéia. Antes da criação do G20 a economia mundial estava governada pelos países mais endividados: Estados Unidos, França, etc. Além disso, haviam sido deixados de fora os países que criavam mais valores, ou seja, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul. A criação do G20 é então, uma evolução extremamente positiva em matéria de governo econômico mundial.

Em segundo lugar, na cúpula do G20 que se celebrou em Londres em 2009 se tomaram decisões corretas no que concerne ao papel do FMI, os paraísos fiscais ou as bonificações dos traders. Mas em terceiro lugar, e aqui está o problema, desde esta cúpula de Londres o G20 deixou de tomar decisões. Por quê? Pois porque o G20, como todas as demais instâncias de regulação, só toma decisões quando se espalha o medo. Tem que acontecer o que vimos com Lehman Brothers para, seis meses depois, tomar as decisões necessárias.

O problema radica em que, uma vez que passou a tormenta, nos esquecemos de que tivemos medo e tudo volta a começar igual: a especulação, as bonificações surrealistas destinadas aos traders, etc., etc. Prova disso, foi necessário que explodisse a crise grega para que os reguladores tivessem medo e voltassem a regular. Por conseguinte, se pode dizer que o governo mundial só progride com a crise. Só quando os reguladores têm medo se botam a regular.

Mas como se pode explicar tal recurso à mentira em economia política. Economistas, dirigentes políticos, organismos internacionais, todos mentem.

É lamentável mas esta é a triste realidade. Há três tipos de mentiras: a mentira voluntária, esta que se apoia atrás do argumento segundo o qual esconder a realidade é um bom princípio; a mentira involuntária que se funda sobre uma análise errônea da situação e conduz a difundir falsas informações quase de boa fé: e a mentira que se conta a si mesmo, ou seja, quando se dispõe de uma boa análise da situação mas como não se quer reconhecer a validade da mesmo se acaba dissimulando a realidade.

Nos três casos se emitem enunciados falsos e quase ninguém questiona o discurso dominante. Há vários elementos para explicar isso. Um deles é o chamado pensamento único. Às pessoas gostam pensar o que pensam os demais. Na sociedade atual contar com um pensamento heterodoxo não é algo fácil. Por outra parte, os meios de comunicação têm uma marcada tendência a acentuar este fenômeno. Os meios se focalizam no instantâneo, no espetacular. Assim terminam difundindo a mesma análise sem profundidade.

Você é um dos poucos analistas econômicos que afirma sem ambiguidade que os Estados Unidos estão em processo de quebra.

Se os Estados Unidos fossem uma empresa já tinham declarado falência. Não há nenhuma dúvida a respeito. Os Estados Unidos viveram acima de seus meios, se endividando além do razoável e desindustrializando-se em excesso. Isso dura 20 anos! A situação norte americana é muito, muito má.

Entretanto, pese ao inocultável marasmo, você sugere que não tudo está perdido. Como se sai deste pântano? Por acaso há que terminar com a tão comentada globalização?

Eu sou um crítico das teses que propõem o fim da globalização. De fato, a globalização teve muitos defeitos, é obvio que aprofundou as desigualdades, mas, globalmente, a economia mundial nunca conheceu um crescimento tão forte como com o processo de globalização. Não há, então, que se jogar tudo no lixo. A desglobalização poderia acarretar uma perda dos benefícios adquiridos. Não quero dizer com isso que, por exemplo, a situação dos operários chineses que trabalham no setor industrial graças à globalização seja boa, não, nada disso. O que digo, sim, é que a globalização foi um fator de crescimento inquestionável, em particular para os países do sul.

Os excessos da globalização devem ser criticados. Nesse sentido, se continuo sendo otimista é precisamente porque se admitimos que todos somos responsáveis da situação atual, tanto as empresas, os bancos, os dirigentes políticos, as instâncias de regulação como as pessoas em geral, podemos mudar o curso das coisas. Se cada um destes atores econômicos se reforma é possível desembocar num governo econômico mundial mais satisfatório. Lamentavelmente, as reformas só se realizam quando não cabe outra saída. Provavelmente fará falta que a crise se agrave mais para que os dirigentes e os dirigidos aceitem as reformas.

Tradução: Libório Junior
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domingo, 30 de outubro de 2011

Contraponto 6637 - "Para tratar câncer, Lula suspende compromissos até janeiro de 2012"

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30/10/2011


Para tratar câncer, Lula suspende compromissos até janeiro de 2012


Da Carta Maior 30/10/2011

Agenda de viagens nacionais e internacionais está cancelada por três meses para que ex-presidente enfrente quimioterapia contra tumor na laringe, a partir desta segunda-feira (31). Assessoria cria email para receber mensagens de solidariedade. Time do coração, Corinthians presta homenagem antes de reassumir liderança do Brasileiro: "Força Lula".

Da Redação

BRASÍLIA – O tratamento quimiterápico contra um câncer na laringe levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a cancelar todos os compromissos públicos pelos próximos três meses. Em nota, a assessoria de imprensa de Lula informou neste domingo (30) que as viagens nacionais e internacionais dele estão suspensas até o fim de janeiro do ano que vem.

Por causa das diversas manifestações de solidariedade que recebeu neste fim de semana, o Instituto Cidadania criou um email específico para que os interessados mandem mensagens ao ex-presidente. O endereço é saudelula@icidadania.org.

Corintiano fanático e protagonista do enredo 2012 da escola de samba Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do clube, Lula recebeu manifestações de apoio no jogo do clube do coração neste domingo (30), no Pacaembu, em São Paulo.

Nas arquibancadas, a torcida exibiu faixa com a estampa de Lula e o escudo do Corinthians. Ao entrar em campo, os jogadores do time, que presentariam o mais ilustre torcedor com uma vitória suada e de virada por 2 a 1 contra o Avaí que devolvou o time à liderança do campeonato brasileiro, carregavam faixa que dizia “Força Lula”.

Desde que a notícia sobre o tumor na laringe foi divulgada, o ex-presidente também foi procurado por uma série de antigos colaboradores de governo que prestaram solidariedade e buscavam informações, como os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e Guido Mantega (Fazenda), o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.

Apesar do impacto da notícia surpreendente, um ex-ministro que procurou notícias disse que o clima na família de Lula é de tranquilidade.

Lula começará a quimioterapia nesta segunda feira (31). O tumor foi diagnosticado em exames feitos sexta (28) e sábado (29).

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PITACO DO ContrapontoPIG.

Por que não os Lulaços?

Praticamente impedido de falar e de aparecer na imprensa piguiana na época em que era governador, Leonel Brizola apelou para artigos escritos a que chamou de Tijolaços* , que como matérias pagas, publicava na imprensa carioca.

Quem sabe, sempre que necessário, Lula poderia publicar, inclusive com a aceitação de toda a blogosfera progressista, o seu pensamento em Lulaços nos quais a sua voz e seu pensamento permaneceriam presentes no cenário político brasileiro até que ele se recompusesse da enfermidade que momentaneamente o acomete.

Força Lula. Estamos com você pro que der e vier.

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* O Brizola Neto aproveitou o nome "Tijolaço" de forma inteligente e justa para o seu excelente, importante e vitorioso blog.

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Contraponto 6636 - "Quando os bons princípios do Ocidente não se aplicam ao Oriente"

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30/10/2011

Quando os bons princípios do Ocidente não se aplicam ao Oriente

Da Carta Maior - 29/10/2011

Eduard Said, em seu "Cultura e Imperialismo", resgata a visão unívoca de um Ocidente mal acostumado a não olhar para o diferente. As bombas do Ocidente mataram inocentes, em bombardeios impiedosos sobre numerosas cidades líbias - talvez muito mais do que fez Kadafi em mais de quarenta anos de poder discricionário.

