sexta-feira, 31 de julho de 2009

Contraponto 45 - As pesquisas e o P.U.M.

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Mídia busca o PUM

Escrito por Eduardo Guimarães às 14h41

Sim, você leu direito: a mídia está procurando o PUM. Todavia, explico que não me refiro à flatulência fétida de seus barões opulentos, aspirada como perfume francês pelos seus cachorrinhos-colonistas, mas à sigla que significa Pesquisas Unidas na Mentira.

Foram despejados belo bombardeiro midiático alguns balões de ensaio, ou seja, pesquisas, primeiro, sem identificação e, agora, já com alguma referência a nomes de institutos e a metodologias desconhecidos.

São Pesquisas falsas contra Lula e Dilma Rousseff que apontariam perda de popularidade deles por conta do affair Sarney, as quais denunciei via Twitter no dia 24 de julho – há quase dez dias – que seriam lançadas para tentar desencadear um efeito manada na sociedade.

Agora, o próximo passo serão as pesquisas dos grandes institutos. Mas, para isso, está sendo montado pelas famílias Frias, Marinho, Civita e Mesquita e por José Serra e FHC um grande acordo que reuniria Datafolha, Ibope, Sensus e Vox Populi.

Contudo, tenho informações de que os institutos Sensus e Vox Populi estão criando problemas para a mídia encontrar o PUM pelo qual tanto anseia.

O que está em jogo é a vitória ou a derrota da flatulência moral da direita e de sua imprensa golpista. Espera-se que o governo Lula e sua base de apoio político não fiquem esperando o fedor moral se disseminar e tratem de borrifar a verdade no ambiente social.
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Contraponto 44 - Você não vê nos jornais nem na TV

.Tucanos, demos e o “mensalão” da mídia.

do Blog do Miro sexta-feira, 31 de Julho de 2009
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Por razões econômicas e ideológicas, a mídia hegemônica adora explorar os escândalos políticos. A crise mais recente é que a atinge o Senado Federal, no qual as denúncias das graves distorções se fundem com objetivos eleitoreiros marotos – que só os ingênuos não percebem. Ela só não faz sensacionalismo com os seus próprios negócios sinistros. Evita falar dela mesma, de seus pobres. Entre uma e outra denúncia de corrupção, ela deveria averiguar dois casos graves que envolvem poderosas corporações midiáticas. Ambos podem confirmar a exigência de um estranho “mensalão”, no qual governos demos-tucanos compram o apoio dos veículos de comunicação.

Os demos e o Correio Braziliense

O caso mais recente ocorreu no Distrito Federal, onde o governador José Roberto Arruda garfou R$ 442,4 mil do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para comprar assinaturas da revista Veja. Mais grave ainda, o demo desembolsou quase R$ 3 milhões na compra de 7.562 assinaturas do Correio Braziliense. O Sindicato dos Professores do Distrito Federal, um dos principais alvos dos ataques raivosos e recorrentes deste jornal, criticou o uso dos recursos públicos e a forma irregular e suspeita como foi firmado este convênio:

“O convênio foi feito sem licitação, sem um projeto pedagógico definido, sem discussão com os professores e sem transparência. Enquanto isso, as bibliotecas de nossas escolas estão em petição de miséria, sem livros e estrutura de funcionamento... Esses recursos poderiam ser utilizados para equipá-las com clássicos da nossa literatura, para dotá-las de banda larga na internet, o que garantiria a diversidade e a pluralidade das informações... É no mínimo uma contradição que o Correio, tão veemente ao atacar o Senado por causa dos atos secretos, anuncie este convênio sem dizer os valores envolvidos e sem especificar o embasamento legal para que ele ocorra”.

Relações promíscuas com o poder

O professor Venício de Lima, um atento crítico das relações promíscuas entre os barões da mídia e os poderes públicos, foi um dos primeiros a denunciar este acordo. Ele lembra que, em março passado, o jornal Correio Braziliense, “principal jornal do Distrito Federal, dedicou duas páginas (uma delas a capa) do seu caderno ‘Cidades’ a ampla matéria na qual encampava publicamente a posição de porta-voz do governo contrária à anunciada greve dos professores da rede pública de ensino”. Com os títulos “greve sem causa” e “crime de lesa-futuro”, o jornal compôs a tropa de choque do demo José Roberto Arruda contra a reivindicação de reajuste salarial dos docentes.

“O leitor certamente terá notado, à época, que contrariamente às regras elementares e básicas do jornalismo, a longa matéria opinativa do Correio Braziliense, além de defender um dos lados, isto é, não ser isenta, omitia inteiramente o ‘outro lado’ envolvido na disputa: os professores não foram ouvidos, simplesmente não aparecem na matéria para explicar e defender sua posição”. De forma curiosa, quatro meses depois, em 22 de junho, o governo retribuiu com a compra de 7.562 assinaturas do jornal, que chegarão às 199 escolas da rede pública. Para Venício de Lima, esta suspeita aquisição representa 16% da tiragem média do jornal e retira R$ 2,9 milhões do Fundeb.

“Em tempos de crise da mídia impressa (salvo dos jornais populares e gratuitos), que coloca em risco a própria sobrevivência no mercado de alguns jornalões, não seria ético e salutar que jornais como o Correio Braziliense – além de zelar pela credibilidade fazendo jornalismo de notícias e não de matérias opinativas – praticassem, para si mesmos, aquilo que corretamente têm exigido de outras esferas do poder? Ou o critério da transparência na destinação do dinheiro público não se aplica quando beneficia a própria grande mídia?”, questiona Venício de Lima.

Serra e as relações perigosas com a Abril

Antes desta estranha negociata, outro caso bem suspeito já tinha vindo a púbico através dos sítios alternativos da internet e não da “grande mídia”. Em abril passado, o Ministério Público acolheu representação do deputado federal Ivan Valente (PSOL) e abriu inquérito civil para apurar as irregularidades no contrato firmado entre o governo paulista e a Editora Abril na compra de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola. O valor desta obscura transação foi de R$ 3,7 milhões e confirmou as perigosas relações entre o tucano José Serra e a Grupo Civita, que também publica a revista Veja, o principal palanque de oposição ao governo Lula.

A compra das 220 mil assinaturas representa quase 25% da tiragem total da Nova Escola. Mas este não é o único caso de privilégio a este ao grupo direitista. O governo José Serra apresentou recentemente proposta curricular que obriga a inclusão no ensino médio de aulas baseadas em edições encalhadas do Guia do Estudante, outra publicação da Editora Abril. Como observa do deputado Ivan Valente, “cada vez mais, a editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo, tendo até mesmo publicações adotadas como material didático. Isso totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerado apenas o segundo semestre de 2008”.
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PITACO DO ContrapontoPIG
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Neste texto de Altamiro Borges, fica claro como a mídia e a demo-tucanalha trocam "gentilezas" e se beneficiam mutuamente, utilizando-se do dinheiro público. E se não fosse a blogosfera progressista, quem saberia destas maracutaias?.
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Contraponto 43 - TV digital brasileira

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Brasil reconhecido internacionalmente
com a TV Digital mais avançada do mundo
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Por: Zé Augusto . Sexta-feira, Julho 31, 2009
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Após se destacar em âmbito internacional, com a Norma Ginga NCL-LUA (ITU-T H.761), que
passou a ser recomendada pela União Internacional de Telecomunicações –UIT (órgão de padronização e regulamentação em telecomunicações ligado a ONU), como padrão para comunicação digital sobre IP, o Brasil agora avança em mais uma etapa de seu reconhecimento como provedor da melhor tecnologia de TV Digital.

Desta vez, no que diz respeito às normas de radiodifusão. Mais uma conquista do esforço que vem sendo feito pelo Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre - Fórum SBTVD, para a internacionalização do sistema nipo-brasileiro.

Na primeira semana de maio, o Grupo de Estudos 6 - Radiodifusão, do Setor de Radiocomunicações da União Internacional de Telecomunicações (UIT-R) aprovou mudanças em suas recomendações que transformam as normas brasileiras de radiodifusão digital em referências mundiais. Dessa forma, as normas produzidas pelo Fórum SBTVD e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) sobre TV Digital terão para a UIT o mesmo status das normas editadas por órgãos como o Instituto Europeu de Normalização das Telecomunicações (ETSI).

As propostas apresentadas pelo Brasil e Japão incluem as modificações brasileiras ao sistema de televisão digital japonês (ISDB-T) nas recomendações.

Na avaliação de Frederico Nogueira, presidente do Fórum SBTVD: “Ser reconhecido como provedor dessa tecnologia é um marco na história econômica do País. Além de tornar a indústria local mais competitiva, esse é um fator fundamental para atrair investimentos. Outros países não conseguirão tão cedo produzir tecnologia com alta definição, interatividade e mobilidade, com um sistema de TV grátis, livre e aberto”.

O ineditismo também tem sido outro mérito nacional.

O modelo de discussão implantado no Brasil, que resultou na criação do Fórum SBTVD, que congrega representantes de todos os segmentos da indústria da TV, além da Academia e do Governo, foi capaz de produzir as normas, inicialmente reconhecidas pela ABNT e, graças a sua qualidade técnica, chegar a um órgão internacional, com grande destaque.
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Contraponto 42 - Palavra de "autoridade" em saúde pública



PITACO DO ContrapontoPIG

Ouçam com atenção a palavra abalizada do ex-ministro da saúde !
Cuidado com os porquinhos...
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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Contraponto 41 - Arthur Virgílio em cana?

