sábado, 30 de outubro de 2010

Contraponto 3788 - "Debate na TV Globo: Dilma comemora"

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30/10/2010

Debate na TV Globo: Dilma comemora


Blog do Miro
- 30/10/2010

Reproduzo artigo de André Cintra, publicado no sítio Vermelho:

A TV Globo bem que tentou dar uma forcinha para o tucano José Serra, no último debate entre os presidenciáveis, na noite desta quarta-feira (29). Mas quem fez a festa nos estúdios da emissora no Rio de Janeiro, logo após o encontro, foram os apoiadores de Dilma Rousseff – e com razão. Ao superar um dos mais temidos obstáculos da campanha, a candidata da coligação Para o Brasil Seguir Mudando passou a ter chances ainda mais concretas de se tornar a sucessora do presidente Lula.

Numa atração com 25 pontos de média no Ibope (cada ponto equivale a 55 mil televisores na Grande São Paulo), Dilma soube explorar o formato do debate melhor do que Serra. Pela primeira vez nestas eleições, não houve perguntas de candidato para candidato. As 12 questões foram formuladas e lidas por eleitores supostamente indecisos, que não tinham o direito de comentar as respostas. Sem o confronto direto, o candidato que está à frente nas pesquisas – no caso, Dilma – larga em vantagem.

Mas a petista não se contentou com esse trunfo. Seu principal acerto foi captar a singularidade das perguntas, demonstrando estar interessada não só em expor seu plano geral de governo – mas também em dar perspectivas até para questões mais pontuais. De longe, foi Dilma quem conseguiu estabelecer um diálogo mais franco e natural com o grupo de eleitores indecisos. Ao mesmo tempo, Dilma frisava melhor as diferenças de concepções e projetos das duas candidaturas.

Serra, ao contrário, causou ruído já na hora de agradecer às perguntas que lhe foram feitas. Pesquisas qualitativas realizadas durante o debate apontaram particular rejeição à maneira como Serra, com sorriso forçado e de forma pouco convincente, atribuía “grande importância” a todas as questões.

Sem contar suas frases de efeito, ocas a não mais poder: “Investir no serviço público é melhorar a autoestima do país”; “A batalha da saúde tem que ser para que hoje seja melhor do que ontem e amanhã melhor que hoje”; “A primeira condição para enfrentar o problema da segurança é admitir que o problema é sério”; “Saúde e segurança são a vida, mas a educação é o futuro”.

Funcionalismo

Logo na primeira pergunta do debate – sobre propostas para os servidores públicos –, as diferenças entre Serra e Dilma se impuseram. Serra, um notório inimigo do funcionalismo, defendeu propostas genéricas – “a carreira e o concurso, a valorização dos profissionais”, a “despartidarização” das agências reguladoras.

Mais tarde, o tucano teve a oportunidade de voltar ao assunto, quando uma eleitora baiana contou estar penalizada pela filha, que é professora sem ser valorizada. Serra disse defender um pacto nacional pela educação (abstração pura) e o combate ao analfabetismo. E a valorização do professor – onde é que fica?

Dilma, em suas réplicas, lembrou que o governo Lula já iniciou uma política de valorização do funcionalismo, com destaque para a aprovação do piso salarial nacional dos professores. Para se diferenciar da política à “base de cassetetes” praticada pelo PSDB em São Paulo, a candidata mostrou que não há saída para o funcionalismo se o governo não ouvir os principais interessados. “Um governante não pode estabelecer uma relação de atrito quando o professor pede diálogo.”

Serra acusou o governo Lula de “duplicar impostos sobre saneamento”, mas patinou ao fugir do compromisso de desonerar a folha de pagamento em benefício dos pequenos empreendedores. “Temos de ser responsáveis, não é moleza”, argumentou. Dilma não perdeu a oportunidade e defendeu abertamente “uma reforma tributária que diminua a oneração”.

“Percebemos que, quando diminui a tributação, não diminui a arrecadação”, afirmou, pondo em destaque as inúmeras reduções do IPI pelo governo Lula durante a crise de 2008-09. “Eu concordo com a desoneração. A pessoa contrata mais, e mais pessoas consomem. É um círculo virtuoso.”

Uma eleitora relatou o trauma de ter sido assaltada a mão armada. Serra voltou a bater na tecla da criação de um Ministério da Segurança Pública e no combate ao tráfico de drogas. Dilma, mais sensível, disse que boa parte da criminalidade exige uma ação específica. Comprometeu-se, assim, a levar polícias comunitárias aos bairros populares, com ação concentrada e fiscalização.