Enio Squeff*

Talvez não seja apenas uma curiosidade que as relações entre o poder e os artistas só se fizeram manifestadamente livres, no âmbito da cidadania, após as revoluções francesas e americanas. Leonardo da Vinci nunca se arriscou a contestar qualquer ato de um de seus patrões - o Duque César Bórgia, filho do Papa e um dos maiores facínoras da Renascença. Concluir que muito dificilmente manteria seu pescoço, se o fizesse, responde diretamente à questão. Miguel Ângelo sempre tratou de se manter às boas com o Papa Júlio II, mas Beethoven chegou a xingar alguns nobres. Explica-se em parte: o pintor da Sistina era respeitadíssimo e se sabe de alguns de seus enfrentamentos com o Papa - mas recuou a bom tempo. De um pontífice que não hesitava em trocar a batina branca, de Pai da Cristandade, pela armadura pesada de comandante-em-chefe do Vaticano, a tolerância limitava-se a alguns desaforos a mais: por qualquer bobagem, era o bastante que prendesse e até matasse. Já Beethoven contava com mais que o beneplácito de seus patrões. Na Áustria, que lutou contra Napoleão, auto-intitulado defensor da Revolução Francesa, a idéia de cidadania não tinha, realmente, muita validade - mas era suficiente para que os nobres relevassem os péssimos humores de um gênio como Beethoven.

Villa-Lobos nunca expressou explicitamente qualquer crítica a Getúlio Vargas que, de resto, durante certo tempo, teve poderes ditatoriais. Perder, porém, seu emprego como diretor do Instituto que o premiava por sua arte, poderia acarretar-lhes dissabores que quase nunca entram nas contas de seus críticos. A pobreza ou mesmo a miséria, talvez não fossem as conseqüência mais deletérias ao compositor, já que não havia nenhum instituição particular brasileira,que pudesse encomendar partituras que o permitissem viver de direitos autorais. São situações que talvez espantem, mas que só assumem sua real dimensão num mundo como o nosso. Pelo menos, em teoria, qualquer artista nascido no Brasil, é, antes de tudo, um cidadão: pode ter a sua opinião. Independentemente do poder, exigem-se-lhe respeito público, direitos que lhe são peculiares e justiça - essas coisas.

No fundo, porém, tudo isso só tem a ver com estatuto de cidadão. Talvez, por isso também, só conheçamos as biografias, em detalhes, dos artistas cidadãos, ou seja, a partir da sua condição de indivíduos que nasceram em sociedades que chegaram à revolução liberal, antes que outros tantos, algures. Quase ninguém sabe muito do padre José Maurício Nunes Garcia(1767-1830) - que foi um dos maiores compositores brasileiros em todos os tempos. José Maurício viveu a maior parte da sua vida no Brasil Colônia. E serviu como mestre-capela, tanto de Dom João VI, quanto de Dom Pedro I.

Ainda que respeitado como sacerdote que era, não tinha "status" de cidadão acima de qualquer suspeita. O fato eximia-o, inclusive, de certas obrigações que se acoplam aos direitos como condição da cidadania. Como seu colega português, Marcos Portugal, que serviu aos invasores franceses que ocuparam a Península Ibérica durante as guerras napoleônicas, suas obrigações cingiam-se aos empregos e empregadores eventuais. Exemplo da desimportância dos dois músicos se dá exatamente na história portuguesa do princípio do século XIX. Ninguém cobrou a Marcos Portugal ter servido aos inimigos de seu país que ocuparam a Península Ibérica na ausência do rei. O compositor luso era pouco mais que um empregado da Corte. Por sua condição, porém, ninguém o invectivou que fosse fiel a sua pátria, como se requereria de um um fidalgo (que etimologicamente quer dizer "filho de algo", "de alguém"). Por terem origens modestas (José Maurício era inclusive filho de uma escrava com um português) aos artistas não se lhes pediam atitudes políticas ou uma arte de cunho político ou contestatório.

Mozart escreveu algumas obras que desafiavam o poder da época. Mas as óperas "Dom Giovanni" , ou "As Bodas de Fígaro" embora criticassem a aristocracia, só adquiriram as suas dimensões, digamos, "revolucionárias", quando o artista tinha morrido há muito, a historia já era bem outra; e a aristocracia cedera lugar à burguesia no comando das sociedades: tudo nos anos seguintes à Revolução Francesa de 1789. Mozart mesmo, nunca reclamou, nos tribunais, ter levado um ponta-pé no traseiro quando se desligou da Corte de Salzburgo. Tinha feito o impensável para um empregado do Bispo que comandava Salzburgo : desligou-se de sua condição de servidor da Corte, a despeito da vontade do seu "senhor".

São fatos reveladores que antecederam a emergência do artista engajado. Este, porém, quando nasceu, durante a Revolução Francesa principalmente, teve não só de se haver com a sua condição de cidadão, mas, mais que tudo, com a sua prerrogativa de artista só que "a serviço da sociedade". Daí em diante, aliás, o processo seria levado a tal ponto, que muitos artistas não puderam fugir ao engajamento. Jacques-Louis David, pintor e, numa certa medida, ideólogo da Revolução Francesa, aceitou a tal ponto o processo, que logo exigiria de seus iguais a defesa direta ou indireta da Queda da Bastilha.

Qual a diferença disso e da propaganda?

Nas intenções, nenhuma. O próprio Jacques-Louis David, entretanto, nunca estreitou suas pinturas à Revolução Francesa ou a Napoleão Bonaparte. Embora fosse o pintor oficial de Napoleão, carregou nas tintas pelo que julgava o ideal da Revolução: a volta ao equilíbrio e ao respeito cidadão pelo mundo greco-romano, um equívoco se comparado à realidade tanto do movimento de 1789, quanto ao passado que ele idealizou. Mesmo assim, foi um dos primeiros artistas a pedir a punição de seus iguais que não louvassem à "verdade das novas leis" transformadas quase em dogma, pela Revolução Francesa. E fez história. Mesmo Beethoven preocupou-se com a Revolução e enquanto muitos se dedicavam diretamente a difundir as causas populares ( tomadas como expressões históricas), outros muitos tratavam de defender que os artistas que não se engajassem nos projetos das superações históricas, jazeriam numa espécie de limbo existencial, também chamado de "Torre de Marfim". A expressão é antiga, mas quem a cunhou no século XIX, foi o crítico literário Charles Augustin-Sainte Beuve. Para ele, Alfred de Vigny seria um poeta típico da "Torre"; já o romancista e também poeta, Victor Hugo, seria o oposto: um intelectual plenamente "engagé ("engajado", "a serviço de", em francês).

Na verdade, daí em diante, as discussões não teriam fim e o mundo intelectual e artístico se dividiria até hoje. Sem que se soubesse ao certo até quando um escritor como Guimarães Rosa não seria um artista engajado - por não contar necessariamente sobre a miséria do "Grande Sertão/ Veredas" ao contrário de um Graciliano Ramos que com "Vidas Secas" se demoraria sobre a miséria do povo sertanejo - houve uma espécie de divisor de águas, não só no Brasil. Já que o artista é cidadão, como não cobrar dele, artista, que não se empenhe em mostrar as mazelas da sua condição e da sua gente?