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Arthur Virgílio pode ser cassado com base no artigo 171 do código penal


Por: Zé Augusto . Quinta-feira, Julho 30, 2009

Não é piada.

Quando o Senador Arthur Virgílio Neto (PSDB/AM) afirmou que tomou conhecimento e autorizou um assessor a continuar recebendo salários do Senado, quando morava no exterior, por 18 meses, pode ter cometido crime tipificado no código penal no artigo 171:

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

O senador obteve para outrem vantagem ilícita (e para si também, uma vez que tratava-se de um correligionário político, o que lhe trazia, em contrapartida, vantagens políticas).

Causou prejuízo alheio, aos cofres públicos, subtraindo dinheiro que pertence à todos os brasileiros.

Manteve, conscientemente, o assessor em erro, mediante artifício, ardil.

Quando autorizou pagar salário a quem não trabalha, como se tivesse trabalhado, recorreu a meio fraudulento.

O caso é do senador Arthur Vigílio é o famoso 171.
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PITACO DO ContrapontoPIG
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Em linguagem clara: o cara é mesmo é LADRÃO
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Contraponto 40 - Por que só Sarney? Por que só agora?

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No total, 37 senadores devem explicações à sociedade
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Por José Dirceu 30/07/2009 10:44
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As denúncias contra o presidente José Sarney...

As denúncias contra o presidente José Sarney (PMDB-AP) , pela lógica, só podem ser levadas adiante se todos os senadores responderem no Conselho de Ética do Senado ou na justiça pela acusações que também os atingem.

Terão que responder seja pelas nomeações - casos dos senadores Artur Virgílio (PSDB-AM) e Efraim Moraes (DEM-PB); seja pelo uso ilegal e indevido, o desvio de finalidade das verbas indenizatórias, caso do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE); seja pelo uso de passagens por parentes, caso do senador Pedro Simon (PMDB-RS); sejam os 37 senadores beneficiados por atos secretos.

A própria Mesa do Senado tem que responder pelos seus atos e de todos os seus membros nos últimos seis anos - principalmente os três primeiro-secretários que ocuparam o posto pelo DEM, Efraim Morais, Romeu Tuma (SP) e agora Heráclito Fortes (PI).

Por que não cobram também de Artur Virgílio e de Efraim?

Poupado pela imprensa que o apresenta como paladino da moralidade no Senado, o caso de Artur Virgílio é o mais grave. Ele deve responder como réu confesso por quatro ilícitos: nomeação de seu professor de jiu-jitsu; de toda uma família em seu gabinete - sendo que um dos integrantes desta era funcionário fantasma e estudava na Europa durante dois anos; pelo pagamento do tratamento de saúde de membro de sua família pelo Senado, uma despesa de R$ 700 mil; e pelo empréstimo ilegal de USS 10 mil que tomou junto a Agaciel Maia, ex-diretor-geral do Senado, para pagar despesas de seu cartão de crédito internacional em Paris.

Outro cujas "peripécias" são esquecidas pela imprensa é o Senador Efraim Morais. Se Sarney está sendo crucificado, Efraim também tem que responder - e como tem que explicar!

Ele deve esclarecimentos pelas licitações suspeitas que comandou na 1ª Secretaria do Senado; pelo aumento de seu patrimônio; pelo rombo de R$ 30 milhões que provocou com uma só concorrência aos cofres da Casa; pela contratação de 13 parentes, inclusive filha e genro, em seu gabinete; e pela nomeação de 52 cabos eleitorais pagos pelo Senado para fazerem política para ele na Paraíba e em Brasília.


PITACO DO ContrapontoPIG
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Chega de hipocrisia. Qualquer ser humano não abduzido pela mídia golpista e que tenha mais de 10 neurônios enxergará, à distância, a intenção de se criar o caos no Senado é a ingovernabilidade para o governo Lula. O que está em foco não é o Presidente do Senado, mas o controle do futuro do próprio País...
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Contraponto 39 - Ciro Gomes

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PITACO DO ContrapontoPIG


Vejam e ouçam:

- tentativa de golpe em 2006
- mensalão
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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Contraponto 38 - Lula na Une



PITACO DO ContrapontoPIG

Vejam este discurso do Lula no congresso da UNE.
Pela primeira vez um presidente comparece e fala em congresso da Une
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Contraponto 37 - A Folha de São Paulo e a recessão


Rir para não chorar (atualizado) - Recessão acaba e PiG fica a ver navios

Do blog Tudo em Cima

Um agressivo leitor anônimo apontou um erro no texto anterior, que estava postado aqui. E ele tem razão, por isso, vamos corrigir. O Brasil esteve em recessão de outubro a dezembro de 2008 (-3,6) e de janeiro a março de 2009 (-0,8). Agora, segundo os bancos, a recessão acabou em maio. Ou seja, A Folha anunciou toda feliz que o país estava em recessão quando ele já havia saido dela. Enfim, o país já superou a crise e voltou a crescer, ao contrário do que queriam nos fazer acreditar os oráculos da catástrofe. Mais um gol de placa do governo Lula que a direita raivosa e o PiG vão ter que engolir... Ah, e só pra não esquecer: aqui, quando a gente erra, assume e corrige. Sem medo de ser feliz.

Capa da Folha de S. Paulo, o jornal da "ditabranda", de 10 de junho de 2009:



Capa da Folha de S. Paulo, o jornal da "ditabranda", de 28 de julho de 2009:


Contraponto 36 - PIG raivoso

Contraponto 35 - Bom para Brasil e Paraguai

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QUEM GANHA É O BRASIL

por Luiz Carlos Azenha Atualizado e Publicado em 27 de julho de 2009 às 17:46

Acabo de completar uma viagem de mais de 40 dias pela África. Comecei por Moçambique, passei pela África do Sul e por Botsuana e terminei na Namíbia.

A África do Sul desempenha, na África, um papel relativamente parecido com o do Brasil na América do Sul. É a potência regional. As grandes empresas sul africanas se expandem além fronteiras. O capital sul africano financia projetos em países vizinhos.

Mas a situação da África do Sul é menos confortável do que parece. Os governos pós-apartheid não deram conta de atender às demandas sociais, que são imensas. A renda continua altamente concentrada nas mãos da minoria branca. As terras, também.

No ano passado o país viveu espasmos de violência. As vítimas foram os imigrantes. Há mais de cinco milhões de imigrantes ilegais que vivem na África do Sul vindos da vizinhança, especialmente do Zimbábue, de Moçambique e do Malawi.

Temos, portanto, duas desigualdades embutidas na mesma realidade: uma, na África do Sul, entre brancos e negros; outra, regional, entre a África do Sul e os países vizinhos.

É essa a desigualdade que o Brasil deve ajudar a superar na América do Sul. O Brasil não pode crescer sozinho, deixando para trás especialmente o Paraguai e a Bolívia. Não se trata apenas de evitar a entrada, no Brasil, de milhões de imigrantes em busca de emprego e salário. Trata-se de apoiar o desenvolvimento de um mercado genuinamente regional, complementar ao brasileiro.

Um mercado que absorverá produtos e serviços brasileiros. Um mercado onde a vantagem competitiva das empresas brasileiras será imbatível contra produtos chineses, americanas ou indianos, seja pela proximidade geográfica, seja pela maior familiaridade dos empresários brasileiros com a região.

Além disso, nenhum país do mundo quer vizinhos politicamente instáveis. E o Brasil tem mais de 3 mil quilômetros de fronteira com a Bolívia e o Paraguai.

Portanto, é do interesse de todos os brasileiros que Paraguai e Bolívia cresçam, distribuam renda e se tornem democracias estáveis. Não dá para "precificar" isso.

Hoje, ao noticiar o acordo entre o Brasil e o Paraguai em torno da energia produzida em Itaipu, o New York Times disse que a diplomacia brasileira tenta combater a influência regional de Hugo Chávez.

É uma grande bobagem. Os americanos adoram dividir a América Latina entre "mais vermelhos" -- Venezuela, Bolívia e Equador -- e "menos vermelhos" -- Brasil, Chile e Uruguai.

Além disso, o jornalismo comercial tem uma necessidade cada vez maior de "dramatizar" a cobertura, dando a toda reportagem um tom épico. Talvez seja a saída consciente ou não que os jornais encontraram para enfrentar a perda de público e de credibilidade.

Seja como for, não existe nada de extraordinário nas concessões que o Brasil fez ao Paraguai ou à Bolívia. O Brasil não é "bonzinho" por isso. Ao "ajudar" os vizinhos, o Brasil está acima de tudo se ajudando.