Social

Um eleitor de São Paulo cobrou iniciativas para que os programas sociais, como o Bolsa Família, não sejam “vitalícios. Outro, do Paraná, reclama que os brasileiros pagam muito impostos, sem receber nada em troca. Dilma interveio a favor dos programas sociais – uma questão que, segundo ela, será “central” em seu governo.

Agregou que o ProUni, com seus mais de 700 mil beneficiados de renda média e baixa, é um exemplo de como o governo Lula tenta incluir quem paga imposto e foi historicamente desprezado. Serra, mais uma vez, tentou fazer da pergunta um trampolim para ele falar de seu programa para outras áreas – “Política social é também saúde e segurança”, tentou justificar-se.

Quando o eleitor de Pernambuco reclamou que seis irmãos seus estão na informalidade e não conseguem pagar a Previdência, Serra falou em “empuxo político” e incentivo ao empreendedorismo. “Se a contribuição for pesada, ninguém vai pagar”, rebateu Dilma, em defesa da formalização máxima do mercado de trabalho e, somado a isso, de contribuições variadas à Previdência de acordo com a faixa de renda.

Nas considerações finais, uma inesperada manipulação: a Globo usou câmeras panorâmicas para expor Dilma, enquanto Serra mereceu uma transmissão em close. As reações de protesto no estúdio foram automáticas. No conteúdo, Dilma disse representar a continuidade de “um projeto que fez com que o Brasil despertasse para a consciência de sua grandeza”.

Saber enfrentar Serra e a Globo, a dois dias das eleições, também mostra como Dilma percebeu sua própria grandeza e está à altura de governar o Brasil. A vitória ficou mais próxima.
Que venha 31 de outubro!
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2 comentários :

  1. O farsante

    O candidato José Serra aparece declamando um bonito trecho do Hino Nacional, ..."Verás que um filho teu não foge à luta" ...

    Trecho citado para impressionar os mais jovens, mas o referido candidato não se enquadra neste trechinho, tanto que os mais velhos riram muito da "coragem" pretendida.

    No mês de abril de 1964, sem perigo, perseguição, ou impecilho, José Serra foi quem primeiro fugiu para o Chile..., depois foi para os EUA, onde teve excelente tratamento ...!! Muito diferente de outros brasileiros que tiveram de sair para não serem mortos.

    Amanhã, dia 31, vote Dilma-13.

    Francisco Solano de Lima
    João Pessoa - PB
    30-10-2010.

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  2. O desmonte do Brasil

    Até agora a campanha política da candidata Dilma-13 sofre implacável fuzilaria da midia PIG, que não mede esforços para denegrir e demonizar a candidata e chega a fazer ampla cobertura sôbre uma bola de papel jogada na cabeça do candidato José Serra.

    A direita nativa e apátrida, aliada aos grupos extremistas internos e externos dirige o espetáculo de baixarias, amplamente financiada pela Central de Mentiras, onde vale tudo para eleger o privatista José Serra, ministro do desgoverno do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

    Conforme se sabe, a dupla privatizou as estatais brasileiras a preços vergonhosos, liquidando quase tudo, causando desempregos e sofrimentos para a população brasileira. Agora querem voltar para praticar e repetir outra farra com o patrimônio do povo brasileiro.

    Estudiosos estimam perdas de mais de R$ 10 trilhões de Reais, resultante dessas privatizações e terceirizações realizadas, quantia que debilitou o Brasil, provocando inclusive o êxodo de brasileiros em buscas de terras estrangeiras, na esperança de alcançar melhores dias de vida.

    Desta vez, iniciariam pelas gigantescas jazidas de petróleo do pré-sal. Logo a seguir, Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa Econômica, Eletronorte, Furnas, Chesf, Eletrobrás, Eletrosul, etc.

    Claro, tudo bem planejado com apoio da mídia PIG, sempre pronta a respaldar os poderosos grupos econômicos internos e externos. Depois de avançarem sôbre a chamada Amazônia Azul (petróleo do pré-sal e recursos marinhos), venderiam a outra, a Amazônia Verde (biodiversidade, minérios, recusos hídricos).

    Tudo isto para aumentar o enriquecimento das oligarquias nativas e transferir riquezas para socorrer financeiramente a crise dos Estados Unidos e da Europa, tudo dentro da lógica financeira globalizada ditada pelo consenso de Washington.

    O resultado deste retrocesso seria o enorme sucateamento da saúde, da educação, do parque industrial brasileiro, levando a falência do comércio e ao desemprego em massa, sem precedentes. Nesse retrocesso, em pouco tempo teríamos o desmonte do Brasil.

    Defenda o Brasil, vote Dilma-13.

    Francisco Solano de Lima
    João Pessoa - PB
    30-10-2010.

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