"Primado da cidadania", talvez esse seja no mote. Mas que não se sabe o quanto vale até hoje para a totalidade dos homens - todos eles - já que as duas revoluções, tanto a Francesa quanto a Americana, consagraram o princípio de "que todos os homens são iguais perante a lei".

Aguardam-se, então, os artistas líbios - quem sabe - que contem sobre a luta democrática de seu povo - seja sob a forma de poesia, romance ou pintura. Esperam-se, aliás, que contem do início de uma época democrática, pós-Kadafi Mas se conjetura, igualmente, que um artista - mais apropriadamente - um escritor ocidental, principalmente, venha a digredir sobre o cadáver do próprio Moamar Kadafi. Ele morreu execrado por meio mundo - mas é mais um morto que se soma a outros tantos, devidamente justificados em seu assassínio por não pertencerem ao consenso ocidental.

Eduard Said, professor universitário norte-americano, um dos grandes pensadores falecidos recentemente, escreveu há anos um ensaio, onde defendia uma tese contrária a todo um pensamento que exalta a "Torre de Marfim", como a couraça mais conveniente a qualquer intelectual. Em seu alentado estudo intitulado, precisa e inconvenientemente (para os novos tempos) "Cultura e Imperialismo", ele resgata a visão unívoca de um Ocidente mal acostumado a não olhar para o diferente. E de exigir do Oriente que seja democrático nos termos ocidentais, inclusive, não só sob a ameaça, mas com o efetivo emprego de bombas, muitas bombas. Elas mataram inocentes, em bombardeios impiedosos sobre numerosas cidades líbias - talvez muito mais do que fez Kadafi em mais de quarenta anos de poder discricionário. Ou seja, o preço de um só cadáver pode ser muito mais cadáveres. Como sugestão de arte, em suma, aos artistas, cidadãos engajados, talvez valham as imagens em prosa e verso, com a sra. Hillary Clinton, desmanchada em seu belo sorriso louro, a exaltar mais um morto, este de Moamar Kadafi.

Descrever de alguma forma, como paradoxo, o sorriso como o equivalente a muitas loas aos matadores - todas devidamente confrontadas com os corpos ensangüentados dos inimigos eleitos recentemente que tais pelo mundo cristão e ocidental - será certamente uma contestação, mais uma. Mas não foi a isso que nos acostumaram os direitos de cidadania tanto da Revolução Francesa, quanto da Revolução norte-americana?

*Enio Squeff é artista plástico e jornalista.

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Contraponto 6635 - "Receita para derrubar ministro"

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30/10/2011
Receita para derrubar ministro


Do Direto da Redação - Publicado em 30/10/2011

Mário Augusto
Jakobskind*

Uma semana das mais movimentadas aconteceu nestas plagas. No sábado, por exemplo, os brasileiros ficaram sabendo que Lula está com câncer na laringe e já começou a especulação sobre as perspectivas de participação política do ex-presidente, que continua bastante influente. Aguarde-se o desenrolar dos acontecimentos.


O blog Brasil reproduziu documentos do site WikiLeaks revelando que o global William Waack, figura também de proa no famigerado Instituto Millenium, é informante do governo estadunidense. O texto assinala que Waack foi indicado por membros do governo dos EUA para “sustentar posições na mídia brasileira afinadas com as grandes linhas da política externa americana”. Diogo Mainardi também aparece na lista de informantes dos EUA, da mesma forma que o colunista da Folha de S. Paulo, Fernando Rodrigues.

A TV Globo em nota oficial negou a denúncia contra Waack classificando-a de “absurda”. Mas desmentidos da Globo têm pouco valor, até porque a prática informativa da Vênus Platinada fala mais do que qualquer desmentido.

No Ministério dos Esportes saiu o seis para entrar o meia dúzia, ou seja, Aldo Rebelo no lugar de Orlando Silva e com a agravante de que o novo titular da Pasta vem sendo acusado pelos movimentos sociais de como relator do Código Florestal favorecer o pessoal do agronegócio.

Para ter uma ideia de quanto Rebelo é cultuado pelos grandes proprietários de terra basta mencionar o comentário da senadora Kátia Abreu, também dirigente do Conselho Nacional de Agricultura quando soube que o deputado do PC do B tinha sido nomeado para ficar no lugar do camarada Orlando Silva: “Aldo Rebelo faz parte de um time do bem! Parabéns ao governo pela escolha”. É o caso de perguntar: quem escala este time mencionado pela porta-voz do agronegócio?

A novela dos Esportes possibilitou à oposição de direita colocar as mangas de fora e procurar desgastar o governo Dilma Rousseff. Convenhamos, é de uma hipocrisia sem tamanho o deputado Antonio Carlos Magalhães e o senador Álvaro Dias se proclamarem arautos da moralidade, quando se sabe que os respectivos partidos que eles integram quando controlavam o governo federal não primavam propriamente por práticas cristalinas, haja vista as privatizações das estatais.

ACM aparece quase diariamente nas telas da Globo vociferando contra o governo federal e pregando a moralidade. Álvaro Dias, uma figura vinculada ao que há de pior em matéria de reacionarismo no Estado do Paraná, não faz por menos. Como tanto o Partido Democratas, a denominação atual do PFL, o que é uma piada, como o PSDB estão completamente sem bandeiras, qualquer tipo de denúncia serve, mesmo as surgidas a partir da revista Veja, uma publicação que prima pela manipulação da informação e pela falta de credibilidade.

No fundo, bem lá no fundo, Dem e PSDB continuam inconformados pelo fato de com o terceiro mandato presidencial consecutivo encontrarem-se afastados do controle do Estado e consequentemente sem possibilidade de abocanhar os cargos para os correligionários.

A Revista Veja agora também vinculada a capitais sul-africanos que apoiavam o apartheid, é linha auxiliar dos partidos de direita que já estão de olho no embate eleitoral em 2014 quando Dilma Rousseff completará os quatro anos de mandato. A Editora Abril também perdeu vantagens com o governo federal na área do livro didático. Em compensação, no Estado de São Paulo, governado pelo PSDB desde muito tempo, a história é bem outra. Ou seja, ganham muitos milhões de reais com os livros, mas praticamente ninguém contesta o fato.

No caso de Orlando Silva, a primeira matéria que apareceu na mídia foi via Veja, completamente sem provas e que aqueceu os anais oposicionistas. O tal PM, de nome João Dias, ficou de comparecer na Câmara dos Deputados para fazer mais denúncias, mas na última hora acabou não indo, isso depois de um grande empenho da oposição para que acontecesse o depoimento.

Enquanto a Polícia Federal continua a aguardar provas concretas sobre a participação de Orlando Silva no esquema de corrupção com as ONGs, a Folha de S. Paulo apareceu com matéria tentando agora envolver um irmão de Aldo Rebelo nas denúncias sobre falcatruas no Ministério dos Esportes. Soa realmente estranho o fato de a denúncia, com base apenas no depoimento do PM delator, também sem provas, só aparecer depois da nomeação de Aldo Rebelo.

Também soa estranha a condenação de antemão de um acusado de corrupção, como o ex-ministro Orlando Silva, só pelo fato do Supremo Tribunal Federal (STF) passar a cuidar das denúncias. Isso não significa que já houve a condenação, como quer fazer crer a mídia de mercado. Açodamento dessa natureza acaba desembocando no fascismo.