Veja também:

O Paraguai e a ajuda brasileira -
Luís Nassif, colunis do Último Segundo 29/07 - 07:00
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terça-feira, 28 de julho de 2009

Contraponto 34 - Fábrica de escândalos

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PIG e demo-tucanagem – fábrica de escândalos, crises e factóides
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por Célvio Brasil Girão * em 27 de julho de 2009
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Oposição, elite e mídia golpista, através principalmente da Veja, da Folha de São Paulo, da Rede Globo e de alguns deputados e senadores da demo-tucanalha, criaram um esquema de fabricação e invenção de crises em nosso País.
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O PIG - o braço midiático da direita brasileira, politicamente representada por tucanos e demos - tem presentemente como objetivo principal, deslustrar e, se possível, derrubar o Governo, para a retomada do poder para a promoção de nova cruzada privativista.
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Quase toda a imprensa do Brasil é caudatária do PIG e repercute suas pautas e “noticias”.
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Por favor, vejam um retrospecto dos escândalos e das crises e podem aumentar a lista, se quiserem:
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01- Dinheiro de Cuba para a campanha de Lula: inexistente.
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02- Conta externa de Lula: inexistente.
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03- “Governo mata 200 em Guarulhos”: Manchete do PIG na queda do avião da TAM.
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04- Aerolula: “um absurdo de dinheiro - nordestino é pra andar de ‘pau-de-arara’. ” ...
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05- CPMF: R$40 bilhões ficaram nos bolsos ricos e não foram para a Saúde.
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06- Tapioca: um “escândalo” de R$ 8,00.
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07- Dilma: Dossiê sobre FHC. Teve, na realidade, participação do senador Álvaro Dias.
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08- Febre amarela: invenção da Eliane Castanhede colunista da Folha de São Paulo.
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09- Grampo Gilmar x Demóstenes Torres: invenção dos dois e da Veja. Até hoje se procura o áudio.
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10- Fazenda do filho de Lula: piada inventada na cidade onde estaria localizada a tal fazenda.
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11- Mexer na poupança como Collor: Raul Jungmann deputado no programa de TV do PSDB.
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12- Ficha da Dilma “terrorista”: falsificação grosseira feita pela Folha de São Paulo.
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13- Irregularidades na ANP: Contra Vítor, irmão do Franklin Martins. A notícia morreu.
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14- Bolsa Família: 96.000 casos irregulares entre 11.500.000) ou 0,008%. PIG: “Lula pai dos pobres”!
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15- PAC não decola: o mesmo que - menino não nasce aos três meses. “PAC não é relevante!”.
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16- Propaganda antecipada Dilma e Lula: viagens de inspeção das obras do PAC.
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17- Minha Casa Minha Vida: PIG: “vai depender do local onde as residências forem construídas...”.

18- Operação Satiagraha: PIG nunca ataca Dantas e pede punição para Protógenes e De Sanctis.
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19- Câncer da Dilma: explorado por Lúcia “cientista” Hipólito, alertando sobre o 3º mandato de Lula.
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20- “Gripe suína atingirá 67 milhões de brasileiros em 8 semanas !”: alarme da Folha em 07/2009.

21- CPI da Petrobrás: olho no pré-sal, privatização e palanque dos desesperados do PSDB para 2010.
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22- Fora Sarney: Presidente cortejado quando ajudou a Globo vira “diabo” no Senado em 2009.
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Quais serão as próximas “crises” e os próximos “escândalos”?

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* Celvio Brasil Girão é editor do Blog ContrapontoPIG.
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Contraponto 33 - Marolinha mesmo...


UMA MAROLINHA

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Escrito por Eduardo Guimarães às 10h54
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A economia dos Estados Unidos teve em junho uma perda de 467 mil postos de trabalho, o que elevou a taxa de desemprego no país para 9,5%, o nível mais alto em mais de 25 anos.

A economia do Chile dá novos sinais de recessão com o forte declínio na produção industrial e o aumento do desemprego. A produção da indústria sofreu queda interanual de 10,5% em maio de 2009 e somou oito meses de retração consecutiva, enquanto a taxa de desemprego subiu para 10,2% no trimestre móvel março-maio.
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Agora, o Brasil: vide imagem acima, da manchete desta terça-feira do jornal mais oposicionista da atualidade






















A economia se recupera em todo país. Nos últimos meses, centenas de milhares de empregos foram criados. A confiança do brasileiro na economia atingiu o nível pré-crise. Os investimentos estão chegando, o dólar cai, a bolsa também já retornou ao patamar pré-crise, em suma, a economia brasileira, pode-se dizer, não sofreu mais do que uma marolinha diante dos problemas que o resto do mundo está enfrentando.

Aliás, quem me lê há mais tempo sabe que, para mim, nada disso é novidade. Em setembro do ano passado eu já dizia aqui – sob uma saraivada de discordâncias – que, ultrapassado aqueles dois trimestres críticos seguintes ao agravamento de uma crise que já vinha ensaiando recrudescer há, então, cerca de um ano antes, o país resistiria àquela crise que se avizinhava, como de fato acabou ocorrendo.

Aliás, pedi aqui, inúmeras vezes, para que as pessoas se lembrassem de minhas palavras, e fundamentei as razões pelas quais tinha aquela opinião, explicando que um país como este, no estágio de progresso e solidez de sua economia em que fora colocado por políticas de Estado corretas, teria tudo para resistir à crise.

Ora, primeiro que o país reduziu seu endividamento drasticamente de 2003 para cá, invertendo a curva de endividamento ascendente que se verificara na década passada. O comércio exterior, para o bem ou para o mal, no Brasil ainda é pequeno, apesar de ter crescido muito nesta década.

Além disso, o alargamento das fronteiras econômicas do Brasil para a Àfrica e para a Ásia, deixando para traz as políticas dos governos anteriores de concentração dos esforços comerciais do Brasil nos EUA e na União Européia, política que vigeu até 2002, permitiu-nos ser muito menos afetados pela queda dramática dos negócios com o mundo rico.

Somado a isso tudo, e contrariando a pregação da oposição tucano-pefelista-midiática, o governo Lula pôs o Estado como locomotiva dos investimentos, da normalização do crédito, da redução de impostos, enfim, de adoção de políticas públicas que, contrariando o velho cacoete neoliberal do “Estado mínimo”, deu a ele sua função adequada num momento como este, e o resultado está aí.

E sabem o que é o melhor disso tudo? Por mais que alguns poucos dotados de vozes guturais e amplificadas façam de conta que não vêem isso tudo, todo mundo está vendo e sentindo na pele que aquilo que acabo de escrever é a mais pura verdade.
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domingo, 26 de julho de 2009

Contraponto 32 - Arthur Virgílio se autoincrimina na tribuna do Senado

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A estranha ética de Arthur Virgílio



O líder do PSDB no Senado reconhece ter recebido vantagens indevidas, como foi denunciado por ISTO É , e diz que vai devolver o dinheiro público
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Falastrão Discurso de Virgílio durou mais de três horas: "Mereço ser, sim, criticado"

Na segunda-feira 29, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) subiu à tribuna do Senado para responder às denúncias publicadas por ISTOÉ. Durante três horas e 20 minutos, fez um dos discursos mais longos da história da Casa. Mas tudo não passou de pura retórica. Sem nenhum documento, Virgílio esbravejou ao vento. Ele não rebateu as acusações e confirmou com mais detalhes os fatos trazidos à tona. Na verdade, o senador autoincriminou-se. A partir de seu relato inflamado, ficou claro que o líder do PSDB no Senado infringiu os artigos do Código de Ética que preveem sanções para casos de abuso de prerrogativa e obtenção de vantagens indevidas e doações.

E mais: ao reconhecer os pecados cometidos no exercício do mandato, o senador demonstrou que, embora seja severo na hora de julgar adversários políticos, costuma adotar padrões éticos bem mais elásticos em relação às próprias atitudes.

Segundo reportagem de ISTOÉ, Virgílio manteve um servidor fantasma lotado em seu gabinete. No discurso, o senador, visivelmente alterado, admitiu que errou ao manter na folha de pagamento do Senado Carlos Alberto Nina Neto, filho do amigo e seu subchefe de gabinete, Carlos Homero Nina, mesmo quando ele resolveu estudar no Exterior. Nina Neto foi contratado em 21 de maio de 2003 como assistente técnico, com salário de cerca de R$ 10 mil. Em 2005, entre maio e julho, foi para Barcelona para um mestrado e continuou recebendo salário. Depois, passou mais de um ano fora, entre outubro de 2006 e novembro de 2007, fazendo pós-graduação. De volta ao Brasil, continuou no gabinete de Virgílio até ser exonerado em 22 de outubro de 2008. "Esse é um equívoco do qual me penitencio, um erro pelo qual mereço ser, sim, criticado", resignou-se. De acordo com o tucano, Carlos Homero chegou a aconselhar que ele pedisse à Mesa Diretora para "dar autorização" e ainda "pagar as diárias" do filho. Virgílio achou que as diárias "eram demais", mas por conta própria decidiu pagar os salários, "sem a noção clara do pecado".

DÍVIDA Segundo o tucano, amigos o ajudaram a pagar Agaciel Maia

O pecado que Virgílio cometeu está tipificado no artigo 5º do Código de Ética do Senado como abuso de prerrogativa. Não por acaso, dois dias depois, na quarta-feira 1º, ele anunciou que venderá imóveis da família para ressarcir o Senado pelo que pagou indevidamente, durante quase dois anos, ao ex-servidor do seu gabinete. "Era dinheiro da Nação brasileira que não poderia ter sido usado dessa forma", admitiu em novo discurso, mais cauteloso e comedido.

"Era dinheiro da Nação brasileira que não poderia ter sido usado dessa forma"

Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado

Não foi um súbito ato de arrependimento que o fez lançar mão dos bens de família. O senador, na prática, usou um expediente bastante conhecido.

Com a decisão de repor o prejuízo do Tesouro, antecipou-se à ameaça de ser alvo de uma representação do PMDB no Conselho de Ética. Ou seja, mais uma vez lançou mão de seu estranho conceito de ética.

