terça-feira, 23 de novembro de 2010

Contraponto 4035 - "Presidente eleita deve nomear Alexandre Tombini para a presidência do BC"

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23/11/2010

Continuidade, mas sem Meirelles

Do Blog do Favre - 23/11/2010

Presidente eleita deve nomear Alexandre Tombini para a presidência do BC

Gerson Camarotti e Patrícia Duarte – O GLOBO

BRASÍLIA A presidente eleita, Dilma Rousseff, já definiu os integrantes da sua equipe econômica, e deve anunciar os nomes até o final de novembro, semana que vem. Ao que tudo indica, nenhum deles poderia ser identificado como a marca de sua gestão, pois já estão no atual governo Lula. A última dúvida era em relação ao comando do Banco Central, mas ela confirmou ontem a interlocutores que
não manterá no cargo o atual presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

A preferência inicial de Dilma para o comando do BC era pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, mas ela deve nomear para o lugar de Meirelles o atual diretor de Normas do BC, Alexandre Tombini, um nome que não causaria qualquer temor no mercado.

Para o Ministério do Planejamento, já está praticamente definida a ideia de escolher a gerente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Miriam Belchior, com quem Dilma trabalhou na Casa Civil. Outra tendência é manter no cargo o atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi o primeiro a ser convidado para permanecer no cargo.

Neste cenário, Nelson Barbosa passa a figurar como um curinga na equipe econômica. Ele poderia ser deslocado para algum ministério técnico, como Desenvolvimento ou Previdência, dependendo da necessidade. Ainda que em uma função menos nobre que a que ocupa hoje, Nelson Barbosa será um dos técnicos mais próximos a Dilma, tem dito a própria. Ontem, Barbosa e Miriam Belchior foram recebidos por Dilma na Granja do Torto, oficialmente para discutir o andamento do PAC e do Minha Casa, Minha Vida. Logo após a saída de Barbosa, foi a vez de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se reunir com Dilma.

Escolhas mostram influência de Lula

● Com a definição da equipe econômica próxima, fica cada vez mais evidente a influência do presidente Lula na composição dos principais cargos do governo Dilma. Ela ainda terá mais uma conversa com Lula para bater o martelo, provavelmente na viagem que fará com ele à Guiana para participar da reunião de líderes da União de Nações Sul-Americanas, quinta-feira.

O quebra-cabeça da equipe econômica começou a ser resolvido depois da notícia de que Meirelles condicionara sua permanência no governo Dilma à manutenção da autonomia do Banco Central. Dilma ficou contrariada com a informação, e isso foi o que acabou inviabilizando a possibilidade de mantê-lo. Dilma quer deixar evidente que, independentemente do nome escolhido, o BC terá autonomia.

Dilma ainda não conversou com Tombini, mas, segundo um integrante da equipe de transição, ele teria carta branca até mesmo para aumentar os juros para evitar uma ameaça inflacionária. Mesmo assim, Dilma vai exigir da autoridade monetária ousadia para que seja cumprida a meta de redução da taxa de juros a médio prazo. Ela já apontou como parâmetro ideal uma taxa real de 2% ao ano em 2014.

Há pelo menos um ano Tombini vem sendo preparado para assumir o comando da autoridade monetária. No início de 2010, quando Henrique Meirelles cogitava sair do cargo para disputar as eleições, Tombini já era citado como seu sucessor. O diretor tem um perfil mais desenvolvimentista do que seu chefe, o que agrada à presidente eleita, mas equilíbrio para não tomar decisões mais bruscas, o que agrada ao mercado financeiro. Trocar Meirelles por Tombini não traria ruídos, e haveria a percepção de que o próximo governo manteria o principal tripé econômico: metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário.

Tombini é gaúcho, funcionário de carreira do BC e já trabalhou no Fundo Monetário Internacional, entre 2001 e 2005, quando voltou para o Brasil para assumir como diretor do banco.

Postado por Luis Favre
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