Depois do episódio que culminou com a demissão de Orlando Silva, já se pode pensar em um trabalho jornalístico mais aprofundado. Sugestão de título: Receita para demitir um ministro. Começa com matéria na Veja, fazendo dobradinha com a Época, desmentidos daqui e dali, repercussão nos espaços midiáticos das Organizações Globo, do Fantástico ao Jornal Nacional, e demais órgãos da imprensa conservadora, sobretudo as revistas semanais, até alcançar o desgaste político do denunciado.

Somam-se a isso as convocações dos mesmos meios de comunicação de mercado em conjunto com as Federações de Indústrias do Rio e São Paulo para atos públicos de combate à corrupção, inclusive com vassouras verde amarelas distribuídas a granel, e o jogo está feito.

Mas informações sobre o quanto o Brasil vem gastando com a dívida pública, nem pensar. Afinal, tudo que compromete o modelo econômico e a estratégia de favorecimento ao capital financeiro, a mídia de mercado silenciará totalmente e se voltará para o varejo, de forma a produzir matérias para iludir incautos. Para se ter uma ideia dos gastos mencionados, no ano passado corresponde a 45% do orçamento brasileiro, que foi de 1,414 trilhão de reais. Então, só para o pagamento dos juros e amortizações o total é de 635 bilhões de reais, o que corresponde a quase R$ 2 bilhões diários.

Mário Augusto Jakobskind. É correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do seminário Brasil de Fato. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOPE
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Contraponto 6634 - "A Voz do Brasil "

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30/10/2011.

A Voz do Brasil


Comentário de Chico Barauna


Presidente, você vai voltar firme e forte. Desejo que vem do Leste, do Oeste, do Sul e do Norte. "O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mais o vento que não se vê". Pois é, esta frase de Platão vai para você.

E veja esta do mineiro Guimarães: "O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. E coragem é dignidade !"

Mas, coragem e dignidade nunca lhe faltou, portanto escute o que certamente diria o outro Luiz, aquele seu conterrâneo, sanfoneiro e famoso cantor: Oxente, agora tenha paciência, não se avexe, não se apresse, não se apoquente !!

Presidente Lula, a sua voz é a nossa voz, a voz do povo, a voz do Brasil que não vai parar. Presidente, meu irmão camarada, escute o refrão que nós vamos cantar: olê, olê, Olê, olá, Lula, Lula...!!

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Contraponto - 6633 - "O fim da caça às bruxas"

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30/10/2011
O fim da caça às bruxas



Do Blog Brasil que Vai ! - domingo, 30 de outubro de 2011



A notícia da doença de Lula não poderia vir em pior hora para a oposição ao governo Dilma. Atolada que está em conflitos internos, tudo de que menos precisavam os que compartilham do ódio ao ex-presidente e ao que ele politicamente representa era que parcelas majoritárias do eleitorado passassem a vê-lo com admirada comiseração.

Lula se agiganta moralmente com a doença e na mesma proporção fecham-se as fissuras artificialmente construídas que os opositores pretendiam transformar em ruptura entre ele e a presidenta que o sucedeu.

O estado de saúde de Lula interrompe o jogo político a que se dedicavam adversários e imprensa e que consistia em fazer pespegar ao petista a pecha de defensor de ministros corruptos impostos à sucessora e, a partir disso, projetar um distanciamento midiático entre ambos.

Torna-se impossível agora apagar o impacto da solidariedade que haverá de unir ambos numa renovada luta pela sobrevivência. A eles caberá doravante a iniciativa de alternar os papéis de auxiliado e auxiliador, esvaziando o ânimo das bases eleitorais que se movimentavam para impor uma agenda com menor apelo emocional centrada no combate à corrupção.

A despeito das manifestações de um tipo de crítica mais raivosa que mal consegue conter o júbilo por antecipar o que julga ser o fim de uma liderança que guindou outras forças políticas ao comando da nação, o fato é que essa modalidade de discurso deverá manter-se confinada a bolsões mais restritos das classes médias elitizadas, incapaz de contagiar a sentimentalidade cristã mais geral e muito menos setores mais predispostos a conferir uma espécie de conotação metafísica à pregação política de Lula.

Ao contrário do que supõem analistas mais afoitos, ficará mais fácil e não mais difícil a caminhada das esquerdas nas eleições municipais do próximo ano, podendo até mesmo ser interditada a discussão de temas de natureza moral que seriam ao gosto das forças de oposição e que passariam necessariamente pela culpabilização de quem encontra-se agora preservado pelo respeito e reconhecimento devido a todos os que lutam pela vida.

Exatamente agora quando mídia e oposição articulavam-se em torno do eixo anticorrupção ou do movimento "cansei de novo". Mas política é mesmo assim, com freqüência deve-se recomeçar do zero.
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Contraponto 6632 - "D. Mariza, cuida bem dele porque Lula é nosso amigo"

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30/10/2011
D. Mariza, cuida bem dele
porque Lula é nosso amigo

Lula nas mãos do povo

Do Amigos do Presidente Lula

Essas notícias, quando chegam, sempre dá um baque na gente, num primeiro momento. O presidente Lula é tão amigo de tantos brasileiros que, mesmo para quem nunca o viu pessoalmente, o sentimento é como se fosse alguém quase da família que ficou importante e mora distante.

Os médicos já disseram que tem tratamento, tem cura, graças a Deus! E pelo visto não é nada tão grave assim. Então é só questão de tempo: enfrentar o tratamento e se curar. A presidenta Dilma passou por isso há pouco tempo, e está aí, forte e firme, e trabalhando como uma leoa, com todos os percalços, para acabar a obra de tornar o Brasil um país rico, sem miséria e justo.

Lula tem uma companheira maravilhosa de todas as horas, D. Mariza, que vai cuidar bem dele, como sempre cuidou, e não vai deixar ele fazer muita travessura, como viajar demais pelo mundo, até que os médicos liberem para fazer tudo de novo. E pelo que dizem, será a tempo do desfile na Gaviões da Fiel, no carnaval, em sua homenagem.

O duro é a recomendação médica de não poder conversar muito, por hora. O que todo político mais gosta é de uma boa conversa. Mas tudo bem, daqui a pouco estará liberado.

A gente, brasileiros do povão, que tem Lula como um amigo, só temos que oferecer toda a força, solidariedade, carinho, preces e fé.

Temos certeza que, mais uma vez, a esperança vai vencer o medo. Que Lula, como sertanejo forte, é um brasileiro que não desiste nunca, muito menos de continuar trabalhando para melhorar o Brasil e a vida dos brasileiros.

Lula, conte com a gente para o que der e vier. Nos dias em que estiver no "estaleiro", continuaremos, como sempre, defendendo sua política que é também a nossa, seu legado (que também é de todos os brasileiros), a sequência de suas políticas sociais e econômicas que não podem parar de avançar, continuaremos defendendo o governo Dilma (até de seus próprios erros, se for preciso), e não vamos deixar sem resposta nenhuma ofensa, nenhum ataque, nenhuma injustiça.

A gente só exige uma coisa: sua volta, sarado, para vermos Lula-lá de novo, com a força do povo, como o líder necessário que é para o Brasil de todos, independente de cargos que ocupa, porque até o seu vulto, mesmo após o término de seu governo, é fator de estabilidade social, institucional e garantia de preservar as conquistas dos mais pobres e dos trabalhadores. E é fonte de inspiração e de pressão para políticos (até os conservadores) nos estados e prefeituras terem que fazer governos mais inclusivos para todos.

É também o líder mundial necessário para ajudar a construir um planeta melhor. Toda a América Latina e África não podem prescindir das articulações de Lula. Os próprios países ricos só terão a ganhar com mais justiça social e equilíbrio no mundo, e os 99% de seus povos já estão percebendo que um outro mundo é possível.