Os discursos de Virgílio mudam ao sabor da hora. Há algum tempo ameaçou, na mesma tribuna do Senado, dar uma surra no presidente da República porque ele e sua família estariam sendo investigados a mando do PT. Meses depois, viajou ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no avião presidencial. Seu padrão ético também é volúvel. Virgílio não titubeou ao recorrrer, por meio de Homero Nina, ao então diretor-geral do Senado Agaciel Maia, para resolver uma emergência de caixa. Conseguiu, num domingo, um empréstimo de US$ 10 mil. O dinheiro, revelou ISTOÉ, serviu para liberar seu cartão de crédito, que estava bloqueado durante viagem com a família a Paris. Candidamente, como se nada tivesse acontecido, admitiu na tribuna que três amigos se cotizaram para pagar a dívida por ele. "Carlos Homero me disse que havia resolvido isso (os R$ 10 mil) via Agaciel. E perguntei: 'Mas, escute, não quero ficar com dívida nas mãos desse sujeito'", disse Virgílio. Argumentou também que não recebeu US$ 10 mil, mas sim R$ 10 mil. Ou seja, pelos seus curiosos padrões, jamais receberia "desse sujeito" US$ 10 mil. Mas aceitou de bom grado R$ 10 mil. Trata-se, portanto, de uma ética que leva em conta o câmbio. Será que o senador, também nesse caso, não tinha "noção clara do pecado"? Afinal, foi pela suspeita de que um de seus colegas, Renan Calheiros (PMDB-AL), teria tido despesas pagas por terceiros que o tucano defendia a cassação do então presidente do Senado.

Outra denúncia de ISTOÉ que Virgílio não contestou em plenário foi a de que sua mãe, falecida em 2006, vítima de Alzheimer, teve as despesas médicas no valor de R$ 723 mil custeadas pelo Senado, quando o permitido pelo regimento interno era um ressarcimento de até R$ 30 mil por ano. Em seu discurso, ele preferiu jogar a responsabilidade pela autorização do pagamento nas costas de Agaciel. Disse que sua mãe não era sua dependente, mas de seu pai, o ex-senador Arthur Virgílio Filho. E anunciou que pediria informações à Mesa para saber se houve autorização para gastos acima do limite. "Esse homem (Agaciel), até quando me acusa, não consegue fugir de dizer que praticou uma ilegalidade. Se liberou tratamento que não deveria ter liberado, ressarcimento que não deveria, da minha mãe, praticou uma ilegalidade. Ou seja, quer me transformar em seu cúmplice ou transformar meu pai, falecido, em seu cúmplice", disse. Mas estranhamente só protestou depois que o fato veio a público.

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PITACO DO Contraponto PIG

- Um Senador da República que, em plena tribuna do Senado, admite ter cometido três crimes, pois segundo ele mesmo "Era dinheiro da Nação brasileira que não poderia ter sido usado dessa forma", não deveria sair dali direto o Conselho de Ética ou mesmo para a prisão?

- Este Senador tem condições morais para acusar Sarney ou qualquer outra pessoa?

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Contraponto 31 - Denúncia e mais denúncias - cheiro de golpe

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Denúncia!
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Escrito por Eduardo Guimarães em 25/7/2009 às 22h1
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Fonte que tenho dentro do jornal Folha de São Paulo acaba de me informar de que está sendo preparada pesquisa forjada mostrando queda da popularidade de Lula e de Dilma.
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Mais Denúncias!
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Comentarista do Blog do Nassif no post “Pesquisas Eleitorais”
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25/7/2009 às 20:48
Enviado por: Geraldo Reis
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Nassif, saiu agora ha pouco no twitter do Eduardo Guimarães: Fonte da Folha diz que houve uma reunião, na casa de FHC onde participaram Frias, Civita e um emissário da Globo. A razão e a encomenda de uma pesquisa fajuta onde aponta uma queda de popularidade do Lula e da Dilma por conta do apoio ao Sarney.
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Acompanhe aqui
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sábado, 25 de julho de 2009

Contraponto 30 - FHC e o seu amigo "brilhante"




Daniel Dantas: Campanha de Fernando à Presidência, R$ 3 milhões. Forma: cash!
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Sexta-feira, 24 de Julho de 2009
Por: Zé Augusto .
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Do Blog os amigos do presidente
O Estadão publica matéria sobre áudios apreendidos com um funcionário do Opportunity.

Os áudios, gravados entre 2000 e 2003, revelam diálogos de pessoas que eram adversárias de Daniel Dantas.

Na página 267 [do relatório da Polícia Federal assinado pelo delegado Ricardo Saadi], aparece:

"Chama a atenção nos documentos a expressão "contribuição para que um dos companheiros não fosse indiciado", cujo valor R$ 900 mil seria feito em cash.

O relatório faz menção a uma anotação que teria sido encontrada em uma escrivaninha de trabalho no escritório particular de Dantas. Diz a anotação:

"Campanha de Fernando à Presidência, R$ 3 milhões. Forma: cash."

Quantos "Fernandos" concorreram à Presidência em 98 ou 94?.
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PITACO DO ContrapontoPIG
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O amigo "brilhante" que FHC mal conhece!
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sexta-feira, 24 de julho de 2009

Contraponto 29 - Pobre vai ao cinema e ao teatro !

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Vale-Cultura para Trabalhadores

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Viomundo
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Trabalhador terá cartão para compra de produtos culturais com bônus de até R$ 50
- do Em questão, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
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Por meio de um cartão magnético, fornecido pelas empresas, trabalhadores poderão adquirir ingressos de cinema, teatro, shows, livros, CDs e DVDs, entre outros produtos culturais. Trata-se do Vale-Cultura, a primeira política pública governamental voltada para o consumo cultural. Até hoje, todas as ações tiveram foco no financiamento da cultura.
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O projeto de lei que cria o Vale-Cultura será enviado hoje (amanhã) ao Congresso Nacional pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. A cerimônia de assinatura da mensagem será realizada em São Paulo.
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Empresas que declaram Imposto de Renda com base no lucro real poderão aderir ao Vale-Cultura e disponibilizar até R$ 50,00 por funcionário, ao mês, com direito a deduzir até 15 do IR devido.
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Os trabalhadores que ganham até cinco salários mínimos arcarão com, no máximo, 10% do valor (R$ 5,00). E os que ganham mais de cinco salários mínimos poderão receber desde que garantido o atendimento à totalidade dos empregados que ganham abaixo desse patamar. Para esse contingente de salário mais elevado o desconto do trabalhador poderá variar de 20% a 90%.
A iniciativa pode aumentar em até R$ 600 milhões/mês ou R$ 7,2 bilhões/ano o consumo cultural no País. Além disso, fortalecerá as cadeias produtivas da Economia da Cultura; a geração de renda, trabalho e emprego e o fomento às ações de responsabilidade social e corporativa por parte das empresas em relação aos seus empregados.
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Cartão - O Vale-Cultura funcionará por meio de cartão magnético. O estabelecimento poderá ser credenciado se tiver terminal eletrônico e só será admitido o fornecimento do Vale-Cultura impresso quando for comprovadamente inviável a adoção do meio magnético. Com esse mecanismo será possível monitorar quais setores da cultura apresentam maior percentual de consumo, qual o perfil do usuário por região e por faixa salarial, por exemplo.
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Empresas - As empresas cujo regime tributário é o de lucro real são as maiores beneficiárias dessa renúncia fiscal. Elas poderão deduzir do imposto devido, até o limite de 1%, os valores gastos no Vale-Cultura. As empresas de outros regimes tributários, por já serem beneficiadas com renúncia fiscal, poderão aderir ao Vale-Cultura, mas não deduzir esses valores do Imposto de Renda devido. Todavia, poderão contabilizar o valor investido no Vale-Cultura como despesa operacional, o que terá impacto na redução do imposto devido. Outro incentivo às empresas que aderirem é o de não sofrerem incidências de seguridade social e nem terem os valores incorporados aos salários.
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PITACO DO ContrapontoPIG
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Pobre no teatro? Não pode! A elite vai chiar...
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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Contraponto 28 - Por que só Sarney?

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Análise política
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Ou locupletemo-nos todos
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Escrito por Eduardo Guimarães em 23/07/2009às 20h35
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Você está indignado com José Sarney porque ele conseguiu um emprego no Senado para o namorado de sua neta? Ok, pode ficar indignado. O que se depreende do fato, claro, é que Sarney e sua família tratam cargos públicos como se fossem de sua propriedade.

O que você não tem direito de aceitar, porém, é que todos os outros homens públicos que usam a mesma prática, bem como a imprensa que só faz alarde desse tipo de caso quando lhe interessa, apontem o dedo única e exclusivamente para Sarney. Isso é hipocrisia do pior tipo.

No fim de março, por exemplo, descobriu-se que, tanto quanto o namorado da neta de Sarney, a filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Luciana Cardoso, recebia proventos do gabinete do senador pefelista Heráclito Fortes sem aparecer no Senado para trabalhar, e ainda recebendo mais de R$ 7 mil mensais por isso, fora os benefícios.

O assunto, porém, ficou nas páginas internas dos jornais por dois ou três dias e nem deu as caras na tevê. Pergunte-se por que...

Alguns expoentes da imprensa oposicionista tais como o colunista e blogueiro da Veja Reinaldo Azevedo, por exemplo, “explicaram” a situação da filha de FHC dizendo que não viam nada demais no caso, pois quando se trabalha em casa acabar-se-ia “trabalhando mais” do que no local de trabalho de fato.

