segunda-feira, 25 de julho de 2011

Contraponto 5863 - "Peso mundial do petróleo e PIB do Brasil animam da Petrobras"

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25/07/2011

Peso mundial do petróleo e PIB do Brasil animam da Petrobras


Da Carta Maior - 25/07/2011

Avaliação de que o petróleo vai manter importância energética na década, num cenário de escassez de oferta mundial, e de que o consumo brasileiro do óleo e seus derivados terá crescimento forte junto com o Produto Interno Bruto (PIB) foi determinante para novo plano de investimentos da Petrobras. Mais concentrado em exploração e produção, plano fará o Brasil ser o país a dar a maior contribuição à produção mundial de petróleo e tornará a Petrobrás 'a maior de todas' as empresas do setor, segundo o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli.

André Barrocal

BRASÍLIA – A Petrobras decidiu aumentar a aposta na exploração e produção de petróleo por avaliar que, durante a década, o combustível continuará uma fonte de energia muito importante no mundo, ao mesmo tempo em que o crescimento econômico brasileiro vai prosseguir, impulsionando o consumo de derivados dentro do país. Essa é a principal visão estratégica por trás do plano de investimentos da estatal até 2015, de US$ 224 bilhões, aprovado sexta-feira (22/07).

Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, a demanda por petróleo “não vai ter fim”, mas “vai ter uma certa escassez” de oferta até 2020, o que obrigará o mundo a descobrir poços e a aumentar a produção dos conhecidos. “O Brasil vai dar a maior contribuição [de produção] fora da Opep [Organização dos Países Exportadores de Petróleo]”, disse Gabrielli nesta segunda-feira (25/07), ao explicar o plano, que, para ele, tornará a Petrobras “a maior de todas” as empresas do setor.

Caso as metas da estatal sejam atingidas, o Brasil vai superar China, Estados Unidos e Catar em reservas provadas e reconhecidas pela Opep, tornando-se o décimo maior produtor do mundo.

Dos investimentos programados pela estatal até 2015, 57% vão para exploração e produção de petróleo - no plano anterior, essa proporção era de 53%. A grande aposta é o óleo da camada pré-sal. De um plano para o outro, o investimento nele ganhou US$ 20 bilhões e chegou a US$ 53 bilhões. “Mostra claramente nossa visão otimista sobre a produção do pré-sal, nossa principal fronteira de expansão”, afirmou Gabrielli.

Pelos planos da empresa, o pré-sal, que neste ano deve responder por 2% da produção da Petrobras, passaria a 40% até 2020. Caso a expectativa se confirme, a produção global apenas dentro do Brasil (a empresa atua em outros 27 países) subiria dos atuais 2,1 milhões de barris diários, para 3,9 milhões. Em cinco anos, dobraria a capacidade adquirida pela empresa ao longo de 57 anos de vida.

Esse aumento ajudar atender uma demana crescente no Brasil e no mundo. Hoje, só cinco países consomem acima de 3 milhões de barris por dia, o que a Petrobras imagina que vai acontecer com o Brasil em breve. “O Brasil é um dos mercados [de derivados de petróleo] que mais crescem no mundo. Vai se tornar rapidamente do primeiro grupo [de consumidores]”, afirmou Gabrielli.

O aumento de produção também vai permitir ao Brasil exportar não apenas petróleo, mas também derivados, como gasolina, que têm maior valor agregado. Segundo a Petrobras, o mercado mundial tem experimentado uma mudança. Os países do mundo rico estão diminuindo seus investimentos em refino de petróleo, enquanto os emergentes vão aumentar.

De acordo com Gabrielli, o plano demorou para ser aprovado pelo Conselho de Administração, que conta com ministros do governo, porque a empresa tem uma quantidade muito grande de projetos: 3,7 mil.

Segundo Carta Maior apurou, a presidenta Dilma Rousseff quis conhecer o plano em detalhes primeiro, antes da aprovação final pelo conselho, que também precisou levar em conta um cenário internacional que, nas últimas semanas, está cada vez mais nebuloso.
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