Um beijo da Helena, um abraço do Zé Augusto, e de todas as amigas e amigos do Presidente
Lula.
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Contraponto 6631 - "A voz do Brasil que nunca teve voz"

30/10/2011

A voz do Brasil que nunca teve voz

Da Carta Maior - 30/10/2011

Lula completou 66 anos esta semana: a metade deles emprestando a voz rouca e grave à defesa da democracia e da justiça social no seu país e no mundo. Avant la lettre, ele deu voz à 'primavera árabe' brasileira. Mesmo quando lhe faltaram microfones, nas assembléias históricas da Vila Euclides, no ciclo das grandes greves do ABC paulista, nos anos 80, a voz rouca e grave se propagou através de outras vozes para se fazer ouvir em todos os cantos e lares mais humildes do vasto território nacional.

A economia e a sociedade que essa voz ajudou a construir hoje falam por ele. E torcem por ele, na certeza de que ele ainda falará por ela durante muito tempo, como líder político incontestável da grande frente progressista que deu voz a um Brasil que nunca antes teve voz nem vez na política e no poder.

Na campanha de 2002, num discurso emocionado, quando a vitória ainda era incerta, Lula disse que se considerava uma obra coletiva do povo brasileiro. E que assim persistiria , fosse qual fosse o resultado da disputa. De fato. Lula se transformou no intérprete mais fiel das lutas e sonhos da gente brasileira, a ponto de o seu nome ter se incorporado ao vocabulário nacional ('agora é Lula!') como uma espécie de sinônimo do orgulho, da resistência e do discernimento de uma população que, ao seu modo, nele se enxergou como fonte de poder e de direitos .

Essa força tamanha não vai silenciar. Não apenas porque Lula em breve voltará a expressá-la, mas porque em qualquer tempo, e em qualquer lugar , sempre que interesses de uma elite anti-social e demofóbica ameaçarem as conquistas e anseios dessa gente, haverá quem cante, assovie, murmure ou mencione o refrão que enfeixa um punhado de significados e entendimentos, todos eles porém imiscíveis com a prepotência e a humilhação que encontrou nesta voz um contraponto de alteridade e hegemonia que as ruas dificilmente esquecerão:

'olê, olê, olê, olá, Lula, Lula...'

Postado por Saul Leblon às 07:10

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PITACO DO ContrapontoPIG.

Esta voz nem o câncer calará.

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Contraponto 6630 - Você sabia?

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30/10/2011

Venezuela comemora 6º ano de erradicação do analfabetismo

Do Vermelho - 29/10/2011

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, destacou hoje (29) a ajuda que recebeu do governo cubano com o método educativo "Eu posso sim" [Yo sí puedo]. A Venezuela comemora hoje o 6º aniversário da declaração do país como território livre de analfabetismo.
Durante uma chamada telefônica com os promotores do Grande Pólo Patriótico, reunidos no Teatro Teresa Carreño, o mandatário saudou "esse milhão e meio de compatriotas que aprenderam a ler e escrever, alguns com 80 anos e mais".

Chávez felicitou "Cuba Revolucionária, que pôs a nossa disposição seu método Yo sí puedo e toda a experiência de Fidel Castro e do povo cubano. Obrigado, Cuba; Obrigado, Fidel, neste aniversário".

LinkChávez lembrou que, há seis anos, a Venezuela foi declarada território livre de analfabetismo pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), devido à aplicação da Missão Robinson, que chegou aos lugares mais recônditos do país para oferecer a possibilidade de aprender a ler e escrever a pessoas que no passado não tiveram esta oportunidade.(Grifo do ContrapontoPIG)

Entre outros pontos, o programa contribui com a capacitação integral e presta apoio às iniciativas socioprodutivas dos estudantes, sem levar em conta a idade e sexo. Inclui indígenas, reclusos, afrodescendentes, imigrantes, integrantes da Missão Negra Hipólita e pessoas com necessidades especiais.

Fonte: Prensa Latina

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PITACO DO ContrapontoPIG


Você já imaginou alguma vez esta notícia saindo no PIG ?

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Contraponto 6629 - A estratégia política do denuncismo

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Autor:

É curioso como está se processando o xadrez político. Em muitos aspectos, lembra bastante o pré-64 - o que não significa necessariamente que o desfecho será o mesmo.

Dilma assumiu pretendendo acabar com a polarização política dos últimos anos. Fez acenos em direção aos jornais, colocou-se acima dos partidos e do próprio PT, afastou-se dos sindicatos - no início, com imprudência, depois com cuidado - e da blogosfera.

Um dos pontos centrais da sua estratégia foi o de aceitar as denúncias contra Ministros. Fez como o lutador de judô que calibra o golpe aproveitando o embalo do adversário.


Nas primeiras rodadas, acumulou pontos. Na sequência, o jogo está indefinido. Essa estratégia fortaleceu o denuncismo de forma nunca vista desde a campanha do "mensalão". Aparentemente a presidente saiu ilesa, por não estar no centro do fogo que está consumindo seus ministros.

Só aparentemente. O ímpeto redobrado com que a velha mídia coloca os ministros em fila e os vai fuzilando conseguiu criar no seio da classe média midiática o mesmo clima do "mar de lama" de Getúlio e Jango.

Repito: não significa que o desfecho será o mesmo. Significa que o cadinho de cultura para um golpe é o mesmo.

Por que se usa a palavra "golpe" com tanta semcerimônia? Pela relevante razão de que, quando se adota o "denuncismo" como estratégia política única, o caminho democrático só é viável quando se tem um candidato competitivo empunhando a bandeira - como Jânio Quadros, por exemplo. Nas circunstâncias atuais, não existe um Jânio no meio do caminho da oposição.

Assim como em 1964, não há uma oposição política com musculatura, com projetos claros de poder, candidatos competitivos. José Serra é carta fora do baralho. Nos seus primeiros movimentos, Aécio Neves não mostrou estatura política. Geraldo Alckmin não conseguirá avançar além da província.

Candidatos de maior potencial - como Eduardo Campos - estão fora, por enquanto, do leque de alianças da velha mídia, além de ser de um Estado fora do eixo politico do sudeste. Resta o quê, então?

A história, quando se repete em tempo real, permite um estupendo aprendizado. A partir do que ocorre agora, é possível mergulhar no passado, intuir sobre o que foi o dia a dia político de outras crises, como as que tolheu Vargas e Jango, ou mesmo como teria sido a habilidade política de JK, toureando as diversas tentativas de golpes.

A história é um jogador de xadrez caprichoso, que vai utilizando as circunstâncias para redefinir o papel das peças do tabuleiro. Jornalistas, políticos, de história de lutas contra a intolerância, contra o arbítrio, de repente são colocados em um novo papel, intolerante, fora do reino das ideias, para se situar exclusivamente na tática de salientar a corrupção, no "mar de lamas", no perigo Chávez, utilizando o mesmo repertório que o grande Afonso Arinos - um oposicionista civilizado - considerava fora de moda em 1964.

Naqueles tempos, havia as Forças Armadas no fim da estratégia.

E agora? Confesso que não sei.

Numa ponta tem-se o avanço das novas mídias, novos grupos jornalísticos tirando a influência da velha mídia, novos jornais de papel, os portais exercendo um contraponto ao menos no reino da audiência e da publicidade.

Mas é inegável que a ideologia predominante do jornalismo formal ainda é pautado pelo pacto dos quatro - Globo, Abril, Folha e Estadão. E é inegável que, fora de períodos eleitorais, a opinião pública midiática permanece com inegável influência.