Diante disso, a rebenta de FHC pediu “demissão” do emprego no qual não trabalhava, e foi só. O caso ficou por ali, ao menos na imprensa, o que suscita várias questões:

Por que, com o namorado da neta de Sarney, está sendo feito todo esse auê na imprensa se com caso até pior da filha de FHC (porque ela não aparecia para trabalhar) não aconteceu o mesmo? Aliás, por que Sarney está pagando sozinho pelo que atinge quase todo o Senado e os partidos de oposição e governistas?

Repito a questão: por que grandes jornais, tevês, rádios e blogueiros (Noblat, Josias, Esgoto etc) ligados a essa mídia aliada do PSDB e do PFL vêm dedicando 80% dos espaços que controlam a desancar Sarney se quando se descobriu fato tão grave quanto sobre a filha de FHC eles todos mal noticiaram o assunto?
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E quando o PSDB, o PFL e a imprensa associam Sarney a Lula por este se revoltar contra o massacre seletivo àquele, será que partidos e meios de comunicação oposicionistas acham que conseguirão com isso abalar agora a popularidade do presidente apesar de que ataques muito piores a ele nos últimos 6 anos só fizeram sua popularidade subir?
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Claro que não. O objetivo é derrubar Sarney e pôr o tucano Marconi Perillo no lugar dele para travar os projetos do governo no Senado, pois a Presidência da Casa tem esse poder. Daí, entraríamos no ano eleitoral de 2010 com o governo sem conseguir aprovar mais nada no Congresso, pois tudo que a Câmara baixa votar tem que ser ratificado pela Câmara alta.
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Se não fosse assim, o noticiário falaria de todo nepotismo, de todos os desvios de que acusam Sarney, mas frisando que começam pelo presidente do Senado e se estendem a este, àquele e aquele senadores, citando um a um, o partido de cada um e ressaltando que, indiferentemente de partido político, região do país, ideologia etc., ninguém tem moral para criticar ninguém.
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Mas não, o noticiário faz crer que a derrubada de Sarney terá o condão de pôr as coisas nos seus devidos lugares. Enquanto isso, essa mesma imprensa não cobra investigação do caso da filha de FHC, um dos mais críticos em relação a Sarney, fazendo coro com seu partido e com a imprensa.
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Para atingir esse objetivo, a coalizão formada por PSDB, PFL, Grupo Folha, Grupo Estado, Editora Abril, Organizações Globo, Rede Bandeirantes, TV Gazeta e todos os outros jornais, rádios e tevês afiliadas que gravitam em torno dos veículos nominados tratam de promover uma guerra psicológica contra a família Sarney.
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O objetivo é abalar moralmente inclusive os membros mais frágeis dessa família para que pressionem o patriarca para que desista e eles sejam todos deixados em paz, pois a família deve estar no limite da exaustão mental, o que pode explicar, inclusive, a esposa do presidente do Senado, dona Marli, ter rolado de uma escada e fraturado a clavícula em cinco lugares nesta quinta-feira.
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A neta de Sarney cuja voz aparece nas gravações divulgadas na quarta-feira é obviamente bastante jovem e provavelmente deve estar desmoralizada junto aos amigos, colegas de escola, vizinhos etc. É quase possível vê-la aos prantos junto da avó e do pai (este também alvo dos ataques) por ter participado de uma prática comum a tantos pares do avô que, apesar de terem usado tais expedientes, agora o acusam “indignados”.
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A mesma guerra psicológica e hipócrita já foi desencadeada contra outros políticos acusados exclusivamente por práticas que, na verdade, são comuns a grande parte de seus acusadores na classe política, os quais, por integrarem os partidos aliados à imprensa que denuncia, são sempre poupados.
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É uma guerra política. Se Lula ceder seu governo acabou, no que depender do Legislativo. Só poderá governar com o que não depender daquele Poder. O Congresso barrará todas as iniciativas da Câmara, onde o governo federal tem maioria.

Essa é a razão para só estarem acusando Sarney por práticas que envolvem praticamente todos os seus pares, independentemente se de partido do governo ou da oposição. E aí cabe a cada cidadão decidir se é isso o que quer para o país, que seu governo fique manietado até 2011 num mundo que atravessa a pior crise econômica dos últimos 80 anos.
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Vale lembrar que, se o governo não puder funcionar normalmente, o prejuízo será da população, sobretudo da população mais pobre, mas com efeitos nefastos em todas as classes sociais.
O que fazer, então? Deixar tudo como está para Sarney?
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Bem, por mim, podem malhá-lo feito Judas, contanto que façam o mesmo com cada um dos que têm o mesmo tipo de supostos passivos “éticos” pesando contra si, a começar pela filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
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Ou, então, locupletemo-nos todos.
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PITACO DO ContrapontoPIG
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Não é esquisita esta repentina e seletiva fúria contra Sarney, se ele é o mesmo há quase cinco décadas?
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Não é estranho que no tempo em que, beneficiada por ele, a mídia o tratava como a um semi-deus Presidente?
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Não é estranhável que só agora que a candidatura Serra parece não ter a consistência que se pensava a oposição e seus corruptos e canalhas - em nada melhor do que Sarney – começam a se eriçar desesperadamente?
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Chega de hipocrisia. Qualquer ser humano não abduzido pela mídia golpista e que tenha mais de 10 neurônios enxergará, à distância, a intenção de se criar o caos no Senado e a ingovernabilidade para o governo Lula. O que está em disputa não é a Presidência do Senado, mas o controle do futuro do próprio País...


quarta-feira, 22 de julho de 2009

Contraponto 27 - O Analfabeto Político Midiático

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É de Bertolt Brecht (1889-1956): “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala não participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.”
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Bertolt Brecht tinha razão apenas em parte.
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O pior analfabeto, nos nossos dias, é aquele que pensa que sabe tudo de política. É o analfabeto político midiático.

É o “superdesinformado” que se empanturra de “desinformações” da grande mídia subserviente às elites dominantes dos países; elites sempre contrárias às mudanças que venham a melhorar a vidas das pessoas pobres e comuns.

Estes “superdesinformados” são fabricados – sem que se deem conta – pelas “Vejas”, “Folhas” e pelas “Globos” da vida.

Pessoas muitas vezes bem intencionadas e até mesmo cultas se tornam “superdesinformadas” e, não raro, até arrogantes, pairando ingenuamente acima da verdade, tamanha a manipulação a que são submetidas.

Este tipo de analfabeto político - o midiático - Brecht não conheceu.

*Célvio Brasil Girão é editor do Blog ContrapontoPIG
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terça-feira, 21 de julho de 2009

Contraponto 26 - Partido da Imprensa Golpista

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PITACO DO ContrapontoPIG

Este texto de Evaristo Almeida merece ser lido com atenção uma vez que traz uma definição e uma descrição didática perfeitas do se conhece como PIG - Partido da Imprensa Golpista.

PARTIDO DA IMPRENSA GOLPISTA
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em 07/2009

A denominação de Partido da Imprensa Golpista - PIG para a grande mídia mercantil brasileira nasceu no sítio Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim. Ela foi elaborada ao se constatar que o jornalismo brasileiro age de modo sincronizado e militante para derrubar o excelente governo Lula.

As pautas dos meios de comunicação que fazem parte do PIG são feitas de forma uniforme e possuem os mesmos objetivos. A impressão que passa é que há um grupo que centraliza essas pautas e instrumentaliza o PIG.

Faz parte do PIG toda a grande mídia brasileira, mas os que se destacam são os jornais Folha de São Paulo, O Globo e o Estado de São Paulo, a rádio CBN, a televisão Globo e a revista Veja. Eles se revezam em criar factóides que depois coincidentemente são repercutidos nos demais membros do PIG. A ideologia do PIG é a da direita conservadora das elites brasileiras. A mesma que norteou o golpe de estado de 1964, que o PIG apoiou de forma entusiasmada. Ela se assenta, sobretudo, nos partidos PSDB, DEM e PPS. Esses partidos são protegidos pelo PIG, principalmente quando paira qualquer denúncia de corrupção sobre algum membro deles. Vide o governo tucano da Yeda Crusius no Rio Grande do Sul, ou do Beto Richa de Curitiba.

Quase nenhuma linha, e quando fazem alguma matéria a produzem em tom defensivo. O Estado de São Paulo, do governador tucano José Serra é um capítulo a parte. O PIG o blindou totalmente. A CPI da CDHU que foi implantada na Assembléia Legislativa de São Paulo não teve quase nenhuma repercussão na imprensa. Aliás, a ALESP não tem cobertura do jornalismo, a oposição ao governador José Serra não é ouvida.

Isso é que é democracia. Enquanto a oposição ao governo Lula tem espaço garantido no Jornal Nacional, a oposição estadual em São Paulo nunca aparece. Motivos não faltam como o caso Alstom, o superfaturamento no Rodoanel (conforme relatório do Tribunal de Contas da União), a linha 4 – Amarela do Metrô, entre outros. A blindagem do PIG também é estendida ao seu preposto, o prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab.

