quinta-feira, 28 de julho de 2011

Contraponto 5878 - "Morvan: os limites da faxina alcançam o minitro da defesa?"

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28/07/2011

Morvan: os limites da faxina alcançam o minitro da defesa?

Jobim por Bessinha

Do Viomundo - 27 de julho de 2011 às 23:56

por Morvan Bliasby

Vinte e seis (26) de julho do ano de dois mil e onze. Este dia pode não ser de nenhuma relevância para os anais de qualquer país, mas, no Brasil, este dia representa uma efeméride, daquelas a nunca mais ser olvidada: o dia em que o Ministro da Defesa peitou (mais uma vez) a Presidente.

O Ministro Jobim, em entrevista à Folha de São Paulo, afirmou “… ter votado em José Serra (PSDB) na eleição de 2010. Segundo ele, a então candidata Dilma Rousseff (PT) sabia de sua preferência pelo tucano. Depois de se eleger e de convidá-lo para o ministério, a petista não teria mais tocado no assunto…”

Leia aqui: oposição diz que outros ministros de Dilma votaram em Serra

Tal fato em si não evoca qualquer surpresa, mesmo para os que não acompanham a política no dia a dia, os quais sabem sobejamente que o Ministro Jobim declara simpatia pelo Projeto político derrotado nas últimas eleições e já é sabido pelos mais avisados que este político não goza de qualquer simpatia junto aos militantes do PT e nem mesmo entre os eleitores de Dilma Roussef, por vários motivos. As declarações do sr. Jobim com relação a determinadas posturas já são bastante corriqueiras; o próprio Ministro falou, há pouco tempo atrás, não haver mais documentos sigilosos a publicar, pois os mesmos teriam sido consumidos (sic!)…

O que causa espécie é a maneira acintosa com a qual o sr. Jobim emite suas ideias (o próprio veículo para transmissão de tais pensamentos já é acintoso, pois o Exmo. Sr. Ministro da Defesa sempre utiliza os canais do PIG para repercutir seus pensamentos), num claro tom de desafio à Presidente, como se dissesse: “Duvido que tu me demitas”.

Há que se ressaltar que a postura do sr. Jobim apresenta uma ambivalência: por um lado, ele é bastante homem para admitir não ter votado em Dilma Roussef; mesmo que o voto seja secreto, é de bastante arrojo declarar ter votado no adversário, principalmente quando não instado a fazê-lo (declarar seu voto). Numa cultura personalista como a nossa, o fato de não ter votado em A ou em B via de regra gera sequelas, ou, na melhor das hipóteses, pequenas pontas de ciúme político. Por sequelas entenda-se o que se quiser, inclusive ostracismo.

Por outro lado, o sr. Jobim poderia ter tido mais hombridade e [ter] declinado do cargo ofertado, afinal, o que se pode fazer em um Projeto preterido por este, ou seja, o outro Projeto, o derrotado, é que contemplava a minha (dele) visão de poder? Como se trabalha com alguém com quem não se concorda, ideológica e politicamente falando? Trabalhar acima do Projeto, pelo bem do país? Bela tentativa; conte-me uma mais plausível! Outra coisa: a expressão “cargo de confiança” nos diz alguma coisa? Muitas. É de confiança por ter o critério de quem o convida, baseado na confiança de fazer (ou de não fazer) algo. É de confiança também porque quem pode nomear pode também, por critérios seus, demitir.

Então, o que leva um ser humano a aceitar um cargo de confiança quando ele mesmo não pode provê-la, por pensar diferente de quem o quis nomear? Vaidade, gana, oportunismo, tudo ao mesmo tempo? Não parece nada enobrecedor, qualquer que seja o motivo que fez o sr. Jobim aceitar o cargo de Ministro da Defesa.

O problema do voto secreto é que ele se assemelha muito a um casamento com relações extraconjugais: o (a) cônjuge pode até tolerar a infidelidade, mas não tolera os relatos…

A Caixa de Pandora está aberta; Jobim abriu-a, mais de uma vez e agora de forma contundente, definitiva, cabal, peremptória, ao peitar a Presidente, mais uma vez.

A Presidente vai demiti-lo ou vai roer a corda? Quais são os percalços ocultos da não demissão do sr. Jobim, caso esta, mais uma vez, não se concretize?

O que há, no Brasil, de tão inconfesso, que faz um simples Ministro peitar o mandatário maior do país e ficar por isto mesmo?

Nestes últimos dias, a palavra faxina tem sido o mote da direita brasileira. Pois bem. Não seria a hora certa de se fazer uma faxina em alguns Ministros claramente destoantes, até adversários, do Governo e, sem prejuízo de tempo, fazer uma faxina na nossa história oficial? Vamos discutir o Brasil com todos os brasileiros, Presidente Dilma!

*Morvan Bliasby é pedagogo, especializado em orientação educacional e em recursos humanos e psicologia organizacional e ganha a vida como servidor público (é agente de administração e trabalha na Seplag – Ce como técnico e especialista autodidata em Software Livre)

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PITACO DO ContrapontoPIG .

O Brasil aplaudiria de pé se a faxina pegasse o Johnbim. O cara está descaradamente provocando e desafiando a Presidenta. Está na hora da Dilma mostrar quem manda na casa. Ninguém é insubstituível.

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