Por seu lado, a blogosfera ainda fala para uma militância. Faz o contraponto, desconstroi factóides, mas não forma opinião ainda, a não ser a dos convertidos.

Na física (ou na química) há determinados corpos em equilíbrio até que ocorre um fato qualquer que provoca o desequilíbrio. Esses movimentos mudam totalmente a força dos agentes internos.

O pilar do equilíbrio atual é o quadro econômico razoavelmente estável. Em caso de crise econômica - uma hipótese por enquanto (felizmente) fora do horizonte - esse cadinho de indignação plantado diariamente pela velha mídia terá desfechos imprevisíveis. Há amplo espaço no horizonte para a ampliação ilimitada da radicalização.

Será um belo desafio para Dilma Rousseff e seu maior aliado, Lula.

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Contraponto 6628 - Charge on line do Bessinha

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30/10/2011
Charge do Bessinha (485)


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sábado, 29 de outubro de 2011

Contraponto 6627 - "Gerson Carneiro: Praga de urubu não pega"

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29/10/2011

Gerson Carneiro: Praga de urubu não pega

Do Viomundo - 29/10/2011 às 22:17

Gerson Carneiro, por e-mail

Caríssimos Luiz Carlos Azenha e Conceição Lemes, segue áudio da Lucia Hippolito debochando, torcendo e comemorando a doença do Lula. Inacreditável. Aparece coisas do tipo:

“… não é surpresa tendo em vista o abuso da fala do Presidente que jamais teve um exercício de fonoaudiologia, de nada disso, e tava no palanque todo santo dia, tabagismo, alcoolismo..”

“…o presidente Lula sempre teve aquela voz feia…”

Essa demonstração de euforia por vislumbrar uma possibilidade de finalmente calar o Lula, demonstrada pela Lúcia Hippolito, é um um sinal de extrema fraqueza, porque, além de tudo, deixa transparecer que lhe resta como única possibilidade de felicidade a morte do Lula. Tudo isso mostra a pequenez dos porta-vozes da direita e como Lula é grande.

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Gerson Carneiro em comentário (no Nassif):

É expressiva demais essa manifestação da Lúcia Hipolyto. Em determinado momento ela solta "Dilma estava doente mas Lula falava por ela", como que querendo dizer que "daquela vez a doença não valeu".

E no final ela diz: "... a conta tá chegando".

Detalhe: ela atribui alcoolismo ao diagnóstico do Lula. Eu nunca vi o Lula bêbado. A Lúcia Hipólito eu já vi.





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PITACO DO ContrapontoPIG .

Revoltante o comentário desta idiota sobre o Presidente Lula. Destila e fermenta maldade, rancor e pequeneza de caráter.

O comentário atual da Hipólito é ainda pior do que aquele do vídeo acima, feito por ela quando estava de cara cheia e diante do Brasil todo.

Alcoolismo é doença dela, não do Lula.

Lucia Hipólito e a CBN, estes sim, são verdadeiros cânceres da imprensa brasileira.

ouça o áudio da "papudinha"
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Contraponto 6526 - O Enem, o procurador e os colégio particulares e cursinhos



Túlio Carvalho

O Enem, sua metodologia e os vazamentos

Os itens que compõem a prova do ENEM são todos testados previamente. A metodologia da Teoria de Resposta ao Item se baseia num pré-teste, a fim de estabelecer parâmetros sobre cada item, como por exemplo dificuldade, interdisciplinaridade, capacidade de discriminar.

Um item com boa capacidade de discriminação o é porque a maior parte dos estudantes que vão bem no teste (nota agregada) o respondem corretamente, e a maior parte dos estudantes que vão mal o respondem incorretamente.

Calibrar uma prova, levando em conta os parâmetros citados, e outros mais, só é possível através de simulados de ENEM aplicados ao longo do ano em colégios do país afora. Admira que isto ainda seja surpresa, mas é impossível aplicar a metodologia da TRI e também o sigilo absoluto dos itens.

Contraponto 1: não estava previsto que professores pudessem fotocopiar cadernos de questões dos simulados. Tem que fiscalizar quem menos se desconfia.

Contraponto 2: na escolha de questões para a prova, é recomendável uma distribuição geográfica uniforme dos itens que a comporão. Com todas as letras, se há um erro do INEP, foi o de tirar 14 itens de um simulado aplicado em uma escola. Espera-se que, abolido o sigilo absoluto, não seja dado a conhecer a um grupo de potenciais candidatos, por pequeno que seja, o conhecimento sobre parte significativa da prova.

Se algum leitor aqui achou difícil estas explicações, fica fácil entender porque ainda não li em nenhum jornal sobre a impossibidade do sigilo absoluto no ENEM.

O que querem o procurador cearense e seus aliados do sul? Querem a continuação do vestibular como etapa da educação, porque não há escândalo... Mas escândalos podem ser fabricados. A ameaça maior do ENEM foram as palavras do ministro Haddad: em 10 anos, acaba o vestibular no Brasil. O que farão os colégios particulares, os cursinhos e as próprias divisões de concursos dentro das universidades?

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Contraponto 6525 - "A doença de Lula, mandem coroa de flores à oposição"

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29/10/2011


A doença de Lula, mandem coroa de flores à oposição

Do Blog Brasil que Vai! - sábado, 29 de outubro de 2011

Lula está doente. E isso é um fato político, para além dos aspectos humanos e até éticos implicados no acontecimento. Avaliar-lhe, pois, as implicações é tarefa que se coloca desde já a todos que estejam preocupados com os destinos do país, quaisquer que sejam as direções para as quais as preferências apontem.

De partida é preciso que se diga que a condição de doente sob risco fatal que cerca Lula coloca-o em posição privilegiada em relação a adversários. A doença não é apenas agente de estigmas de natureza moral que favoreçam a maior aceitação do doente, mas estado particular da existência que identificada no outro o faz portador de um sofrimento imediatamente transportado a nós mesmos. Como se a fragilidade imanente ao humano tornasse-nos menos sujeitos à sustentação de barreiras artificiais.

É nesse sentido que aquele quem aborda a doença alheia, por um processo humano de identificação, perceba a si mesmo vulnerável. Mais que um fenômeno do âmbito do psiquismo a doença é tabu que torna a fala do adoentado portadora de uma mensagem a cujo sentido velado os ouvidos não podem fugir.

Foi essa dimensão do agigantamento do vulto e amplificação da voz do doente, que deu a Dilma Russef 50% dos resultados que veio a colher nas urnas. Aspecto que, também por tabu, jamais foi mencionado nas avaliações de todos os analistas políticos. O resto pode ser atribuído à Lula e até à sua condição de mulher e ex-guerrilheira, em menor grau. Sofrida, por essa razão mais humana e ainda mais próxima, o episódio do enfrentamento do câncer deu à Dilma uma dimensão que até poucos meses antes não tinha.

Que se prepare, pois, a oposição antes de festejar o mal de Lula. Não porque sua doença seja perfeitamente tratável e a sobrevida média para os tipos de cânceres mais letais (que não é seu caso) seja de quase 10 anos. Deve acautelar-se a oposição contra a possibilidade de que o carisma de Lula venha a ganhar conotações de santidade, no sentido da transposição à sacralidade do discurso a que já se dera o nome de lulismo.

Não por outra razão o presidente do principal partido associado, no imaginário popular, ao anti-lulismo ter se apressado em manifestar suas “sinceras” preocupações com o estado de saúde do, pasmem, agora “presidente Lula”.