A imprensa mercantil foi fator essencial na reeleição do Kassab. Enquanto malhava a candidata do PT, protegia o prefeito. E hoje vemos que o Kassab superestimou a receita no orçamento da capital, a merenda servida as crianças da cidade apresentam condições higiênicas e de quantidade inadequadas, o transporte público está ruim, a saúde está aquém das condições da cidade, entre outras mazelas. Mas, como os filhos dos donos dos meios de comunicação não estudam em escola pública, eles não usam a saúde municipal e não andam de transporte coletivo, tanto faz. Não há críticas ao Gilberto Kassab, do DEM, no jornalismo paulistano. O SPTV da Globo, comandado pelo Carlos Tramontina nunca critica o prefeito. E também a oposição na Câmara Municipal nunca é ouvida.

O PIG não é só contra o governo Lula e o Partido dos Trabalhadores, ele é contra tudo que é política de esquerda no mundo e na América Latina. Os jornais brasileiros fizeram um carnaval contra o terceiro mandato de Hugo Chávez, presidente da Venezuela, mas se calaram quando o presidente Álvaro Uribe, da Colômbia obteve a possibilidade do terceiro mandato. Assim como noticiam de forma burocrática o golpe de estado em Honduras. No mundo, o PIG está ideologicamente muito próximo do Partido Republicano dos Estados Unidos. Apoiou o golpe de estado na Venezuela, de forma dissimulada o de Honduras, a invasão do Iraque, da Faixa de Gaza por Israel e sempre repercutiu a versão do Departamento de Estado estadunidense sobre todas as questões mundiais. Até parece que há um PIG mundial e o brasileiro é apenas uma filial.

Nunca nenhum comentarista brasileiro se posicionou contra a tortura em Guantánamo, feita pelos Estados Unidos. Aliás, tudo que esse país faz, tem o respaldo do PIG. Na economia o PIG é neoliberal, acha que políticas de equalização de renda, como o Bolsa-Família é esmola por atingir os mais pobres, que o Estado não deve intervir na economia, apesar de no mundo inteiro, essa intervenção estar acontecendo, pois senão teríamos a maior crise econômica de todos os tempos.

O PIG desconversa sobre a presença do Estado na economia quando o Citibank e a General Motors foram estatizadas para evitar a derrocada dessas empresas. Dessa forma o mercado tão defendido pelo PIG não é tão eficiente assim.

A mão invisível de Smith sumiu e aparece agora a mão visível do Estado. Para o Partido da Imprensa Golpista os gastos efetuados pelo Estado com custeio são sempre ruins. Os jornalistas não explicam que no custeio está a manutenção de escolas, hospitais, de rodovias e de toda estrutura do Estado. Essa estrutura atende aos mais pobres. Como as famílias dos meios de comunicação não usam essa estrutura, assim como a maioria dos jornalistas que trabalham nessas empresas, eles criticam esses gastos. Para isso têm até um nome que é figurinha carimbada para fazer a crítica, o do economista Raul Veloso. Este, por certo, não usa serviços públicos, pois é muito bem pago para dizer o que diz.

Qualquer relatório do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional - FMI, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE ou de qualquer outra instituição falando mal do Brasil, terá toda repercussão do PIG. Isso sem qualquer crítica, sem questionar métodos ou defender o país. Aliás, o Partido da Imprensa Golpista tem vergonha de ser brasileira, a sua ideologia é a da elite brasileira, de subordinação aos países desenvolvidos. São vassalos do mundo rico.

O grande ideólogo do PIG é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Sim, o mesmo, que casuisticamente mudou a Constituição para obter a reeleição. Foi um ato ilegal e comprando votos do Congresso Nacional para votar a favor da emenda. Mesmo sendo imoral, teve apoio do PIG. Fernando Henrique foi um senador obscuro, que graças a se apossar do Plano Real, feito pelo presidente Itamar Franco, foi eleito presidente da República. Quebrou o país três vezes, multiplicou por dez a dívida pública, aumentou à carga tributária em cerca de 10% do PIB, elevação da dívida pública de 30% do PIB para 57%, o desemprego chegou a níveis estratosféricos, privatizou a telefonia, que atualmente, apesar de ter uma das tarifas mais caras do mundo, apresenta um dos piores serviços. Deu de graça a Vale do Rio Doce, boa parte da Petrobras e várias outras empresas. Pois bem, para o PIG esse é o verdadeiro estadista, apesar de ter sido um péssimo governante para o povo brasileiro, que não o quer mais nem como vereador.

No jornalismo, atualmente o membro mais feroz do PIG é a Folha de São Paulo, que depois que a Veja se queimou em sucessivas matérias que acabaram com a credibilidade da revista, a Folha assumiu a posição de cachorro louco contra o excelente governo do presidente Lula, que tem 80% de aprovação do povo brasileiro. O irônico nisso tudo é a propaganda do jornal dizer que ele é apartidário. Desde quando o PSDB deixou de ser um partido político? A Folha queima os últimos cartuchos adquiridos na década de 1980, quando saiu na frente dos outros periódicos cobrindo grandes movimentos populares, como a Diretas-Já. Atualmente sobre o comando do Otavio Frias Filho, o jornal trabalha com o fígado não com a razão. Principalmente porque, ao contrário do que aconteceu no passado, quando o jornal era lido pela esquerda, atualmente o seu leitor é das classes A e B, os mais conservadores no espectro político-partidário brasileiro. Dessa forma até 2010, a Folha e o sítio UOL sempre estamparão manchetes negativas ao governo federal.

Quando a notícia for positiva ou não publicarão ou darão um jeito de apresentá-la de forma negativa como aconteceu muitas vezes recentemente.

Os militantes mais fiéis da ideologia do jornal são a Eliane Cantanhêde, Josias de Souza, Clóvis Rossi, entre outros. Na televisão, o Jornal da Globo é o mais reacionário, apesar dos jornais apresentados pelo Boris Casoy, na Bandeirantes e o Carlos Nascimento, no SBT, não ficarem muito longe. O tom professoral do Willian Waack e a cara de desesperada da Cristiane Pelajo dão o rumo ao jornal. Nunca falam bem do governo federal e chegaram ao requinte de apresentar uma matéria de extração de petróleo no interior da selva amazônica sem citar o nome Petrobras. A Rede Globo dispensa apresentação quando da manipulação de matérias visando beneficiar seus candidatos, como o Fernando Collor de Mello que as Organizações Globo, apoiou e elegeu.

Atualmente o Collor foi substituído pelo governador José Serra que tem torrado montanhas de dinheiro público com propaganda na emissora, principalmente com a Sabesp e o Metrô. Assim, como em 2006 ajudou ao Alckmin a chegar ao primeiro turno, a Globo tentará o mesmo com o Serra. No rádio, a CBN e a Rádio Jovem Pan se destacam. A CBN tem um time de primeira, quando é para falar mal do governo federal e bem do Serra. Nela trabalham a Miriam Leitão, o Heródoto Barbeiro, o Milton Jung, Lucia Hipóllito, Carlos Sardemberg, Gilberto Dimenstein e o Arnaldo Jabor.

O PIG é preconceituoso, principalmente quando trata de movimentos organizados como o MST (Movimento Sem Terra ; o movimento sindical como ficou evidenciado em matéria do jornal O Globo que critica a participação de sindicalistas na Petrobras, mesmo eles sendo funcionários concursados da empresa; o movimento estudantil, como o Congresso da Une que não teve cobertura e demais movimentos que sempre são criminalizados, principalmente se são pobres lutando pelos seus direitos, como habitação e saúde.

A manipulação faz parte das táticas do Partido da Imprensa Golpista. Os ataques diários contra a Petrobras dão a dimensão de como estão desesperados. É só consultar o blog Fatos e Dados da Petrobras para verificar como as manchetes dos jornais O Globo, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo entre outras são mentirosas. A empresa vem desmentindo diuturnamente esses jornais. Quando a Petrobras era dirigida pelos tucanos, sendo preparada para ser privatizada e vários acidentes ocorreram entre eles o afundamento da maior plataforma de petróleo do mundo a P-36, a imprensa brasileira não tratava de forma pejorativa a empresa como vem fazendo atualmente.

Na gestão petista multiplicaram-se os lucros, os investimentos e a imagem da empresa no mundo. Recentemente ela ganhou um prêmio como a 4ª melhor empresa do mundo, saiu de 63ª para 34ª maior empresa do mundo, descobriu o petróleo no pré-sal e representa 10% do PIB brasileiro. A empresa tem sido elogiada pelo mundo inteiro a não ser no Brasil. O jornalismo brasileiro se aliou a oposição do PSDB, DEM e PPS, para tentar quebrar a empresa. Notícias que são desmentidas são publicadas diariamente de forma desavergonhada.

O PIG segue a máxima de Joseph Goebbels, propagandista de Hitler, de que uma mentira repetida mil vezes se transforma em verdade. É nessa tecla que batem. Só não contavam que a Petrobras iria criar o blog e desmenti-los.
Esse jornalismo envergonha o país

O objetivo deles além de desestabilizar o excelente governo Lula é que o petróleo do pré-sal fique com as empresas multinacionais que estão descontentes com os rumos que a exploração petrolífera vem tendo no Brasil. Para o PIG, assim como ocorreu com o ouro das Minas Gerais, no período colonial, indo parar na Inglaterra e financiar a revolução industrial, o país deve ficar com uma pequena porção dos frutos da exploração petrolífera, o grosso da riqueza deve ir para o exterior, via remessa de lucros e dividendos.

O objetivo do governo Lula é que a maior parte da riqueza do petróleo fique no Brasil e vá constituir um fundo para construir um sistema educacional decente para o povo brasileiro, para a saúde e infra-estrutura.Pela primeira vez um recurso natural vai beneficiar o povo brasileiro como um todo e não apenas uma pequena elite que sempre se apropriou das riquezas do país. O Partido da Imprensa Golpista, assim como o PSDB, DEM e PPS são contrários a que isso aconteça. Eles agem em consonância com os interesses estrangeiros. Desenvolver o país e melhorar a vida do povo brasileiro não interessa. Os interesses do PIG com a oposição são imediatos. É a implantação das mesmas políticas necrófilas que foram implantadas pelos PSDB no período em que governaram o país junto com o DEM e o PPS.

É isso, o objetivo deles é destruir de novo o Brasil e para isso vão manipular manchetes, inventar crises políticas e tentar desestabilizar o excelente governo Lula. A liberdade de imprensa só existe para as famílias que são donas dos meios de comunicação. Eles podem tentar moldar o país sob a sua ótica, em benefício deles mesmos e em detrimento da população brasileira.

Urge a democratização dos meios de comunicação. Para isso é necessário o controle social como ocorre nos países ricos, da responsabilidade pelo que é publicado, novas normas de concessão de rádio e televisão, melhor distribuição das verbas públicas de propaganda, visando ampliar o número de periódicos, a democratização da internet, via barateamento da banda larga para que o povo tenha outros meios para se informar. Assim ganha importância a primeira conferência de comunicação que ocorrerá em dezembro desse ano.

Essa conferência poderá indicar novos rumos que tirem o país da ditadura midiática em que hoje se encontra. Somente com a democratização dos meios de comunicação poderemos construir uma democracia e uma nação justa e desenvolvida no Brasil.
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Contraponto 25 - Os riscos da volta a direita


Publicado por Emir Sader em Carta Maior em 18/07/2009 às 19:24

Não subestimar a oposição. Pode ser fatal e facilitar o retorno da direita. Contam com toda a mídia, direção ideológica da direita brasileira. Contam com um candidato que, até agora, mantém a dianteira – e não basta dizer que é recall, porque é muito constante sua votação, o Ciro é recall e despencou nas pesquisas.

Contam com a grana, antes de tudo do grande empresariado paulista. Contam com os votos de São Paulo, que se tornou um estado conservador, egoísta, dominado pela ideologia elitista de 1932, de que são o estado do trabalho e o resto são vagões que a locomotiva tem que carregar. Contam com a despolitização destes anos todos, em que se apóia ao governo Lula, mas uma parte importante prefere, pelo menos até agora, o Serra. Contam com a retração na organização e na mobilização popular. Contam com a imagem de Serra, desvinculada do governo FHC, em que, no entanto, foi ministro econômico durante muito tempo, co-responsável portanto, do Plano Real, das privatizações, da corrupção, das 3 quebras da economia e as correspondentes idas ao FMI, da recessão que se prolongou por vários anos, como decorrência da política imposta pelo FMI e aceita pelo governo.

Conta também com erros do governo, seja na política de comunicação – alimentando as publicidades nos órgãos abertamente opositores, enquanto apóia em proporções muito pequenas os órgãos alternativos, seja estatais ou não. Erros de política de juros alta até bem entrada a crise, atrasando a recuperação da economia. Erros na política de apoio e promoção do agronegócios, em detrimento da reforma agrária, da economia familiar, da auto-suficiência alimentar.

É certo que a oposição não tem discurso que sensibilize ao povo, tanto assim que batem o tempo todo, com seus espaços monopólicos na mídia, mas só conseguem 5% de rejeição ao governo, que tem 80% de apoio. Mas também é certo que o estilo marqueteiro que ganharam todas as campanhas, despolitizam o debate, se Serra se mantiver na liderança das pesquisas, não precisa apresentar propostas, só as imagens maquiadas das “maravilhas” que estaria fazendo em São Paulo, assim como o tom de Aécio de que não é anti Lula, mas pós-Lula, dizendo – como disse e não cumpriu em São Paulo, que manteria os CEUS e outros programas sociais do PT – que vai deixar o que está bom – sempre atribuído ao casalzinho Cardoso.

A direita pode ganhar e se reapropriar do Estado. O governo Lula terá sido um parêntesis, dissonante em muitos aspectos essenciais dos governos das elites dominantes, que retornarão. Ou pode ser uma ponte para sair definitivamente do modelo neoliberal, superar as heranças negativas que sobrevivem, consolidar o que de novo o governo construiu e avançar na construção de um Brasil para todos.

PITACO DO ContrapontoPIG

As 13 armas da direita para 2010 (ou antes):

- Gilmar na presidência do STF, com “facilidades” no Judiciário.
- Domínio de parte podre da Policia Federal.
- Jobim, amigo do Serra e do Gilmar, no Ministério da Defesa.
- A grande imprensa, o PIG – dona das notícias - toda na mão.
- Pitbulls eriçados na internet.
- Operação Satiagraha ameaçada de fracasso.
- Daniel Dantas solto; Protógenes e Lacerda encostados na parede.
- Dinheiro a rodo.
- Sede doentia de Serra pelo poder a qualquer custo.
- Apoio da elite mais perversa do mundo.
- Total falta de escrúpulos.
- CPI da Petrobrás – palanque para distúrbios
- Crise no Senado – fora Sarney; entra o caos.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Contraponto 24 - O último suspiro de Serra

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Publicado por Luis Nassif em 18/07/2009

Entenda melhor o que está por trás dessa escalada de CPIs, escândalos e tapiocas da mídia.
A candidatura José Serra naufragou. Seus eleitores ainda não sabem, seus aliados desconfiam, Serra está quase convencido, mas naufragou.
Política e economia têm pontos em comum. Algumas forças determinam o rumo do processo, que ganha uma dinâmica que a maioria das pessoas demora em perceber. Depois, torna-se quase impossível reverter, a não ser por alguma hecatombe - um grande escândalo.

O início da derrocada

O início da derrocada de Serra ocorreu simultaneamente com sua posse como novo governador de São Paulo. Oportunamente abordarei as razões desse fracasso.

Basicamente:

1. O estilo autoritário-centralizador e a falta de punch para a gestão. O Serra do Ministério da Saúde cedeu lugar a um político vazio, obcecado com a política rasteira. Seu tempo é utilizado para planejar maldades, utilizar a mão-de-gato para atingir adversários, jornalistas atacando colegas e adversários e sua tropa de choque atuando permanentemente para desestabilizar o governo.

2. Fechou-se a qualquer demanda da sociedade, de empresários, trabalhadores ou movimentos sociais.

3. Trocou programas e ideias pelo modo tradicional de fazer política: grandes gastos publicitários, obras viárias, intervenções suspeitíssimas no zoneamento municipal (comandado por Andrea Matarazzo), personalismo absurdo, a ponto de esconder o trabalho individual de cada secretário, uso de verbas da educação para agradar jornais. Ao contrário de Franco Montoro, apesar de ter alguns pesos-pesados em seu secretariado, só Serra aparece. Em vez de um estado-maior, passou a comandar um exército de cabos e sargentos em que só o general pode se pronunciar.

4. Abandonando qualquer veleidade de inovar na gestão, qual a marca de Serra? Perdeu a de bom gestor, perdeu a do sujeito aberto ao contato com linhas de pensamento diversas (que consolidou na Saúde), firmou a de um autoritário ameaçador (vide as pressões constantes sobre qualquer jornalista que ouse lhe fazer uma crítica).

5. No meio empresarial (indústria, construção civil), perdeu boa parte da base de apoio. O mercado o encara com um pé atrás. Setores industriais conseguem portas abertas para dialogar no governo federal, mas não são sequer recebidos no estadual. Há uma expectativa latente de guerra permanente com os movimentos sociais. Sobraram, para sua base de apoio, a mídia velha e alguns grandes grupos empresariais de São Paulo - mas que também (os grupos) vêem a candidatura Dilma Rousseff com bons olhos.

A rede de interesses

O PSDB já sabe que o único candidato capaz de surpreender na campanha é Aécio Neves. Deixou marca de boa gestão, mostrou espírito conciliador, tem-se apresentado como continuidade aprimorada do governo Lula - não como um governo de ruptura, imagem que pegou em Serra.

Será bem sucedido? Provavelmente não. Entre a herança autêntica de Lula - Dilma - e o genérico - Aécio - o eleitor ficará com o autêntico. Além disso, se Serra se tornou uma incógnita em relação ao financismo da economia, Aécio é uma certeza: com ele, voltaria com tudo o estilo Malan-Armínio de política econômica, momentaneamente derrotado pela crise global. Mas, em caso de qualquer desgaste maior da candidatura oficial, quem tem muito mais probabilidade de se beneficiar é Aécio, que representa o novo, não Serra, que passou a encarnar o velho.

Acontece que Serra tem três trunfos que estão amarrando o PSDB ao abraço de afogado com ele.
O primeiro, caixa fornida para bancar campanhas de aliados. O segundo, o controle da Executiva do partido. O terceiro, o apoio (até agora irrestrito) da mídia, que sonha com o salvador que, eleito, barrará a entrada de novos competidores no mercado.

Se desiste da candidatura, todos os que passaram a orbitar em torno dele terão trabalho redobrado para se recolocarem ante outro candidato. Os que deram apoio de primeira hora sempre terão a preferência.