Foi nesse caldo de cultura, depois de haver dado ensejo ao surgimento de novas camadas sociais nos quadros de processo de crescimento excludente das respectivas economias, que se forjaram como líderes históricos ainda em vida também Domingos Perón, Getúlio Vargas e mais recentemente Néstor Kirchner na Argentina.
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Postado por Luiz Cesar

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PITACO DO ContrapontoPIG.

Tem razão o autor do artigo:
Se oposição e o PIG pensarem bem, deverão torcer por uma recuperação bem rápida do Lula!

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Contraponto 6624 - G1 X Folha ? Q'Diabeisso?

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29/10/2011

G1 afirma que Folha ocultou por 16 meses flagrante de corrupção tucana de R$ 327 milhões

Do Amigos do Presidente Lula - 29/10/2011


Clique na imagem para ampliar

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/10/mp-quer-afastar-presidente-do-metro-de-sp-apos-irregularidade-em-licitacao.html

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O Ministério Público de São Paulo pedirá à justiça o afastamento do presidente do Metrô de São Paulo, Sérgio Avelleda, por superfaturamento de R$ 327 milhões em uma licitação de um lote de obras.

O metrô de São Paulo é uma estatal do governo paulista, há anos sob governos tucanos, atualmente nas mãos de Geraldo Alckmin (PSDB/SP).

A investigação do Ministério Público está na fase final, e um parecer técnico feito por uma perita avaliou o processo de licitação e conclui: "caso tivessem sido consideradas as propostas relativas aos menores preços, a economia do Metrô teria sido de R$ 326.915.754,40. Isso porque o Metrô não optou pelos preços menores oferecidos por uma construtora, que já tinha vencido uma das licitações".

Cronologia da corrupção tucana:

- Janeiro de 2009: um documento é registrado em cartório constando quem seriam os vencedores da licitação para concorrência dos lotes 3 a 8, com conhecimento do jornal Folha de São Paulo (PIG/SP), segundo informa o portal G1 da TV Globo. O governador tucano era José Serra (PSDB/SP) nesta época.

- Junho de 2009: o Metrô anunciou o vencedor do primeiro lote e as obras foram iniciadas; O governador tucano era Alberto Goldman

- Outubro de 2010: o jornalão divulgou o documento registrado em janeiro de 2009. Goldman, constrangido, suspendeu as obras e pediu uma investigação.

- Junho de 2011: as obras foram retomadas e os contratos, mantidos. O governador tucano é Geraldo Alckmin.

Por que a Folha demorou 1 ano e 4 meses para divulgar?

A corrupção parece não ser apenas do Metrô, e joga a própria Folha no rol de suspeitos. O G1 diz que o jornal sabia desde janeiro de 2009. Então que interesses escusos levaram a não publicar logo após o resultado da licitação em junho de 2009?

Porque só publicar em outubro de 2010?

O silêncio do jornal por longos 16 meses é algo inexplicável.

Algum interesse financeiro?

Algum interesse no calendário eleitoral?
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Contraponto 6623 - Brasil decente manda força para Lula

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29/10/2011
Brasil decente manda força para Lula


Além dos eleições e dos prêmios, Lula vencerá mais esta luta.
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Contraponto 6622 - "2014 já era: só o golpe salva o PSDB"

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29/10/2011
2014 já era: só o golpe salva o PSDB

Saiu na Folha (*), um dos agentes do Golpe:

Crítica de senador causa mal-estar no PSDB


Aloysio cobra publicamente reformulação do partido, e presidente da sigla divulga nota para rebater questionamentos


Pano de fundo da crise é a disputa interna já pela candidatura à Presidência em 2014, que divide a legenda


VERA MAGALHÃES

DE SÃO PAULO


MÁRCIO FALCÃO

DE BRASÍLIA


O PSDB viveu ontem mais um capítulo da disputa entre grupos internos. O senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) criticou publicamente o comando da legenda. O presidente do partido, Sérgio Guerra (PE), divulgou nota para rebater as acusações.


Em uma série de postagens no Twitter, Aloysio condenou a falta de organização do partido: “A quantas anda a tão alardeada reorganização do partido?” E vaticinou:


“Dessa forma, sem trabalhar direito hoje, sem formular propostas, sem organizar o partido, sem uma oposição firme agora, 2014 já era”.


Guerra minimizou os ataques. Mas divulgou uma nota rebatendo as críticas de Aloysio ponto a ponto.


(…)

NAVALHA


Só o Golpe, ou seja, o PiG (**), salva os tucanos.

O Governo Dilma viverá a mais furiosa campanha difamatória e Golpista.

Provavelmente mais furiosa do que a que quase desmancha o Governo Lula.

Porque a elite e sua expressão física, o PiG, não aceitam outros oito anos de Governo trabalhista.

Isso poderá exigir que a elite e o PiG troquem de instrumento partidário.

Já foi a Arena, o PFL, o DEMO e agora, os tucanos irrelevantes de São Paulo.

A elite usa os partidos como os taxis.

O PSDB que se cuide.

Na vanguarda da reação estará, como esteve em 2010, D Judith: o PiG.

No momento, o duto por onde passa o detrito golpista é o ENEM.

Pobre não pode estudar na Faculdade.

Sobretudo, no Ceará.

Vencido o Golpe do ENEM, como sempre é, o duto será outro.

E assim será até que o Ministro Bernardo cante, todos os dias, canções de ninar para tranquilizar o sono Golpista.

Sem a Ley de Medios como o pé na porta, a Presidenta não terá um dia de sossego.

E Viva a Liberdade de Imprensa (dos Golpistas) !




Paulo Henrique Amorim
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Contraponto 6621- Mensagem de Dilma a Lula

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29/10/2011

Em nota, presidenta Dilma Rousseff deseja rápida recuperação ao ex-presidente Lula

Do Blog do Planalto - Sábado, 29 de outubro de 2011 às 14:31

Nota Oficial

A presidenta Dilma Rousseff divulgou hoje (29) nota à imprensa em que deseja a “rápida recuperação do presidente Lula”. No texto, ela diz que como “Presidenta da República e ex-ministra do presidente Lula, mas, sobretudo, como sua amiga, companheira, irmã e admiradora” estará ao lado dele com apoio e amizade para acompanhar a superação de mais esse obstáculo.

Leia abaixo a nota oficial.

Em meu nome e de todos os integrantes do governo, junto-me neste momento ao carinho e à torcida de todo o povo brasileiro pela rápida recuperação do presidente Lula.

Graças aos exames preventivos, a descoberta do tumor foi feita em estágio que permite seu tratamento e cura. Como todos sabem, passei pelo mesmo tipo de tratamento, com a competente equipe médica do Hospital Sírio Libanês, que me levou à recuperação total. Tenho certeza de que acontecerá o mesmo com o presidente Lula.

O presidente Lula é um líder, um símbolo e um exemplo para todos nós. Tenho certeza de que, com sua força, determinação e capacidade de superação de adversidades de todo o tipo, vai vencer mais esse desafio. Contará também, para isso, com o apoio e a força de D.Mariza.

Como Presidenta da República e ex-ministra do presidente Lula, mas, sobretudo, como sua amiga, companheira, irmã e admiradora, estarei a seu lado com meu apoio e amizade para acompanhar a superação de mais esse obstáculo.


Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil

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Contraponto 6620 - "Como seria um Brasil sem Lula?"

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Autor:

Agora que as notícias dão conta da boa perspectiva de restabelecimento do Lula, é curioso debruçar nas análises apressadas sobre uma era pós-Lula.