Fica-se, então, nessa, de apelar para os escândalos como último recurso capaz de inverter a dinâmica descendente de sua candidatura. E aí sobressai o pior de Serra.

Ressuscitando o caso Lunus

Em 2002, por exemplo, a candidatura Roseana Sarney estava ganhando essa dinâmica de crescimento. Ganhara a simpatia da mídia, o mercado ainda não confiava em Serra. Mas não tinha consistência. Não havia uma base orgânica garantindo-a junto à mídia e ao eleitorado do centro-sul. E havia a herança Sarney.

Serra acionou, então, o Delegado Federal Marcelo Itagiba, procuradores de sua confiança no episódio que ficou conhecido como Caso Lunus - um flagrante sobre contribuições de campanha, fartamente divulgado pelo Jornal Nacional. Matou a candidatura Roseana. Ficou com a imagem de um chefe de KGB.

A dinâmica atual da candidatura Dilma Rousseff é muito mais sólida que a de Roseana.

1. É apoiada pelo mais popular presidente da história moderna do país.

2. Fixou imagem de boa gestora. Conquistou diversos setores empresariais colocando-se à disposição para conversas e soluções. O Plano Habitacional saiu dessas conversas.

3. Dilma avança sobre as bases empresariais de Serra, e Serra se indispôs com todos os movimentos sociais por seu estilo autoritário.

4. Grande parte dessa loucura midiática de pretender desestabilizar o governo se deve ao receio de que Dilma não tenha o mesmo comportamento pacífico de Lula quando atacada. Mas ela tem acenado para a mídia, mostrando-se disposta a uma convivência pacífica. Não se sabe até que ponto será bem sucedida, mas mostrou jogo de cintura. Já Serra, embora tenha fechado com os proprietários de grupos de mídia, tem assustado cada vez mais com sua obsessão em pedir a cabeça de jornalistas, retaliar, responder agressivamente a qualquer crítica, por mais amena que seja. Se já tinha pendores autoritários, o exercício da governança de São Paulo mexeu definitivamente com sua cabeça. No poder, não terá a bonomia de FHC ou de Lula para encarar qualquer crítica da mídia ou de outros setores da economia.

5. A grande aposta de Serra - o agravamento da crise - não se confirmou. 2010 promete ser um ano de crescimento razoável. Com esse quadro desfavorável, decidiu-se apertar o botão vermelho da CPI da Petrobrás.

O caso Petrobras

Com a CPI da Petrobras todos perderão, especialmente a empresa. Há um vasto acervo de escândalos escondidos do governo FHC, da passagem de Joel Rennó na presidência, aos gastos de marketing especialmente no período final do governo FHC.

Todos esses fatos foram escondidos devido ao acordo celebrado entre FHC e José Dirceu, visando garantir a governabilidade para Lula no início de seu governo. A um escândalo, real ou imaginário, aqui se devolverá um escândalo lá. A mídia perdeu o monopólio da escandalização. Até que grau de fervura ambos os lados suportarão? Lá sei eu.

O que dá para prever é que essa guerra poderá impor perdas para o governo; mas não haverá a menor possibilidade de Serra se beneficiar. Apenas consolidará a convicção de que, com ele presidente, se terá um país conflagrado.

Dependendo da CPI da Petrobras, aguarde nos próximos meses uma virada gradual da mídia e de seus aliados em direção a Aécio.

Contraponto 23 - Congresso da UNE e manipulação da mídia

Publicado por Altamiro Borges em 16 de Julho de 2009

Após viajarem milhares de quilômetros em centenas de ônibus fretados, mais de 15 mil jovens de todos os recantos do país estarão reunidos em Brasília para participar do 51º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Durante cinco dias, eles esbanjarão energia, criatividade e garra em várias passeatas, em acirradas polêmicas nos 25 grupos de debate sobre temas candentes e em plenárias infindáveis. Não haverá cansaço ou desanimo, mas uma baita disposição para lutar por melhorias na educação e por mudanças profundas no país.

Caso a mídia tupiniquim respeitasse a nossa juventude, o congresso seria manchete em todos os jornais e nas emissoras de TV e rádio.Mas a mídia hegemônica prefere evitar qualquer engajamento dos jovens. Ela aposta sempre na alienação e ceticismo. Rejeita qualquer ação coletiva. Prefere estimular o consumismo doentio e o individualismo exacerbado. Por isso, o evento da UNE surge, no máximo, no pé de página dos jornalões tradicionais ou em rápidos flashes na TV.

Quando ela trata do evento, é para atacar a organização juvenil e criminalizar suas lutas. Ela omite ou emite opiniões raivosas. Como nos ensina Perseu Abramo, no livro “Padrões de manipulação na grande imprensa”, a ocultação e a inversão da opinião pela informação são duas técnicas muito utilizadas pelos barões da mídia.

Padrões de manipulação da imprensa“O padrão da ocultação se refere à ausência e presença dos fatos reais na produção da imprensa. Não se trata, evidentemente, de fruto do desconhecimento e nem mesmo de mera omissão diante do real. É, ao contrário, um deliberado silêncio militante sobre determinados fatos da realidade. Esse é um padrão que opera nos antecedentes, nas preliminares da busca da informação, isto é, no ‘momento’ das decisões de planejamento da edição, naquilo que na imprensa geralmente se chama de pauta...

O padrão da ocultação é decisivo e definitivo na manipulação da realidade: tomada a decisão de que um fato ‘não é jornalístico’, não há a menor chance de que o leitor tome conhecimento de sua existência por meio da imprensa. O fato real é eliminado da realidade, ele não existe”, ensina o mestre na obra reeditada pela Fundação Perseu Abramo.Já o segundo truque visa “substituir, inteira ou parcialmente, a informação pela opinião.

O órgão de imprensa apresenta a opinião no lugar da informação, e com o agravante de fazer passar a opinião pela informação. O juízo de valor é inescrupulosamente usado como se fosse a própria mera exposição narrativa/descritiva da realidade. O leitor/espectador já não tem mais diante de si a coisa tal como existe ou acontece, mas sim uma determinada valorização que órgão quer que ele tenha de uma coisa que ele desconhece, porque o seu conhecimento lhe foi oculto, negado e escamoteado pelo órgão... Ao leitor/espectador não é dada qualquer oportunidade que não a de consumir, introjetar e adotar como critério de ação a opinião que lhe é autoritariamente imposta”.

O zumbido irritante da FolhaEstes e outros truques da manipulação estão presentes na cobertura do cativante evento da UNE. As emissoras de televisão, que falam para milhões de brasileiros, preferem ocultar o congresso; é como se ele não existisse. Já os jornalões tradicionais, que atingem pequenas faixas entorpecidas das camadas médias, optam por desqualificar os militantes estudantis e suas bandeiras. A opinião substitui a informação. Um caso emblemático é o da cobertura da Folha de S.Paulo, que ainda ilude os ingênuos com o seu falso ecletismo. Com o título “Patrocinada pela Petrobras, UNE faz manifestação contra a CPI”, um texto de pé de página investiu raivosamente contra o congresso.Não há qualquer informação sobre a pauta do congresso, sobre os participantes ou sobre as lutas estudantis.

O artigo hidrófobo destaca apenas que a Petrobras “direcionou R$ 100 mil ao evento” e que os universitários programaram uma manifestação contra a CPI do Senado. A exemplo dos ataques desferidos contra o MST e as centrais sindicais, que recebem verbas públicas para vários projetos culturais e educacionais, a Folha tenta caracterizar a UNE como “governista”. Também critica o fato dos líderes estudantis ocuparem postos no governo Lula. O cinismo é descarado.

Quem está de rabo preso? Um simples anúncio publicitário da Petrobras na Folha custa muito mais do que o patrocínio ao congresso da UNE. Nem por isso, ela é governista. Pelo contrário. O jornal é um dos principais porta-vozes da oposição demo-tucana. Para ser coerente nas críticas ao uso das verbas oficiais, a Folha deveria rejeitar os milionários anúncios em suas páginas. O governo Lula também poderia ser mais ousado, evitando alimentar cobra.

Quanto a tal CPI do Senado, o jornal não informa que ela foi instalada por imposição da própria mídia e serve aos propósitos da oposição demo-tucana. Já no que se refere aos líderes estudantis em postos do governo, a Folha confirma que tem nojo do povo. Para ela, trabalhador é para trabalhar; estudante é para estudar; e a elite é para governar.No livro citado, Perseu Abramo desmascara a frase publicitária do jornal. “A Folha está de rabo preso com o leitor só tem seu verdadeiro significado desvendado quando recolocada de pé sobre o chão e lida com a re-inversão dos seus termos: o leitor é que está de rabo preso com a Folha, e por extensão com todos os grandes órgãos de comunicação. Recriando a realidade à sua maneira e de acordo com seus interesses político-partidários, os órgãos de comunicação aprisionam seus leitores nesse círculo de ferro da realidade irreal e sobre ele exercem todo o seu poder.

O Jornal Nacional faz plim-plim e milhões de brasileiros salivam no ato. Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo, Jornal do Brasil e Veja dizem alguma coisa e centenas de milhares de brasileiros abanam o rabo em sinal de assentimento e obediência”.

PITACO DO ContrapontoPIG

Este é o primeiro Congresso da UNE que recebe a visita de um Presidente da República. No texto do Altamiro Borges você saberá por que este Congresso de importância histórica foi ignorado e até distorcido pelo PIG.
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