Aliás, chocante a maneira como algumas comentaristas celebraram a doença de Lula. Até nos ambientes mais selvagens - das guerras, por exemplo - há a ética do guerreiro, de embainhar as armas quando vê o inimigo caído, por doença, tragédia ou mesmo na derrota. Por aqui, não: é selvageria em estado puro.

A analista-torcedora supos que, com a doença de Lula, haveria uma mudança radical no quadro político. Sem voz, Lula seria como um Sansão sem cabelos. Sem Lula, não haveria Fernando Haddad. Sem contar os diagnósticos médico-políticos-morais, de que Lula foi castigado por sua vida desregrada. Zerado o jogo político, concluiu triunfante.


Num de seus discursos mais conhecidos, Lula bradava para a multidão: "Se cortarem um braço meu, vocês serão meu braço; se calarem a minha voz, vocês serão minha voz...".

Qualquer tragédia com Lula o alçaria à condição de semideus, como foi com Vargas. O suicídio de Vargas pavimentou por dez anos as eleições de seus seguidores. É só imaginar o que seriam os comícios com a reprodução dos discursos de Lula. Haveria comoção geral.

A falta de Lula seria visível em outra ponta: é ele quem segura a peteca da radicalização. Quem seguraria suas hostes, em caso da sua falta? Seu grande feito político foi promover um pacto que envolveu os mais diversos setores do país, dos movimentos sociais e sindicais aos grandes grupos empresariais. E em nenhum momento ter cedido a esbirros autoritários, a represálias contra seus adversários - a não ser no campo do voto -, mesmo sofrendo ataques implacáveis.

Ouvindo os analistas radicais, lembrando-se da campanha passada, como seria o país caso Serra tivesse sido eleito? É um bom exercício. Não sobraria inteiro um adversário. Na fase Lula, há dois poderes se contrapondo: o do Estado e o da mídia e um presidente que nunca exorbitou de suas funções. No caso de Serra, haveria a junção desses dois poderes, em mãos absolutamente raivosas, vingativas.

Ao fechar todos os canais de participação, Serra sentaria em cima de uma panela de pressão. Sem canais de expressão, muitos dos adversários ganhariam as ruas. Sem a mediação de Lula, não haveria como não resultar em confrontos. Seria uma longa noite de São Bartolomeu.

Essa teria sido a grande tragédia nacional, que provavelmente comprometeria 27 anos de luta pela consolidação democrática.

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Contraponto 6619 - "Cuba na Unesco"

29/10/2011

Cuba na Unesco

Do Blog do Emir - 29/10/2011

Discurso de Miguel Diaz-Canel, Ministro da Educação Superior de Cuba na Assembleia Geral da Unesco:

“O mundo vive indignado. Os povos se rebelam contra as injustiças e as promessas vazias. Se indignam pelas frustrações acumuladas e pela ausência de esperanças. Se rebelam contra um sistema devastador que já não pode seguir enganando com um falso rosto humano. Um sistema que continua marginalizando as maiorias excluídas, em benefício de um punhado de privilegiados que possuem tudo. Que não repara no resgate de banqueiros corruptos que multiplicam seus lucros, enquanto diminuem os recursos para a educação, a saúde ou a criação de empregos.

A crise do sistema capitalista é sistêmica e multisetorial. É crise financeira, econômica e social e também ética. Os poderosos apostam na guerra como recurso de sua salvação. Repartem o mundo entre si impunemente e encarregam a tarefa à belicosa OTAN. Ainda não terminaram de destruir a Líbia e já ameaçam a Síria. Quem de nós irá segui-los?

São as guerras de novo tipo com armas que se chamam “inteligentes” mas que matam e destroem indiscriminadamente. São guerras de conquista para se apropriar dos recursos energéticos e minerais com os quais oxigenar suas vorazes economias. Com a cumplicidade de seus empórios midiáticos, que agem também como armas no combate, pretendem convencer-nos da “mudança de regime” e da “responsabilidade de proteger”. É a nova filosofia colocada em prática para o mesmo objetivo de continuar explorando-nos.

A única ofensiva que não podem livrar suas armas nem suas vorazes empresas, a única contenda legítima que não estão dispostos a empreender, é a necessária contra a fome, o analfabetismo, a incultura e a pobreza para, efetivamente, democratizar a democracia, proteger os excluídos e mudar a atual ordem mundial.

A UNESCO, que na sua carta constitutiva declarou; “dado que as guerras nascem na mente dos homens, é na mente dos homens que devem se erigir os baluartes da paz˜, está chamada a desempenhar um papel de vanguarda na incansável luta por um mundo melhor, em que os seres humanos possam viver livres do temos e da ignorância.

É na UNESCO onde devem levantar-se as armas da educação, da ciência e da cultura para lutar pela paz e pela compreensão mútuas, para que as bombas deixem de matar e mutilar os seres humanos, para que não se destruam as escolas, nem os museus, para que a ciência progrida nos laboratórios e a cultura enriqueça o mundo espiritual. Para que as gerações presentes e futuras possas desfrutar da beleza única e irreprodutível do sistema e seus mais de 900 lugares de patrimônio mundial.

Para isso é preciso refundar a Organização e será necessário fazê-lo com maios pressa e decisão. A reforma em curso, que empreendeu nossa ativa e enérgica Diretora Geral, necessita chegar até os próprios cimentos da instituição. Deve ser profunda e radical. Deve reposicionar e tornar mais visível nossa ação. Deve sair dos escritórios burocráticos para chegar às pessoas comuns e atender suas necessidades elementares, aquelas que temos como mandato.

A educação tem que ser a verdadeira prioridade das prioridades, tanto no compromisso político como no financeiro. É inadmissível que no mundo existam quase 800 milhoes de analfabetos, dos quais 2/3 são mulheres. É inadmissível que quase 70 milhões de crianças não tenham uma escola onde receber a luz da educação.

Cuba, pobre e bloqueada, com seu método de alfabetização “Eu Posso, Sim”, conseguiu em pouco tempo e com escassos recursos, mas com enorme paixão solidária, alfabetizar 5.706.082 pessoas em 28 países da América Latina e Caribe, África, Europa e Oceania. Agradecemos à Diretora Geral seu reconhecimento à eficácia deste programa como método de cooperação Sul-Sul, assim como sua disposição reiterada de acolher as boas práticas no âmbito da educação.

A 36 Conferência Geral deve deixar estabelecidas as pautas da mudança e do reposicionamento da UNESCO no sistema multilateral.

A Conferência deve se pronunciar ademais, e esperamos que o faça de maneira clara e inequívoca, em relação a um tema de transcendental importância: a admissão da Palestina como Estado membro da UNESCO. Não se trata de uma opção. Resulta uma obrigação ética e moral diante da cruel e prolongada injustiça que sofre o povo palestino. Cuba deseja reiterar seu firme e decidido apoio à solicitação da Palestina e espera que a decisão de seu ingresso à UNESCO contribua aos objetivos da paz e da universalidade que animam à nossa organização.

Não devo concluir minhas palavras, sem reclamar e exigir, em nome do povo cubano, a libertação de nossos cinco heróis, quatro deles injustamente prisioneiros em prisões do império e um, René, cumprindo uma pena adicional des três anos falsamente denominada “liberdade vigiada”.

Cuba, que segue firmemente comprometida com a UNESCO e com os valores que esta representa, confina na liderança da Diretora Geral, para o fortalecimento e refundação da Organização.

*Emir Sader. Sociólogo e cientista político

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